Influência do treinamento de força sobre parâmetros comportamentais em modelo animal de alcoolismo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Jordan Cassiano da
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/229473
Resumo: O uso abusivo e a dependência de álcool são considerados um grave problema de saúde pública. O Brasil apresenta grande número de dependentes de álcool e um número ainda maior de pessoas com comportamento de consumo considerado nocivo à saúde. O tratamento para o alcoolismo se mostra ainda muito ineficiente, considerando a alta prevalência de recaídas e a baixa adesão ao tratamento. Apesar do exercício físico ser uma forma segura e eficaz de prevenção e recurso terapêutico para diversos problemas de saúde, pouco se conhece sobre os benefícios do exercício para indivíduos com desordens de uso de álcool. Ainda não foram investigados os possíveis efeitos de uma intervenção, com treinamento físico, no comportamento de consumo e tratamento da dependência em estudos pré-clínicos de alcoolismo. Nesse estudo, foram investigadas as alterações comportamentais decorrentes da intervenção aguda com o treinamento de força em ratos dependentes de álcool. Para isso, ratos Wistar machos (n = 96) foram divididos em 6 grupos: Controle Sedentário (CS), Controle Treinado (CT), Abstinente Sedentário (WS), Abstinente Treinado (WT), Álcool Sedentário (AS) e Álcool Treinado (AT). A indução da dependência ao álcool ocorreu por meio do modelo de consumo voluntário e o protocolo teve duração de 28 dias. Em seguida, os animais foram submetidos ao protocolo de treinamento de força, que consistiu em escalada vertical com duração de 2 semanas. Foi avaliado, além do consumo voluntário de álcool, a atividade locomotora espontânea e comportamentos do tipo ansioso. O treinamento de força, com 14 dias de duração, não alterou significativamente o comportamento de consumo ou preferência pelo álcool dos animais alcoolistas (grupo AT). Contrário ao esperado, esses animais do grupo AT apresentaram comportamento do tipo ansioso após o período de intervenção com o exercício físico. O treinamento de força preveniu comportamentos tipo-ansioso nos animais WT, possivelmente relacionado aos efeitos anti-inflamatórios e neuroprotetores do exercício físico. Sugerimos a intervenção com o treinamento de força durante a abstinência de álcool pois os efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes do exercício podem ajudar a preservar as funções cognitivas e prevenir os distúrbios de ansiedade.
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Nesse estudo, foram investigadas as alterações comportamentais decorrentes da intervenção aguda com o treinamento de força em ratos dependentes de álcool. Para isso, ratos Wistar machos (n = 96) foram divididos em 6 grupos: Controle Sedentário (CS), Controle Treinado (CT), Abstinente Sedentário (WS), Abstinente Treinado (WT), Álcool Sedentário (AS) e Álcool Treinado (AT). A indução da dependência ao álcool ocorreu por meio do modelo de consumo voluntário e o protocolo teve duração de 28 dias. Em seguida, os animais foram submetidos ao protocolo de treinamento de força, que consistiu em escalada vertical com duração de 2 semanas. Foi avaliado, além do consumo voluntário de álcool, a atividade locomotora espontânea e comportamentos do tipo ansioso. O treinamento de força, com 14 dias de duração, não alterou significativamente o comportamento de consumo ou preferência pelo álcool dos animais alcoolistas (grupo AT). Contrário ao esperado, esses animais do grupo AT apresentaram comportamento do tipo ansioso após o período de intervenção com o exercício físico. O treinamento de força preveniu comportamentos tipo-ansioso nos animais WT, possivelmente relacionado aos efeitos anti-inflamatórios e neuroprotetores do exercício físico. Sugerimos a intervenção com o treinamento de força durante a abstinência de álcool pois os efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes do exercício podem ajudar a preservar as funções cognitivas e prevenir os distúrbios de ansiedade.Abuse and alcohol dependence are considered a public health problem. Brazil has a large number of alcohol dependents and an even greater number of people with consumption behavior considered harmful to health. Treatment for alcoholism is still very inefficient, considering the high prevalence of relapses and low adherence to treatment. Although physical exercise is a safe and effective form of prevention and therapeutic resource for several health problems, little is known about the benefits of exercise for individuals with alcohol use disorders. The possible effects of an intervention, with physical training, on consumption behavior and addiction treatment in preclinical studies of alcoholism have not yet been investigated. In this study, behavioral changes resulting from acute intervention with strength training in alcohol-dependent rats were investigated. For this, male Wistar rats (n = 96) were divided into 6 groups: Sedentary Control (CS), Trained Control (CT), Sedentary Abstinent (WS), Trained Abstinent (WT), Sedentary Alcohol (AS) and Trained Alcohol (AT). The induction of alcohol dependence occurred through the voluntary consumption model and the protocol lasted 28 days. Then, the animals were submitted to the strength training protocol, which consisted of vertical climbing lasting 2 weeks. In addition to voluntary alcohol consumption, spontaneous locomotor activity and anxious behaviors were evaluated. Strength training, lasting 14 days, did not significantly alter the consumption behavior or preference for alcohol in alcoholic animals (AT group). Contrary to expectations, these animals in the AT group showed anxious behavior after the intervention period with physical exercise. Strength training prevented anxiety-like behaviors in WT animals, possibly related to the antiinflammatory and neuroprotective effects of physical exercise. We suggest intervention with strength training during alcohol withdrawal because the anti-inflammatory and antioxidant effects of exercise can help preserve cognitive functions and prevent anxiety disorders.application/pdfporAlcoolismoAbstinência de álcoolExercício físicoTreinamento de forçaReceptores de GABAÁcido gama-aminobutíricoInfluência do treinamento de força sobre parâmetros comportamentais em modelo animal de alcoolismoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da SaúdePrograma de Pós-Graduação em NeurociênciasPorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001130941.pdf.txt001130941.pdf.txtExtracted Texttext/plain122158http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/229473/2/001130941.pdf.txt1ba6075940d0dffadc86c56ed32ebb1eMD52ORIGINAL001130941.pdfTexto completoapplication/pdf1617546http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/229473/1/001130941.pdf8a3bbed91848ceb4b02753f4f9e55a03MD5110183/2294732023-11-05 04:25:55.851824oai:www.lume.ufrgs.br:10183/229473Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-11-05T06:25:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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