O educativo na experiência do movimento de mulheres camponesas : resistência, enfrentamento e libertação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cinelli, Catiane
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/149118
Resumo: A presente Tese de Doutorado intitulada O educativo na experiência do Movimento de Mulheres Camponesas: Resistência, Enfrentamento e Libertação discute educação a partir dos movimentos populares, em especial, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). A pesquisa é fruto de experiência vivida e estudos sobre mulheres camponesas. Dessa forma, utilizou-se o materialismo histórico dialético enquanto método que busca pensar as relações entre as experiências práticas e a tomada de consciência, gerando novos modos de vida, em meio às contradições e resistências ao modelo capitalista de produção e à cultura patriarcal, construindo formas alternativas de viver. Assim, a metodologia é orientada pela pesquisa participante com elementos da pesquisa-ação. Os instrumentos utilizados se deram com observações participantes ou militantes, registradas no Diário de Campo, e entrevistas semiestruturadas com oito mulheres camponesas que desenvolvem experiências agroecológicas nos estados de Santa Catariana e da Bahia, sendo estas entrevistas gravadas e posteriormente transcritas. Para o delineamento da tese, foram utilizadas ainda, fontes documentais, como cartilhas, relatórios e panfletos escritos pelo MMC, além dos referenciais teóricos e metodológicos. As categorias analíticas se encontram no decorrer do texto: o campesinato, a experiência, a cultura, a resistência, o enfrentamento, o feminismo camponês e popular e o educativo. A pesquisa realizada revelou que as mulheres camponesas constroem alternativas para sair de uma situação de exploração capitalista, consolidada no campo através do agronegócio, e, ao fazer isso, também buscam sair da opressão causada pelo sistema patriarcal revelada nas relações de gênero desiguais. Com a tomada de consciência de que vivem nessa situação, as camponesas partem para uma reflexão pessoal e coletiva sobre a necessidade de construir formas de autonomia e libertação, assumindo-se como protagonistas de uma história de luta, organização e formação, através do feminismo camponês e popular. Trabalha-se sobre cultura, no sentido de compreender que as camponesas constroem uma cultura a partir de suas vivências de mulheres, incluindo seus aprendizados nas lutas enquanto camponesas. A partir de sua experiência, as mulheres camponesas constroem outras formas de viver na sociedade, resistindo e enfrentando o sistema capitalista e patriarcal. Com suas produções agroecológicas mostram que há outras formas de estar e de viver no mundo e no campo, para além do que é ditado pelo agronegócio, experienciando outras relações com a terra, com a natureza, com as pessoas e com todos os seres vivos. Com isso, demonstram que a agroecologia pode também ser considerada como um modo de vida. Mostra-se, na resistência e enfrentamento em meio às contradições vivenciadas, que há um processo pedagógico-cultural, portanto educativo e gerador de culturas, no qual as mulheres aprendem e ensinam, simultaneamente, a produção do viver no envolvimento com o Movimento de Mulheres Camponesas. Por fim, evidencia-se a tese de que “as experiências de resistência e de enfrentamento das mulheres camponesas do MMC, diante do sistema capitalista e patriarcal, para além de serem constituidoras de novos aprendizados, indicam também, as possibilidades de construir outros modos de vida”.
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Os instrumentos utilizados se deram com observações participantes ou militantes, registradas no Diário de Campo, e entrevistas semiestruturadas com oito mulheres camponesas que desenvolvem experiências agroecológicas nos estados de Santa Catariana e da Bahia, sendo estas entrevistas gravadas e posteriormente transcritas. Para o delineamento da tese, foram utilizadas ainda, fontes documentais, como cartilhas, relatórios e panfletos escritos pelo MMC, além dos referenciais teóricos e metodológicos. As categorias analíticas se encontram no decorrer do texto: o campesinato, a experiência, a cultura, a resistência, o enfrentamento, o feminismo camponês e popular e o educativo. A pesquisa realizada revelou que as mulheres camponesas constroem alternativas para sair de uma situação de exploração capitalista, consolidada no campo através do agronegócio, e, ao fazer isso, também buscam sair da opressão causada pelo sistema patriarcal revelada nas relações de gênero desiguais. Com a tomada de consciência de que vivem nessa situação, as camponesas partem para uma reflexão pessoal e coletiva sobre a necessidade de construir formas de autonomia e libertação, assumindo-se como protagonistas de uma história de luta, organização e formação, através do feminismo camponês e popular. Trabalha-se sobre cultura, no sentido de compreender que as camponesas constroem uma cultura a partir de suas vivências de mulheres, incluindo seus aprendizados nas lutas enquanto camponesas. A partir de sua experiência, as mulheres camponesas constroem outras formas de viver na sociedade, resistindo e enfrentando o sistema capitalista e patriarcal. Com suas produções agroecológicas mostram que há outras formas de estar e de viver no mundo e no campo, para além do que é ditado pelo agronegócio, experienciando outras relações com a terra, com a natureza, com as pessoas e com todos os seres vivos. Com isso, demonstram que a agroecologia pode também ser considerada como um modo de vida. Mostra-se, na resistência e enfrentamento em meio às contradições vivenciadas, que há um processo pedagógico-cultural, portanto educativo e gerador de culturas, no qual as mulheres aprendem e ensinam, simultaneamente, a produção do viver no envolvimento com o Movimento de Mulheres Camponesas. Por fim, evidencia-se a tese de que “as experiências de resistência e de enfrentamento das mulheres camponesas do MMC, diante do sistema capitalista e patriarcal, para além de serem constituidoras de novos aprendizados, indicam também, as possibilidades de construir outros modos de vida”.The present doctoral dissertation untitled The educative in the experience of the Rural Women's Movement: resistance, confrontation and release discusses education since the popular movement mainly the Peasant Women Movement (MMC). The research arises from the lived experience and preview studies about peasant women. Thus, it was utilized the historical dialectical materialism as method that searches to think the relationship between practical experience and the awareness taken, generating new ways of life in the midst of contradictions and resistance to the capitalist model of production and the patriarchal culture, building then alternative forms of living. The methodology is oriented by the participant research with elements of research–action. The utilized instruments were participant or militant observation, notes in the field diary and semi structured interview with eight peasant women that develop agro ecologic experiences, in the states of Santa Catarina and Bahia, being the interviews recorded and then transcript. The layout of the doctoral dissertation counted on document sources such as didactic books, reports and folders written by MMC, besides theoretical and methodological references. The analytical categories are found in the text: peasantry, experience, culture, resistance, confronting, popular peasant feminism and education. The research revealed that the peasant women build alternatives to quit an exploring capitalist situation consolidated in the countryside through the agro business and doing that, also search to leave off the oppression caused by the patriarchal system revealed in the unequal gender relationship. Taking awareness of the lived situation, the peasant women reach a personal and collective reflection about the necessity to build autonomy and freedom, assuming themselves as protagonists of their history of struggle, organization and formation through the peasant and popular feminism. Culture is seen in order to comprehend that the peasant produce culture since their experiences of women including their learning in the struggle as peasants. Since their lived experience, the peasant women build other ways of living in society, resisting and confronting the capitalist and patriarchal system. Their agro ecologic productions demonstrate that there are other ways to be and to live in the world and in the countryside, besides what is established by the agro business, having other relationship with the land, the nature, the people and every living being. Along with that, they demonstrate that the agro ecology may also be considered as a way of living. And it is shown in the resistance and confronts in the midst of living contradictions that there is a cultural and pedagogical process, therefore educational and generator of culture, in which the women learn and teach simultaneously the production of living involved with Peasant Women Movement. Finally, it is highlighted the thesis that “the experiences of resistance and confront of peasant women from MMC, since the capitalist and patriarchal system, besides constitute new learning indicate possibilities to build other ways of living as well.application/pdfporMulherEducação ruralExperiencePeasant womenResistanceConfrontEducationO educativo na experiência do movimento de mulheres camponesas : resistência, enfrentamento e libertaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2016doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001004835.pdf001004835.pdfTexto completoapplication/pdf2580501http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/149118/1/001004835.pdf39d98e0a098aea9f3dadb7b3ead17f79MD51TEXT001004835.pdf.txt001004835.pdf.txtExtracted Texttext/plain521502http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/149118/2/001004835.pdf.txt2377287f9b18e66e756d69cd15891283MD52THUMBNAIL001004835.pdf.jpg001004835.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1566http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/149118/3/001004835.pdf.jpg046bff3d4dba54818d54787f780e90e2MD5310183/1491182018-10-29 09:15:04.551oai:www.lume.ufrgs.br:10183/149118Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-29T12:15:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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