Os sistemas automatizados para análise de crédito pelas instituições financeiras e os abusos ao direito do consumidor

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Luca, Natajsha Simonsen de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzie
Texto Completo: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/33840
Resumo: A dissertação tem por objetivo principal analisar as possíveis abusividades no direito do consumidor a partir de decisões automatizadas de análise de crédito pelas instituições financeiras. A Inteligência Artificial surgiu para auferir agilidade e eficiência, no entanto, esta tecnologia nem sempre é neutra, exatamente em razão de que esta é programada por humanos, que contém preconceitos. A utilização de Inteligência Artificial para pontuação de crédito, com algoritmos que funcionam de forma enviesada, tem o potencial de ensejar julgamentos arbitrários e a discriminação de grupos historicamente marginalizados e menos privilegiados em razão do uso inadequado de dados ou características associadas a eles. Os programadores destas instituições criaram algoritmos preditivos a consumidores vulneráveis, que não avaliam tão somente as características de risco do cliente, mas analisam o risco do ambiente em que um consumidor está utilizando crédito, o que pode contribuir com a perpetuação dos ciclos de pobreza. Apesar de concederem empréstimos a estes clientes que possuem históricos de crédito limitados, muitas vezes exigem taxas de juros mais altas. A ausência de acesso ao crédito em condições equitativas e razoáveis pode acarretar custos exorbitantes para indivíduos de baixa renda, ao passo que impossibilita o atendimento de suas obrigações financeiras de curto prazo. Assim, decisões automatizadas que carecem de ética e prudência têm o potencial de resultar em diversos prejuízos para o consumidor, o qual já é considerado a parte mais vulnerável na relação de consumo, tornando-se ainda mais exposto e suscetível às manipulações diante das novas tecnologias. Este cenário agrava-se com a falta de transparência das decisões automatizadas, o que aumenta a assimetria informacional entre consumidor e instituição financeira, tornando-se imprescindível a regulamentação específica da inteligência artificial para a proteção dos direitos e da privacidade dos cidadãos, fomentando a transparência e a explicabilidade dos sistemas providos de inteligência artificial e mitigando potenciais riscos. Para tanto, utiliza-se a pesquisa bibliográfica-documental com abordagem de natureza qualitativa e método hipotético-dedutivo.
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Os programadores destas instituições criaram algoritmos preditivos a consumidores vulneráveis, que não avaliam tão somente as características de risco do cliente, mas analisam o risco do ambiente em que um consumidor está utilizando crédito, o que pode contribuir com a perpetuação dos ciclos de pobreza. Apesar de concederem empréstimos a estes clientes que possuem históricos de crédito limitados, muitas vezes exigem taxas de juros mais altas. A ausência de acesso ao crédito em condições equitativas e razoáveis pode acarretar custos exorbitantes para indivíduos de baixa renda, ao passo que impossibilita o atendimento de suas obrigações financeiras de curto prazo. Assim, decisões automatizadas que carecem de ética e prudência têm o potencial de resultar em diversos prejuízos para o consumidor, o qual já é considerado a parte mais vulnerável na relação de consumo, tornando-se ainda mais exposto e suscetível às manipulações diante das novas tecnologias. Este cenário agrava-se com a falta de transparência das decisões automatizadas, o que aumenta a assimetria informacional entre consumidor e instituição financeira, tornando-se imprescindível a regulamentação específica da inteligência artificial para a proteção dos direitos e da privacidade dos cidadãos, fomentando a transparência e a explicabilidade dos sistemas providos de inteligência artificial e mitigando potenciais riscos. Para tanto, utiliza-se a pesquisa bibliográfica-documental com abordagem de natureza qualitativa e método hipotético-dedutivo.The main objective of this dissertation is to analyze the possible abuse of consumer rights as a result of automated credit analysis decisions by financial institutions. Artificial Intelligence has emerged to bring agility and efficiency; however, this technology is not always neutral, precisely because it is programmed by humans, who contain prejudices. The use of Artificial Intelligence for credit scoring, with algorithms that work in a biased way, has the potential to lead to arbitrary judgments and discrimination against historically marginalized and less privileged groups, due to the inappropriate use of data or characteristics associated with them. The programmers at these institutions have created predictive algorithms for vulnerable consumers, which not only assess the risk characteristics of the client, but also analyze the risk of the environment in which a consumer is using credit, which can contribute to perpetuating cycles of poverty. Despite granting loans to these clients who have limited credit histories, they often demand higher interest rates. The lack of access to credit on fair and reasonable terms can lead to exorbitant costs for low-income individuals, while making it impossible for them to meet their short-term financial obligations. Thus, automated decisions that lack ethics and prudence have the potential to result in various losses for the consumer, who is already considered the most vulnerable party in the consumer relationship, becoming even more exposed and susceptible to manipulation in the face of new technologies. This scenario is exacerbated by the lack of transparency in automated decisions, which increases the information asymmetry between the consumer and the financial institution, making it essential to specifically regulate artificial intelligence in order to protect citizens' rights and privacy, fostering transparency and explainability in artificial intelligence systems, and mitigating potential risks. To this end, bibliographical-documentary research is used, with a qualitative approach and a hypothetical-deductive method.Textohttps://dspace.mackenzie.br/handle/10899/33840Universidade Presbiteriana MackenzieUPMBrasilFaculdade de Direitointeligência artificialinstituição financeiraanálise de créditodecisões autônomasartificial intelligencefinancial institutioncredit analysisautonomous decisionsOs sistemas automatizados para análise de crédito pelas instituições financeiras e os abusos ao direito do consumidorinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzieinstname:Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE)instacron:MACKENZIEinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALNATAJSHA LUCA ._4867780_assignsubmission_file_TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC) - NATAJSHA SIMONSEN DE LUCA - VERSÃO FINAL + TERMO DE AUTENTICIDADE.pdfNATAJSHA LUCA ._4867780_assignsubmission_file_TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC) - NATAJSHA SIMONSEN DE LUCA - VERSÃO FINAL + TERMO DE AUTENTICIDADE.pdfapplication/pdf1039598https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/9ef9de27-71df-4af9-8a81-ecead1ea266e/download758f6cd27c69ccc773ab39405614a698MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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