Conhecimento e condutas dos farmacêuticos para a dispensação de medicamentos e a realização da atenção farmacêutica em drogarias

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Reis, Tiago Marques dos
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/119379
Resumo: Introdução. A profissão farmacêutica está em uma fase de transição na qual se tenta resgatar ao farmacêutico o papel de responsável pela farmacoterapia. Nesse sentido, a dispensação de medicamentos e a realização da Atenção Farmacêutica emergem como ferramentas eficazes para viabilizar o sucesso do tratamento medicamentoso. Entretanto, para que os resultados sejam favoráveis à saúde do usuário de medicamentos, é fundamental que o profissional possua o conhecimento necessário para a realização dos serviços farmacêuticos citados e demonstre condutas adequadas frente aos mesmos. Além disso, o tempo despendido pelos farmacêuticos com atividades não relacionadas à profissão e os interesses comerciais sobre a venda dos medicamentos podem limitar a realização adequada desses serviços. Objetivo. Avaliar o conhecimento dos farmacêuticos para a prática da dispensação de medicamentos e da Atenção Farmacêutica em drogarias, verificando suas condutas para executá-las. Casuística e Métodos. Durante o desenvolvimento deste estudo descritivo, todas as drogarias de quatro municípios brasileiros foram visitadas entre outubro e dezembro de 2012 e os farmacêuticos que atuavam nesses estabelecimentos foram convidados a responder um questionário estruturado e validado contendo 47 perguntas relacionadas aos profissionais e às drogarias onde trabalhavam. Os dados coletados foram tabulados em duplicata por dois pesquisadores independentes, sendo posteriormente analisados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto. Resultados e Discussão. Durante a coleta de dados foram visitadas 486 drogarias e apenas 112 farmacêuticos aceitaram participar do estudo. A maioria deles era do gênero feminino (72,3%), tinha entre 20 e 30 anos de idade (48,2%), havia se formado em instituições privadas (72,8%) e trabalhava na mesma drogaria entre um e cinco anos (49,1%). Mais da metade dos participantes ocupava a função de responsável técnico (55,4%), sendo que 38,7% deles trabalhavam mais que 44h/semana e 40,3% recebiam menos que o piso salarial como remuneração. Com relação à dispensação de medicamentos, 78,6% dos farmacêuticos não apresentaram conhecimento satisfatório para realizar esse serviço, o que revela possíveis lacunas na formação e na educação continuada dos profissionais. Inversamente ao que ocorre em países mais desenvolvidos, verificou-se que as atividades gerenciais são realizadas com frequência pelos profissionais, restando um curto período de tempo para a dispensação. Fatores como o comissionamento sobre a venda de medicamentos e a comercialização de produtos alheios a saúde representam obstáculos para que as drogarias sejam compreendidas como estabelecimentos de saúde. Os participantes demonstraram não possuir conhecimento satisfatório também com relação a Atenção Farmacêutica, havendo participantes que delegam a funcionários leigos em Farmácia a responsabilidade pela execução desse serviço. Setenta e nove farmacêuticos alegaram realizar a Atenção Farmacêutica, mas apenas quatro parecem desempenhar as atividades relacionadas a essa prática conforme determina a legislação sanitária. Conclusão. Os farmacêuticos não possuem conhecimento suficiente para realizar a dispensação de medicamentos e a Atenção Farmacêutica em drogarias, além de apresentarem condutas inadequadas à promoção do uso racional de medicamentos durante a dispensação.
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Avaliar o conhecimento dos farmacêuticos para a prática da dispensação de medicamentos e da Atenção Farmacêutica em drogarias, verificando suas condutas para executá-las. Casuística e Métodos. Durante o desenvolvimento deste estudo descritivo, todas as drogarias de quatro municípios brasileiros foram visitadas entre outubro e dezembro de 2012 e os farmacêuticos que atuavam nesses estabelecimentos foram convidados a responder um questionário estruturado e validado contendo 47 perguntas relacionadas aos profissionais e às drogarias onde trabalhavam. Os dados coletados foram tabulados em duplicata por dois pesquisadores independentes, sendo posteriormente analisados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto. Resultados e Discussão. Durante a coleta de dados foram visitadas 486 drogarias e apenas 112 farmacêuticos aceitaram participar do estudo. A maioria deles era do gênero feminino (72,3%), tinha entre 20 e 30 anos de idade (48,2%), havia se formado em instituições privadas (72,8%) e trabalhava na mesma drogaria entre um e cinco anos (49,1%). Mais da metade dos participantes ocupava a função de responsável técnico (55,4%), sendo que 38,7% deles trabalhavam mais que 44h/semana e 40,3% recebiam menos que o piso salarial como remuneração. Com relação à dispensação de medicamentos, 78,6% dos farmacêuticos não apresentaram conhecimento satisfatório para realizar esse serviço, o que revela possíveis lacunas na formação e na educação continuada dos profissionais. Inversamente ao que ocorre em países mais desenvolvidos, verificou-se que as atividades gerenciais são realizadas com frequência pelos profissionais, restando um curto período de tempo para a dispensação. Fatores como o comissionamento sobre a venda de medicamentos e a comercialização de produtos alheios a saúde representam obstáculos para que as drogarias sejam compreendidas como estabelecimentos de saúde. Os participantes demonstraram não possuir conhecimento satisfatório também com relação a Atenção Farmacêutica, havendo participantes que delegam a funcionários leigos em Farmácia a responsabilidade pela execução desse serviço. Setenta e nove farmacêuticos alegaram realizar a Atenção Farmacêutica, mas apenas quatro parecem desempenhar as atividades relacionadas a essa prática conforme determina a legislação sanitária. Conclusão. Os farmacêuticos não possuem conhecimento suficiente para realizar a dispensação de medicamentos e a Atenção Farmacêutica em drogarias, além de apresentarem condutas inadequadas à promoção do uso racional de medicamentos durante a dispensação.Introduction. The pharmacy profession is in a transition phase in which it tries to rescue the role of pharmacists as professionals responsible for the pharmacotherapy. In this way, dispensing of drugs and Pharmaceutical Care practice emerge as effective tools to enable the success of drug treatment. However, it is essential that the professional acquire the necessary knowledge and demonstrate adequate behavior to perform the pharmaceutical services mentioned above in order to provide results that improve the health of patients. Furthermore, the time spent by pharmacists with activities not related to the profession and the commercial interests on the sale of drugs may limit the proper performance of those services. Objective. To evaluate the knowledge of pharmacists to the practice of dispensing of drugs and Pharmaceutical Care in pharmacies, verifying their behavior to accomplish these services. Patients and Methods. During the development of this descriptive study, all pharmacies of four Brazilian municipalities were visited between October and December 2012. The pharmacists who worked in these establishments were invited to answer a structured and validated questionnaire containing 47 questions related to the professionals and the pharmacies where they worked. The collected data were tabulated in duplicate by two independent researchers for later analysis. The study was approved by the Research Ethics Committee of the School of Pharmaceutical Sciences of Ribeirão Preto. Results and Discussion. During data collection, 486 pharmacies were visited but only 112 pharmacists agreed to participate on the study. Most of them were female (72.3%), from 20 to 30 years old (48.2%), graduated in private institutions (72.8%) and worked in the same pharmacy between one and five years (49.1%). More than half of the participants were pharmacist supervisors (55.4%), while 38.7% of them worked more than 44h/week and 40.3% earned less than the minimum salary recommended. Considering the dispensing of drugs, 78.6% of the pharmacists did not present enough knowledge to perform this service, which reveals possible gaps in training and continuous education of this professionals. In contrast to what occurs in more developed countries, the management activities are performed frequently by this professionals remaining a short period of time to perform dispensing of drugs. Factors such as the commissioning of drug sales and marketing of products unrelated to health represent obstacles to make the pharmacies recognized as health establishment. The participants demonstrated a lack of satisfactory knowledge even in relation to Pharmaceutical Care, since they delegate the responsibility of this service to lay employees. Seventy-nine pharmacists claimed to perform pharmaceutical care, but only four appear to perform activities related to this practice according to what is stated by the sanitary legislation. Conclusion. The pharmacists lack sufficient knowledge to perform dispensing of drugs and pharmaceutical care in pharmacies, moreover they present some inadequate behavior to promote the rational use of drugs.application/pdfporAtenção farmacêuticaDispensação de medicamentosFarmacêuticosPharmacistsKnowledgeBehaviorDispensing of drugsPharmaceutical carePharmaciesConhecimento e condutas dos farmacêuticos para a dispensação de medicamentos e a realização da atenção farmacêutica em drogariasKnowledge and behaviors of pharmacists for dispensing of drugs and performing pharmaceutical care in pharmacies info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de FarmáciaPrograma de Pós-Graduação em Assistência FarmacêuticaPorto Alegre, BR-RS2013mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000901498.pdf000901498.pdfTexto completoapplication/pdf687899http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/119379/1/000901498.pdf1b5de0ebcd2f5b0d7f691c2f82de5643MD51TEXT000901498.pdf.txt000901498.pdf.txtExtracted Texttext/plain172525http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/119379/2/000901498.pdf.txtd51175b6b1eed8dcca17cd4861c6e948MD52THUMBNAIL000901498.pdf.jpg000901498.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1032http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/119379/3/000901498.pdf.jpg5be23cfc2a462f1ffedd553d5a04d3e5MD5310183/1193792018-10-24 08:46:39.173oai:www.lume.ufrgs.br:10183/119379Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-24T11:46:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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