Revisão das espécies do gênero Rhamdia (siluriformes : heptapteridae) de drenagens costeiras do sul e sudeste do Brasil, um exemplo de diversidade subestimada do gênero

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Anza, Juan Andres
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/60557
Resumo: Este trabalho trata da revisão das espécies do gênero Rhamdia Bleeker, 1858 ocorrentes nas bacias hidrográficas costeiras das regiões sul e sudeste do Brasil, entre o sistema do rio Tramandaí (segundo Malabarba & Isaia (1992), sistema hidrográfico composto principalmente de lagoas costeiras, estendendo-se a partir da lagoa Cerquinha [ao sul] até a lagoa Itapeva [ao norte], incluindo rios de encosta como o rio Maquiné e o rio Três Forquilhas), no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, e a bacia do rio Ribeira de Iguape, no Estado de São Paulo, Brasil. O levantamento das informações dos exemplares consistiu na tomada de nove dados merísticos e 36 dados morfométricos, além de outras informações como padrão de colorido, comprimento dos barbilhões, morfologia das nadadeiras, dos espinhos das nadadeiras peitoral e dorsal, das placas de dentes pré-maxilares e do dentário, entre outras. As análises permitiram a diagnose e descrição de cinco espécies na área de estudo. Apenas uma delas, Rhamdia sp. 4, apresenta ampla distribuição sendo registrada em todas as grandes bacias hidrográficas analisadas; diagnosticada principalmente pelos longos barbilhões (principalmente os maxilares) e pelos longos espinhos das nadadeiras peitorais e dorsal. As demais espécies apresentam distribuição geográfica restrita. Rhamdia sp. 1 é conhecida apenas para algumas regiões de nascentes da bacia do rio Ribeira de Iguape e é diagnosticada principalmente pelos barbilhões maxilares extremamente curtos, pelas pequenas nadadeiras pélvicas e pela grande altura do corpo na origem da nadadeira dorsal. Rhamdia sp. 2, conhecida para os rios compreendidos entre o sistema do rio Tramandaí (nordeste do Rio Grande do Sul) e a bacia do rio Araranguá (sudeste de Santa Catarina), é diagnosticada principalmente pela cabeça claramente deprimida (especialmente nos exemplares com mais de 200,0 mm), pelo alargamento conspícuo da base dos barbilhões maxilares e pelo comprimento da base da nadadeira dorsal geralmente menor que o comprimento do raio mais longo. Rhamdia sp. 3 é conhecida apenas para alguns afluentes da bacia do rio Morato (PR) e é diagnosticada principalmente pelo maior comprimento das placas de dentes pré-maxilares (23,6–28,1% [25,3%] do CC versus 14,8–25,3% do CC). Rhamdia sp. 5, conhecida através de um único lote, proveniente da bacia do rio Cubatão, é diagnosticada principalmente pelas pequenas nadadeiras pélvicas, pelo menor comprimento da cabeça, pela menor largura da boca e pela menor distância pré-dorsal. Rhamdia sp. 3 e R. sp. 4 foram registradas no mesmo lote em duas ocasiões em afluentes do rio Morato (MHNCI 7827 e MHNCI 7926) e a ocorrência de sintopia entre elas reforça o reconhecimento desses dois morfótipos como espécies distintas. Apesar de Rhamdia sp. 4 ter sido registrada em todas as bacias hidrográficas estudadas, em nenhuma outra localidade (além dos afluentes do rio Morato) esta ocorreu em sintopia com as demais espécies diagnosticadas do gênero, pois ocupavam porções distintas dos corpos d’água. Todas as espécies aqui descritas se enquadram em Rhamdia quelen (não Quoy & Gaimard, 1824) na definição de Silfvergrip (1996), permanecendo a definição de seu status específico dependente da redefinição de R. quelen e da comparação com populações de espécies nominais descritas de outras bacias. A diagnose de cinco espécies de Rhamdia para uma área geográfica tão restrita (drenagens costeiras do sul e sudeste do Brasil), surpreende pela diversidade de espécies encontradas e alerta para a subestimativa atual da riqueza de espécies no gênero (19 espécies do México a Argentina).
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O levantamento das informações dos exemplares consistiu na tomada de nove dados merísticos e 36 dados morfométricos, além de outras informações como padrão de colorido, comprimento dos barbilhões, morfologia das nadadeiras, dos espinhos das nadadeiras peitoral e dorsal, das placas de dentes pré-maxilares e do dentário, entre outras. As análises permitiram a diagnose e descrição de cinco espécies na área de estudo. Apenas uma delas, Rhamdia sp. 4, apresenta ampla distribuição sendo registrada em todas as grandes bacias hidrográficas analisadas; diagnosticada principalmente pelos longos barbilhões (principalmente os maxilares) e pelos longos espinhos das nadadeiras peitorais e dorsal. As demais espécies apresentam distribuição geográfica restrita. Rhamdia sp. 1 é conhecida apenas para algumas regiões de nascentes da bacia do rio Ribeira de Iguape e é diagnosticada principalmente pelos barbilhões maxilares extremamente curtos, pelas pequenas nadadeiras pélvicas e pela grande altura do corpo na origem da nadadeira dorsal. Rhamdia sp. 2, conhecida para os rios compreendidos entre o sistema do rio Tramandaí (nordeste do Rio Grande do Sul) e a bacia do rio Araranguá (sudeste de Santa Catarina), é diagnosticada principalmente pela cabeça claramente deprimida (especialmente nos exemplares com mais de 200,0 mm), pelo alargamento conspícuo da base dos barbilhões maxilares e pelo comprimento da base da nadadeira dorsal geralmente menor que o comprimento do raio mais longo. Rhamdia sp. 3 é conhecida apenas para alguns afluentes da bacia do rio Morato (PR) e é diagnosticada principalmente pelo maior comprimento das placas de dentes pré-maxilares (23,6–28,1% [25,3%] do CC versus 14,8–25,3% do CC). Rhamdia sp. 5, conhecida através de um único lote, proveniente da bacia do rio Cubatão, é diagnosticada principalmente pelas pequenas nadadeiras pélvicas, pelo menor comprimento da cabeça, pela menor largura da boca e pela menor distância pré-dorsal. Rhamdia sp. 3 e R. sp. 4 foram registradas no mesmo lote em duas ocasiões em afluentes do rio Morato (MHNCI 7827 e MHNCI 7926) e a ocorrência de sintopia entre elas reforça o reconhecimento desses dois morfótipos como espécies distintas. Apesar de Rhamdia sp. 4 ter sido registrada em todas as bacias hidrográficas estudadas, em nenhuma outra localidade (além dos afluentes do rio Morato) esta ocorreu em sintopia com as demais espécies diagnosticadas do gênero, pois ocupavam porções distintas dos corpos d’água. Todas as espécies aqui descritas se enquadram em Rhamdia quelen (não Quoy & Gaimard, 1824) na definição de Silfvergrip (1996), permanecendo a definição de seu status específico dependente da redefinição de R. quelen e da comparação com populações de espécies nominais descritas de outras bacias. 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