Investindo no conflito : a correção pelo outro construindo discordâncias agravadas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/8035 |
Resumo: | O presente trabalho tem por objeto de análise seqüências de discordância levadas adiante por correções pelo outro, e seu objetivo é caracterizar a ocorrência de correções pelo outro, sublinhando suas implicações e distinções em relação a outros recursos para discordar. Seguindo a tradição de pesquisa em Análise da Conversa, em que a relação entre correção e discordância tem sido apontada mas não elucidada por completo, cerca de oito horas de registros audiovisuais de interações cotidianas foram geradas, e, nesse corpus, localizadas e reunidas instâncias em que a correção pelo outro levava adiante uma discordância entre os interlocutores. Observou-se que, ocorrendo no início, no meio ou no fim de uma discordância, a correção produz não apenas um questionamento de um item/expressão equivocado no turno do interlocutor, mas centralmente implica o questionamento da apresentação do interlocutor como conhecedor do tópico em debate. Observou-se, ainda, a redução de índices de despreferência por discordância ao longo da seqüência, evidenciando a orientação dos participantes para acentuar progressivamente o debate. Comparando-se com outros recursos para discordar, observou-se que a correção pelo outro intervém mais diretamente no turno do opositor, implica necessariamente anulação da proposta do opositor, permite um monitoramento do ponto em que a discordância foi abandonada (quando é o caso) e, ao implicar a legitimidade do falante sobre o tópico em debate, implica necessariamente a falta de autoridade do interlocutor. Conclui-se, portanto, que a correção pelo outro é um recurso bastante mais agravado do que outros para produzir discordâncias, evidenciando, nas seqüências em que ocorre, a orientação dos participantes para sublinhar a oposição, em lugar de mitigá-la. |
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Loder, Letícia LudwigGarcez, Pedro de Moraes2007-06-06T19:12:38Z2006http://hdl.handle.net/10183/8035000565363O presente trabalho tem por objeto de análise seqüências de discordância levadas adiante por correções pelo outro, e seu objetivo é caracterizar a ocorrência de correções pelo outro, sublinhando suas implicações e distinções em relação a outros recursos para discordar. Seguindo a tradição de pesquisa em Análise da Conversa, em que a relação entre correção e discordância tem sido apontada mas não elucidada por completo, cerca de oito horas de registros audiovisuais de interações cotidianas foram geradas, e, nesse corpus, localizadas e reunidas instâncias em que a correção pelo outro levava adiante uma discordância entre os interlocutores. Observou-se que, ocorrendo no início, no meio ou no fim de uma discordância, a correção produz não apenas um questionamento de um item/expressão equivocado no turno do interlocutor, mas centralmente implica o questionamento da apresentação do interlocutor como conhecedor do tópico em debate. Observou-se, ainda, a redução de índices de despreferência por discordância ao longo da seqüência, evidenciando a orientação dos participantes para acentuar progressivamente o debate. Comparando-se com outros recursos para discordar, observou-se que a correção pelo outro intervém mais diretamente no turno do opositor, implica necessariamente anulação da proposta do opositor, permite um monitoramento do ponto em que a discordância foi abandonada (quando é o caso) e, ao implicar a legitimidade do falante sobre o tópico em debate, implica necessariamente a falta de autoridade do interlocutor. Conclui-se, portanto, que a correção pelo outro é um recurso bastante mais agravado do que outros para produzir discordâncias, evidenciando, nas seqüências em que ocorre, a orientação dos participantes para sublinhar a oposição, em lugar de mitigá-la.This study is aimed at characterizing the occurrence of other-correction in disagreement sequences by focusing on its implication to the sequence and its particularities in relation to other methods for disagreeing. Based on the framework of Conversation Analysis, within which the relationship between other-correction and disagreement has been pointed out, though not yet accounted for in detailed analysis, roughly eight hours of daily interaction were recorded, and instances of other-correction in disagreement sequences were identified. Othercorrections were observed to be implicated in the beginning, middle or end of disagreement sequences, focusing not only on trouble in an item/expression in previous turn, but implying crucially the questioning of the presentation of previous speaker as knowledgeable about the topic. The orientation to preference for disagreement as the sequence progressed was also observed, evidencing participants’ orientation to aggravate the dispute. In comparison to other methods for disagreeing, other-correction was observed to be more directly opposed to previous turn, to imply the opponent’s position as necessarily invalid, to allow the monitoring of moves to abort the sequence (when this is the case), and to necessarily impute lack of authority on the topic to the interlocutor. Other-correction is concluded to be a method engendering much more aggravation than other methods for disagreeing, evidencing the orientation of participants to invest in, rather than mitigate, the opposition.application/pdfporAnálise da conversaçãoDiscordânciaConversaçãoInteraçãoReparoCorreçãoLíngua portuguesaBrasilOther-correction(Aggravated) DisagreemenOrdinary interactionInvestindo no conflito : a correção pelo outro construindo discordâncias agravadasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em LetrasPorto Alegre, BR-RS2006mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000565363.pdf000565363.pdfTexto completoapplication/pdf529732http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/8035/1/000565363.pdfdadae854580e2ed48348956946437efaMD51TEXT000565363.pdf.txt000565363.pdf.txtExtracted Texttext/plain315246http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/8035/2/000565363.pdf.txtd5d16c546c7322097445e2d4a0244696MD52THUMBNAIL000565363.pdf.jpg000565363.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg968http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/8035/3/000565363.pdf.jpgf980bc158936d494739201a7bb63b670MD5310183/80352018-10-17 09:13:04.22oai:www.lume.ufrgs.br:10183/8035Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-17T12:13:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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