A experiência profissional de pessoas com deficiência: o não reconhecimento da qualificação profissional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aguiar, Agatha Pires
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Gonçalves, Manoela Izidoro
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzie
Texto Completo: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/20087
Resumo: Introdução: A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é um assunto amplamente discutido, seja pelo caráter obrigatório imposto pela Lei de Cotas ou pela compreensão da responsabilidade social relacionada à promoção da igualdade entre todos os indivíduos. Atualmente, o censo estimou que 23,9% da população brasileira tenha algum tipo de deficiência (IBGE, 2010), no entanto, apenas 0,77% tem vínculo empregatício. Muitas empresas apresentam resistência em cumprir a Lei de Cotas por considerar baixa a escolaridade e a qualificação profissional dos candidatos com deficiência, sendo que 6,7% apresenta Ensino Superior Completo contra 10,4% para as pessoas sem deficiência. Para compreender essa realidade faz-se necessário reconhecer a longa trajetória de exclusão vivida por este grupo. Objetivo geral: compreender a experiência de trabalho de pessoas com deficiências com qualificação profissional que possuem vínculo empregatício. Método: estudo qualitativo de natureza exploratória. Foram realizadas duas rodas de conversas com 6 pessoas com deficiência de uma empresa privada da região metropolitana de São Paulo. Para a análise dos discursos foi utilizado o método hermenêutico-dialético. Resultados: Os entrevistados referiram que se não fosse a obrigatoriedade prevista em lei, as empresas não contratariam trabalhadores com deficiência. A possibilidade de crescimento de carreira é repleta de obstáculos, uma vez que ações de incentivo e retenção não são destinadas a esse público, fato atribuído ao desconhecimento por parte dos empregadores sobre as potencialidades das PcD. Foi identificado que a responsabilidade pelas adaptações é depositada nos indivíduos, no sentido de que estes se adaptam à organização do trabalho e não o contrário, sendo este fenômeno cercado por uma noção de superação, muito valorizada pelas empresas e pelas próprias pessoas com deficiência. Referem preconceito por parte das empresas e reproduzem diante de outros tipos de deficiência, sendo a deficiência física percebida como “mais branda” do que a intelectual. Conclusão: Ainda que as pessoas com deficiência tenham ensino superior ou especialização não são reconhecidas pelos empregadores pela qualificação profissional. É imprescindível que as empresas criem políticas de inclusão e gestão de diversidade, de forma que esse público não seja somente inserido nas organizações em um caráter tutelar, mas que seja desenvolvido e valorizado a fim de elevar a sensibilização quanto à promoção de diversidade para as empresas e para a sociedade.
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