A relação entre a razão instrumental e a dominação nos escritos de Max Horkheimer

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Tarcísio Martins de
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzie
Texto Completo: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/39632
Resumo: Esta dissertação investiga como a razão, originalmente concebida como um meio para a emancipação humana, foi transformada em uma ferramenta de dominação, servindo a fins utilitários, políticos e econômicos. De acordo com Max Horkheimer, a humanidade, em vez de caminhar em direção a um estado verdadeiramente humano, estava mergulhando em uma nova forma de barbárie. Essa afirmação é justificada pelo contexto histórico imediato de Horkheimer, marcado pela ascensão do nazismo e pela segunda guerra mundial. Apesar do desenvolvimento intelectual, econômico e tecnológico da Alemanha ter atingido níveis sem precedentes, as esperanças de realização de um ideal humano minimamente racional, pareciam cada vez mais distantes. Horkheimer é incisivo em afirmar que o avanço nos meios técnicos de esclarecimentos fora acompanhado por um processo de desumanização; e que o progresso ameaçava anular o próprio objetivo que supostamente deveria realizar, ou seja, a ideia de humanidade. Isso se deve ao fato de que o controle e a dominação da natureza, inicialmente direcionados à sobrevivência, tornaram-se tão sofisticados que passaram a ser aplicados também ao próprio homem. Segundo Horkheimer, a sociedade não se fundamentou apenas no domínio da natureza, nem só na descoberta de novos métodos de produção, na construção de máquinas, mas também e sobretudo no domínio do homem sobre os próprios homens. E à totalidade dos caminhos que conduzem a essa finalidade e os mecanismos que o permitem manter dá-se o nome de política. Para Horkheimer, a relação entre a política e a economia de mercado que atingiu a sua plenitude no século XIX, é o agente por trás da lógica de dominação mais ampla, onde a racionalidade instrumental, subjetiva, se sobrepõe a valores éticos e sociais, levando à degradação das relações humanas em nome do lucro e da eficiência. A redução do homem à mão-de-obra e da natureza à terra, sob o impulso do lucro e do poder, transforma a História em um drama profundo no qual a sociedade, a protagonista acorrentada, pretende a todo custo, romper seus grilhões.
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spelling Oliveira, Tarcísio Martins deBueno, Marcelo Martins2024-10-21T19:04:06Z2024-10-21T19:04:06Z2024-08-27Esta dissertação investiga como a razão, originalmente concebida como um meio para a emancipação humana, foi transformada em uma ferramenta de dominação, servindo a fins utilitários, políticos e econômicos. De acordo com Max Horkheimer, a humanidade, em vez de caminhar em direção a um estado verdadeiramente humano, estava mergulhando em uma nova forma de barbárie. Essa afirmação é justificada pelo contexto histórico imediato de Horkheimer, marcado pela ascensão do nazismo e pela segunda guerra mundial. Apesar do desenvolvimento intelectual, econômico e tecnológico da Alemanha ter atingido níveis sem precedentes, as esperanças de realização de um ideal humano minimamente racional, pareciam cada vez mais distantes. Horkheimer é incisivo em afirmar que o avanço nos meios técnicos de esclarecimentos fora acompanhado por um processo de desumanização; e que o progresso ameaçava anular o próprio objetivo que supostamente deveria realizar, ou seja, a ideia de humanidade. Isso se deve ao fato de que o controle e a dominação da natureza, inicialmente direcionados à sobrevivência, tornaram-se tão sofisticados que passaram a ser aplicados também ao próprio homem. Segundo Horkheimer, a sociedade não se fundamentou apenas no domínio da natureza, nem só na descoberta de novos métodos de produção, na construção de máquinas, mas também e sobretudo no domínio do homem sobre os próprios homens. E à totalidade dos caminhos que conduzem a essa finalidade e os mecanismos que o permitem manter dá-se o nome de política. Para Horkheimer, a relação entre a política e a economia de mercado que atingiu a sua plenitude no século XIX, é o agente por trás da lógica de dominação mais ampla, onde a racionalidade instrumental, subjetiva, se sobrepõe a valores éticos e sociais, levando à degradação das relações humanas em nome do lucro e da eficiência. A redução do homem à mão-de-obra e da natureza à terra, sob o impulso do lucro e do poder, transforma a História em um drama profundo no qual a sociedade, a protagonista acorrentada, pretende a todo custo, romper seus grilhões.IPM - Instituto Presbiteriano Mackenziehttps://dspace.mackenzie.br/handle/10899/39632Universidade Presbiteriana Mackenzierazãoteoria críticadominaçãoA relação entre a razão instrumental e a dominação nos escritos de Max Horkheimerinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzieinstname:Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE)instacron:MACKENZIEinfo:eu-repo/semantics/openAccesshttp://lattes.cnpq.br/5593879626315474https://orcid.org/0000-0001-6942-7203http://lattes.cnpq.br/2072882999490335Campato, Roger Fernandeshttp://lattes.cnpq.br/7053804306415312Barbosa, Suzana Mesquitahttp://lattes.cnpq.br/9172346082313522https://orcid.org/0000-0001-9422-4803This dissertation investigates how reason, originally conceived as a means for human emancipation, was transformed into a tool of domination, serving utilitarian, political and economic ends. According to Max Horkheimer, humanity, instead of moving towards a truly human state, was plunging into a new form of barbarism. This phenomenon is explained by Horkheimer's immediate historical context, marked by the rise of Nazism and the Second World War. Despite the intellectual, economic and technological development of Germany having reached unprecedented levels, the hopes of realizing a minimally rational human ideal seemed increasingly distant. Horkheimer is incisive in stating that the advance in technical means of enlightenment was accompanied by a process of dehumanization; and that progress threatened to nullify the very goal it was supposed to achieve, that is, the idea of humanity. This is due to the fact that the control and domination of nature, initially aimed at survival, became so sophisticated that it began to be applied to man himself. The instruments created to adjust rationally organized societies are represented by technological, scientific, political, legal and economic apparatuses, as well as all other mechanisms for standardizing mass culture. These institutions, instead of promoting human liberation, end up consolidating new forms of control and submission, contributing to the perpetuation of domination in all aspects of social life. The common element that gives meaning to all this machinery is called the economic market. For Horkheimer, the market economy that reached its peak in the 19th century is the agent behind the broader logic of domination, where instrumental, subjective rationality prevails over ethical and social values, leading to the degradation of human relations in the name of profit and efficiency. The reduction of man to labor and nature to land, under the impulse of the market economy, transforms History into a profound drama in which society, the chained protagonist, intends at all costs to break its chains.reasoncritical theorydominationBrasilCentro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT)UPMEducação, Arte e História da CulturaCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAOORIGINALTARCÍSIO MARTINS DE OLIVEIRA.pdfTARCÍSIO MARTINS DE OLIVEIRA.pdfapplication/pdf742610https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/04642f28-b434-44b4-a30c-ce9ded3f55b6/downloadb8cce298cc13a3b765f603573079385dMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82269https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/5b0fd4dc-e868-4c42-ab94-04e640b54c39/downloadf0d4931322d30f6d2ee9ebafdf037c16MD52TEXTTARCÍSIO MARTINS DE OLIVEIRA.pdf.txtTARCÍSIO MARTINS DE OLIVEIRA.pdf.txtExtracted texttext/plain202855https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/199b9f42-3b09-4ed0-ac37-d1787d85d748/downloadb5d12cca78bc5242d497458620303543MD53THUMBNAILTARCÍSIO MARTINS DE OLIVEIRA.pdf.jpgTARCÍSIO MARTINS DE OLIVEIRA.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2630https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/aab4b270-a5f0-4386-9c65-7615d416a6de/download0f167d02b7500423ddfb501ced4aea6eMD5410899/396322024-10-22 03:01:06.263oai:dspace.mackenzie.br:10899/39632https://dspace.mackenzie.brBiblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede.mackenzie.br/jspui/PRIhttps://adelpha-api.mackenzie.br/server/oai/repositorio@mackenzie.br||paola.damato@mackenzie.bropendoar:102772024-10-22T03:01:06Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzie - Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE)falseTElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKPGJyPjxicj4KQ29tIG8gYWNlaXRlIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgw6AgVW5pdmVyc2lkYWRlIFByZXNiaXRlcmlhbmEgTWFja2VuemllIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSwgZS9vdSBkaXN0cmlidWlyIHNldSB0cmFiYWxobyAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBwb3IgdG9kbyBvIG11bmRvIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZSBlbGV0csO0bmljbyBlIGVtIHF1YWxxdWVyIG1laW8sIGluY2x1aW5kbyBvcyBmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgo8YnI+PGJyPgpBY2VpdGFuZG8gZXNzYSBsaWNlbsOnYSB2b2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgUHJlc2JpdGVyaWFuYSBNYWNrZW56aWUgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIG8gc2V1IHRyYWJhbGhvIHBhcmEgcXVhbHF1ZXIgbWVpbyBvdSBmb3JtYXRvIGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgo8YnI+PGJyPgpDb25jb3JkYXLDoSBxdWUgc2V1IHRyYWJhbGhvIHRhbWLDqW0gc2Vyw6EgcmVnaWRvIHBlbGEgQ3JlYXRpdmUgQ29tbW9ucyBxdWUgTsODTyBwZXJtaXRlIG8gdXNvIGNvbWVyY2lhbCBvdSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbyBkYSBvYnJhIHBvciB0ZXJjZWlyb3MgY29uZm9ybWUgZGVzY3JpdG8gZW0gPGEgaHJlZj0iaHR0cHM6Ly9jcmVhdGl2ZWNvbW1vbnMub3JnL2xpY2Vuc2VzL2J5LW5jLW5kLzQuMC8iIHRhcmdldD0iX2JsYW5rIj5odHRwczovL2NyZWF0aXZlY29tbW9ucy5vcmcvbGljZW5zZXMvYnktbmMtbmQvNC4wLzwvYT4uCjxicj48YnI+ClZvY8OqIGRlY2xhcmEgcXVlIHNldSB0cmFiYWxobyDDqSBvcmlnaW5hbCBlIHF1ZSB2b2PDqiB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBvIGRlcMOzc2l0byBkbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCjxicj48YnI+CkNhc28gbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBwYXJhIGNvbmNlZGVyIMOgIFVuaXZlcnNpZGFkZSBQcmVzYml0ZXJpYW5hIE1hY2tlbnppZSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRvIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmEgZGVwb3NpdGFkby4KPGJyPjxicj4KQ0FTTyBPIFRSQUJBTEhPIE9SQSBERVBPU0lUQURPIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTyBRVUUgTsODTyBTRUpBIEEgVU5JVkVSU0lEQURFIFBSRVNCSVRFUklBTkEgTUFDS0VOWklFLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KPGJyPjxicj4KQSBVbml2ZXJzaWRhZGUgUHJlc2JpdGVyaWFuYSBNYWNrZW56aWUgc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyIGNsYXJhbWVudGUgbyBzZXUgbm9tZSAocykgb3UgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIGRldGVudG9yKGVzKSBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZG8gc2V1IHRyYWJhbGhvLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIGFsw6ltIGRhcXVlbGFzIGNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==
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