Anticorpos da doença celíaca em pacientes com síndrome de Sjögren

• Autor(a) principal: Araújo, Matheus Burkot Alves de
• Data de Publicação: 2021
• Outros Autores: Laba, Matheus Vinícius Conte
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzie
• Texto Completo: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/28298
• topic: Doenças autoimunes; Autoimunidade; Síndrome de Sjögren; Doença celíaca

Introdução: O método de vida moderno trouxe grandes consequências à saúde da população e, por causa disto, diversas doenças vêm surgindo, apresentando um importante impacto na vida desses indivíduos. Entre elas, destacam-se as Doenças Autoimunes (DAIs), que muitas vezes apresentam correlação entre si, podendo acabar se manifestando de forma simultânea. Assim, a relação entre a Síndrome de Sjögren (SSj) e a Doença Celíaca (DC), não seria diferente. A SSj é caracterizada como uma DAI crônica, de caráter multifatorial, que causa um infiltrado linfocitário nas glândulas exócrinas. Enquanto a DC é uma enteropatia inflamatória imunomediada pela exposição do indivíduo ao glúten, tendo prevalência na população geral de 0,3% a 0,5%. Apesar disso, estudos vêm mostrando um predomínio acentuado da Doença Celíaca em portadores da Síndrome de Sjögren, variando entre 4,5% e 15% neste grupo. Objetivo: Avaliar a associação entre a Síndrome de Sjögren Primária e Secundária com a presença de anticorpos anti-TTG (anti-transglutaminase) e anti-EmA (anti-endomísio) na população local. Métodos: O estudo realizado foi transversal observacional. Nele, foram selecionados pacientes portadores da Síndrome de Sjögren, do Serviço de Reumatologia do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie. Os participantes tiveram seus dados epidemiológicos, clínicos e sorológicos revisados, além de uma revisão do tratamento em execução. Foram solicitados os anticorpos anti-TTG e de anti-EmA. Aos pacientes com sorologia positiva foi oferecida a endoscopia digestiva alta. Os resultados foram comparados com dados da literatura de trabalho feito em doadores de sangue. Resultados: No total, foi evidenciado que 7,6% dos pacientes estudados apresentaram positividade para o anticorpo anti-EmA, sendo que, destes, apenas um possuía diagnóstico prévio de DC. Todos os pacientes com autoanticorpos positivos tinham a forma primária da doença. A comparação dessa prevalência com a da população em geral mostrou OR=24,43; 95% IC=2,472 a 241,4. Conclusões: Existe uma prevalência aumentada dos anticorpos presentes na DC em pacientes com a SSj, estipulada em cerca de 24 vezes maior do que na população previamente hígida.