Relação entre sensibilidade materna e qualidade do toque materno na interação mãe-bebê

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Farias, Maria Betânia de Lima
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzie
Texto Completo: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/28645
Resumo: A sensibilidade materna é definida por Mary Ainsworth como a capacidade da mãe reconhecer, interpretar e responder adequadamente aos comportamentos e sinais do bebê. Ao longo de anos de pesquisa essa capacidade materna tem sido associada com a construção do apego, sendo cada vez mais evidenciado seu papel na regulação fisiológica e emocional e no desenvolvimento cognitivo infantil. Por sua vez, o toque é um componente chave da interação mãe-bebê durante o primeiro ano de vida, que tem sido associado com regulação emocional, aprendizagem social e funcionamento cognitivo na primeira infância e idades posteriores. Apesar da ampla literatura sobre sensibilidade materna, do crescente interesse científico nos aspectos neurais e comportamentais do toque e da conhecida importância de ambos para o desenvolvimento infantil, pouco se sabe sobre a relação entre estas duas dimensões do comportamento interativo materno. Assim, este trabalho investigou a associação entre a sensibilidade materna e os padrões de toque das mães nos seus bebês. Partindo da literatura existente, consideramos como hipótese que maior sensibilidade materna estaria associada a comportamentos mais frequentes de toque positivo (ex. toque afetuoso, lúdico) e menos frequentes de toque negativo (ex. toque intrusivo). Participaram do estudo 12 díades mãe-bebê aos 6 meses de idade do bebê, recrutadas na região metropolitana da cidade de São Paulo. As díades foram avaliadas em uma interação experimental em laboratório, com 9 minutos de duração divididos em 3 episódios de 3 minutos cada: 1) brincadeira livre, com brinquedos adequados para a idade dos bebês; 2) interação sem brinquedos; e 3) interação desafiante, usando um brinquedo difícil para a criança. A interação foi gravada em vídeo para a posterior codificação das variáveis em estudo. A sensibilidade materna foi avaliada com as Escalas de Sensibilidade Materna de Ainsworth (Ainsworth et al., 1978), considerando os seus quatro componentes principais: tomada de consciência, capacidade de interpretação, adequação das respostas e prontidão das respostas frente aos comportamentos da criança, enquanto o toque materno foi avaliado usando um sistema de codificação elaborado para o efeito. Foram codificados seis tipos de toque da mãe: 1) Afetuoso; 2) Estático; 3) Lúdico/Estimulante; 4) Instrumental; 5) Acessório; e 6) Intrusivo/Negativo. Quando analisadas as categorias específicas de toque, maior sensibilidade materna estava significativamente correlacionada com menor uso do toque Intrusivo/Negativo, rs = -.74, p = .006, durante o total da interação mãe bebê. As análises por episódio de interação mostraram relação entre sensibilidade materna e menos toque Intrusivo/Negativo nos episódios 2 (rs = -.62, p = .031) e 3 (rs = -.85, p < .001), e menos toque estimulante/lúdico (rs = -.64, p =. 026) no terceiro episódio – interação desafiante. Não foram verificadas outras associações significativas entre sensibilidade materna e as restantes categorias de toque materno (quer na interação total quer nos três episódios). Estes resultados incitam novas pesquisas para a melhor compreensão da interação diádica mãe-bebê e possíveis componentes de programas de intervenção para a parentalidade positiva.
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spelling Farias, Maria Betânia de LimaOsório, Ana Alexandra Caldas2022-01-13T19:12:58Z2022-01-13T19:12:58Z2021-08-27A sensibilidade materna é definida por Mary Ainsworth como a capacidade da mãe reconhecer, interpretar e responder adequadamente aos comportamentos e sinais do bebê. Ao longo de anos de pesquisa essa capacidade materna tem sido associada com a construção do apego, sendo cada vez mais evidenciado seu papel na regulação fisiológica e emocional e no desenvolvimento cognitivo infantil. Por sua vez, o toque é um componente chave da interação mãe-bebê durante o primeiro ano de vida, que tem sido associado com regulação emocional, aprendizagem social e funcionamento cognitivo na primeira infância e idades posteriores. Apesar da ampla literatura sobre sensibilidade materna, do crescente interesse científico nos aspectos neurais e comportamentais do toque e da conhecida importância de ambos para o desenvolvimento infantil, pouco se sabe sobre a relação entre estas duas dimensões do comportamento interativo materno. Assim, este trabalho investigou a associação entre a sensibilidade materna e os padrões de toque das mães nos seus bebês. Partindo da literatura existente, consideramos como hipótese que maior sensibilidade materna estaria associada a comportamentos mais frequentes de toque positivo (ex. toque afetuoso, lúdico) e menos frequentes de toque negativo (ex. toque intrusivo). Participaram do estudo 12 díades mãe-bebê aos 6 meses de idade do bebê, recrutadas na região metropolitana da cidade de São Paulo. As díades foram avaliadas em uma interação experimental em laboratório, com 9 minutos de duração divididos em 3 episódios de 3 minutos cada: 1) brincadeira livre, com brinquedos adequados para a idade dos bebês; 2) interação sem brinquedos; e 3) interação desafiante, usando um brinquedo difícil para a criança. A interação foi gravada em vídeo para a posterior codificação das variáveis em estudo. A sensibilidade materna foi avaliada com as Escalas de Sensibilidade Materna de Ainsworth (Ainsworth et al., 1978), considerando os seus quatro componentes principais: tomada de consciência, capacidade de interpretação, adequação das respostas e prontidão das respostas frente aos comportamentos da criança, enquanto o toque materno foi avaliado usando um sistema de codificação elaborado para o efeito. Foram codificados seis tipos de toque da mãe: 1) Afetuoso; 2) Estático; 3) Lúdico/Estimulante; 4) Instrumental; 5) Acessório; e 6) Intrusivo/Negativo. 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Estes resultados incitam novas pesquisas para a melhor compreensão da interação diádica mãe-bebê e possíveis componentes de programas de intervenção para a parentalidade positiva.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nívelhttps://dspace.mackenzie.br/handle/10899/28645Universidade Presbiteriana MackenzieAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccesssensibilidade maternatoque maternorelação mãe-bebêRelação entre sensibilidade materna e qualidade do toque materno na interação mãe-bebêinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzieinstname:Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE)instacron:MACKENZIEhttp://lattes.cnpq.br/9011606474221997http://lattes.cnpq.br/5987713856553235Teixeira, Maria Cristina Triguero Velozhttp://lattes.cnpq.br/1500695593391363Martins, Carla Cristina Esteveshttp://lattes.cnpq.br/6356960200214721Mateus, Vera Lucia Esteveshttp://lattes.cnpq.br/8252029493314057Maternal sensitivity is defined by Mary Ainsworth as the mother's ability to recognize, interpret and respond to patterns in the infant’s signals. Over the years, this maternal ability has been associated with the formation of the attachment relationship, with the infant’s physiological and emotional regulation as well as their cognitive development of children. In turn, touch is a key component of the mother-infant interaction during the first year of life, and has been associated with emotion regulation, social learning and cognitive functioning in early childhood and at later ages. Despite the extensive literature on maternal sensitivity, the growing scientific interest in the neural and behavioral aspects of touch and their importance for child development, little is known about the relationship between these two dimensions of maternal interactive behavior. Thus, this study investigated the association between maternal sensitivity and maternal touch. Based on the existing literature, we hypothesized that greater maternal sensitivity would be associated with more frequent positive touch behaviors (eg affectionate, playful touch) and less frequent negative touch behaviors (eg intrusive touch). Twelve mother-infant dyads, recruited in the metropolitan region of the city of Sa~o Paulo, participated in the study when children were 6 months of age. The dyads were evaluated in an experimental interaction in the laboratory, with 9 minutes duration divided into 3 episodes of 3 minutes each: 1) free play, with toys suitable for the infant’s age; 2) interaction without toys; and 3) challenging interaction, using a toy above the child’s developmental level. The interaction was videotaped for later coding of the variables under study. Maternal sensitivity was assessed using the Ainsworth Maternal Sensitivity Scales (Ainsworth et al., 1978), considering the four main components: awareness, ability to interpret, adequacy and contingency of responses to the child's signals while maternal touch was assessed using a coding system designed by our team. Six types of mother's touch were coded: 1) Affectionate; 2) Static; 3) Playful/ Stimulating; 4) Instrumental; 5) Incidental; and 6) Intrusive/ Negative. When analyzing the specific touch categories, greater maternal sensitivity was significantly correlated with less use of Intrusive/Negative touch, rs = -.74, p = .006, during the complete mother-infant interaction. Analyses by interaction episode showed a relationship between maternal sensitivity and less Intrusive/Negative touch in episodes 2 (rs = -.62, p = .031) and 3 (rs = -.85, p <.001) and less Playful/ Stimulating touch (rs = -.64, p =.026) in the third episode of challenging interaction. Maternal sensitivity was not correlated with the other touch categories in the total interaction or per episode. These results encourage further research to better understand the dyadic mother-infant interaction and possible components of intervention programs for positive parenting.maternal sensitivitymaternal touchmother-baby relationshipBrasilCentro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)UPMDistúrbios do DesenvolvimentoCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANOORIGINALMaria Betânia de Lima Farias.pdfMaria Betânia de Lima Farias.pdfMaria Betânia de Lima Fariasapplication/pdf818476https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/827ff682-0f3a-434c-bb2c-cb83fe082833/download99fe8471172e60ffce13c08c37be5bdeMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/4f5c15e2-4fa8-4e41-b95f-bdd05147039b/downloade39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81997https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/ecff0265-2416-49f4-8895-32baa05b8b33/downloadfb735e1a8fa1feda568f1b61905f8d57MD53TEXTMaria Betânia de Lima Farias.pdf.txtMaria Betânia de Lima Farias.pdf.txtExtracted texttext/plain157428https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/2bec7eb4-68f8-45df-9324-7d1e2eab22c2/downloadf3a77134f02d37e99900328e7b846729MD56THUMBNAILMaria Betânia de Lima Farias.pdf.jpgMaria Betânia de Lima Farias.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1149https://dspace.mackenzie.br/bitstreams/4ac36b2d-ee14-4bfc-8ba4-fec7ab780ea5/downloadc6edd0dfca37ec10a3a42e6b011ec604MD5710899/286452022-03-14 21:31:04.734http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Braziloai:dspace.mackenzie.br:10899/28645https://dspace.mackenzie.brBiblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede.mackenzie.br/jspui/PRIhttps://adelpha-api.mackenzie.br/server/oai/repositorio@mackenzie.br||paola.damato@mackenzie.bropendoar:102772022-03-14T21:31:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzie - Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE)falseTElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgw6AgVW5pdmVyc2lkYWRlIFByZXNiaXRlcmlhbmEgTWFja2VuemllIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBzZXUgdHJhYmFsaG8gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLDtG5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mgw6F1ZGlvIG91IHbDrWRlby4KClZvY8OqIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBQcmVzYml0ZXJpYW5hIE1hY2tlbnppZSBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhbnNwb3IgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBQcmVzYml0ZXJpYW5hIE1hY2tlbnppZSBwb2RlIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgZG8gc2V1IHRyYWJhbGhvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHDp8Ojby4KClZvY8OqIGRlY2xhcmEgcXVlIHNldSB0cmFiYWxobyDDqSBvcmlnaW5hbCBlIHF1ZSB2b2PDqiB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gVm9jw6ogdGFtYsOpbSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcMOzc2l0byBkbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc2V1IHRyYWJhbGhvIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2PDqiBuw6NvIHBvc3N1aSBhIHRpdHVsYXJpZGFkZSBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHZvY8OqIGRlY2xhcmFyIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgw6AgVW5pdmVyc2lkYWRlIFByZXNiaXRlcmlhbmEgTWFja2VuemllIG9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZG8gc2V1IHRyYWJhbGhvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRvLgoKQ0FTTyBPIFRSQUJBTEhPIE9SQSBERVBPU0lUQURPIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIEFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTyBRVUUgTsODTyBTRUpBIEEgVU5JVkVSU0lEQURFIFBSRVNCSVRFUklBTkEgTUFDS0VOWklFLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCkEgVW5pdmVyc2lkYWRlIFByZXNiaXRlcmlhbmEgTWFja2VuemllIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRvIHNldSB0cmFiYWxobywgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBhbMOpbSBkYXF1ZWxhcyBjb25jZWRpZGFzIHBvciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLgo=
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