Entre peleia e chamego: Um estudo de práticas, performances e ambivalências em batalhas de poesia do SLAM no RS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/216863 |
Resumo: | Tomado pelo protagonismo da juventude, o movimento de poesia Slam é um fenômeno artístico-cultural que marca, a partir de 2008, o cenário da literatura no Brasil. Desde o seu surgimento no Rio Grande do Sul, entre o fim de 2016 e o início de 2017, o poetry slam tem mobilizado centenas de jovens em batalhas de poesia falada que ocupam as ruas das cidades. Nessa tese analiso o Slam no contexto gaúcho com o objetivo de compreender como este fenômeno se constitui e se caracteriza no campo da literatura marginal, através de suas práticas e do protagonismo dos jovens em suas produções literárias e performáticas. Para isso, busco investigar as origens, problematizar as diferentes produções empreendidas pelos jovens, bem como evidenciar possíveis sinais de ambivalência no Slam. Inscrita no campo teórico dos Estudos Culturais em Educação, a pesquisa caracteriza-se como qualitativa e de inspiração etnográfica. O trabalho de campo consistiu na imersão e acompanhamento de batalhas de poesia realizadas pelos coletivos Slam Peleia e Slam Chamego ao longo do ano de 2019 na cidade de Porto Alegre – RS. O estudo lançou mão de observação participante, uso de diário de campo, registros fotográficos e audiovisuais, além de entrevistas semi-estrutruradas com poetas, organizadores e frequentadores do Slam. A abordagem teórica, por sua vez, envolveu temas como narrativa, literatura marginal, poesia oral, performance, juventude, identidade e ambivalência, a partir de autores como Barthes, Chartier, Zumthor, Eco, Bauman, Hall, Lajolo, Carrano, Sibilia, entre outros. Os dados coletados e construídos mostram que, em uma composição híbrida, o Slam produz espaços de fala e, principalmente, de escuta, das vozes autorais ligadas às periferias. Na atuação dos diferentes coletivos analisados e por meio de suas poesias marginais, os jovens poetas expressam suas vivências e realidades, com o predomínio de um tom de denúncia, revolta e protesto. Em diferentes estratégias, com suas performances e publicações de zines e livros autorais, criam uma identidade poeta/artista e produzem dinâmicas que dão vida a um fenômeno potente e paradoxal. Entre aspectos coletivos e individuais, entre modelos padrão e buscas por renovação, entre a presença e a virtualidade, o Slam se revela ambivalente e pulsante, nas contingências da pós-modernidade. |
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Barbosa, Liége FreitasSilveira, Rosa Maria Hessel2020-12-24T04:21:01Z2020http://hdl.handle.net/10183/216863001120951Tomado pelo protagonismo da juventude, o movimento de poesia Slam é um fenômeno artístico-cultural que marca, a partir de 2008, o cenário da literatura no Brasil. Desde o seu surgimento no Rio Grande do Sul, entre o fim de 2016 e o início de 2017, o poetry slam tem mobilizado centenas de jovens em batalhas de poesia falada que ocupam as ruas das cidades. Nessa tese analiso o Slam no contexto gaúcho com o objetivo de compreender como este fenômeno se constitui e se caracteriza no campo da literatura marginal, através de suas práticas e do protagonismo dos jovens em suas produções literárias e performáticas. Para isso, busco investigar as origens, problematizar as diferentes produções empreendidas pelos jovens, bem como evidenciar possíveis sinais de ambivalência no Slam. Inscrita no campo teórico dos Estudos Culturais em Educação, a pesquisa caracteriza-se como qualitativa e de inspiração etnográfica. O trabalho de campo consistiu na imersão e acompanhamento de batalhas de poesia realizadas pelos coletivos Slam Peleia e Slam Chamego ao longo do ano de 2019 na cidade de Porto Alegre – RS. O estudo lançou mão de observação participante, uso de diário de campo, registros fotográficos e audiovisuais, além de entrevistas semi-estrutruradas com poetas, organizadores e frequentadores do Slam. A abordagem teórica, por sua vez, envolveu temas como narrativa, literatura marginal, poesia oral, performance, juventude, identidade e ambivalência, a partir de autores como Barthes, Chartier, Zumthor, Eco, Bauman, Hall, Lajolo, Carrano, Sibilia, entre outros. Os dados coletados e construídos mostram que, em uma composição híbrida, o Slam produz espaços de fala e, principalmente, de escuta, das vozes autorais ligadas às periferias. Na atuação dos diferentes coletivos analisados e por meio de suas poesias marginais, os jovens poetas expressam suas vivências e realidades, com o predomínio de um tom de denúncia, revolta e protesto. Em diferentes estratégias, com suas performances e publicações de zines e livros autorais, criam uma identidade poeta/artista e produzem dinâmicas que dão vida a um fenômeno potente e paradoxal. Entre aspectos coletivos e individuais, entre modelos padrão e buscas por renovação, entre a presença e a virtualidade, o Slam se revela ambivalente e pulsante, nas contingências da pós-modernidade.Held as a young leadership, Poetry Slam movement is an artistic and cultural phenomenon making its mark on literature in Brazil from 2008 on. From its beginning in Rio Grande do Sul between late 2016 and early 2017, Poetry Slam has rallied hundreds of young people in spoken word challenge in the streets of the towns. In this work I analyse Poetry Slam in the Gaucho context to understand how this phenomenon is characterised in the field of marginal literature through its practices and young leadership in literary and performance works. For this I have sought to investigate origins, challenge different young productions and show possible signs of ambivalence in Poetry Slam. In the field of Cultural Studies in Education, this piece of research is characterised as qualitative and ethnographic. The field research consists of immersion and following Poetry Slam challenges conducted by collective Slam Peleia and Slam Chamego in 2019 in Porto Alegre (RS). The work has drawn to participant observation, use of field notes, photographic and audio-visual registration, as well as semi-structured interviews with Slam poets, organisers and visitors. The theoretical approach involved subjects like narrative, marginal literature, oral poetry, performance, youth, identity, and ambivalence by authors like Barthes, Chartier, Zumthor, Eco, Bauman, Hall, Lajolo, Carrano, Sibilia, etc. Collected and constructed data show that in hybrid composition, Poetry Slam provides conversation, and listening, spaces for periphery-linked authorial voices. In the performance of difference collective situations analysed and through their marginal poetry, the young poets retell their experiences and reality, with a prevailing tone of denunciation, revolt and protest. In different strategies, with their performance and publications of zines and authorial books, they have created a poet/artist identity and produced dynamics enabling a strong paradoxical phenomenon. Between collective and individual aspects, between patterns and search for innovation, between presence and virtuality, Poetry Slam reveals itself ambivalent and pulsing in postmodern contingence.application/pdfporEstudos culturaisPoesia marginalJuventudeLiteratura marginalPerformanceCultural Studies in EducationPoetry SlamMarginal literaturePerformanceYouthAmbivalenceEntre peleia e chamego: Um estudo de práticas, performances e ambivalências em batalhas de poesia do SLAM no RSinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2020doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001120951.pdf.txt001120951.pdf.txtExtracted Texttext/plain564150http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/216863/2/001120951.pdf.txtfe2cf64a2afd2800b0f60460df0feaddMD52ORIGINAL001120951.pdfTexto completoapplication/pdf4756442http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/216863/1/001120951.pdfb4c6d88779d2922696c1256d04f2c3dcMD5110183/2168632021-03-09 04:51:43.078952oai:www.lume.ufrgs.br:10183/216863Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-03-09T07:51:43Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Tomado pelo protagonismo da juventude, o movimento de poesia Slam é um fenômeno artístico-cultural que marca, a partir de 2008, o cenário da literatura no Brasil. Desde o seu surgimento no Rio Grande do Sul, entre o fim de 2016 e o início de 2017, o poetry slam tem mobilizado centenas de jovens em batalhas de poesia falada que ocupam as ruas das cidades. Nessa tese analiso o Slam no contexto gaúcho com o objetivo de compreender como este fenômeno se constitui e se caracteriza no campo da literatura marginal, através de suas práticas e do protagonismo dos jovens em suas produções literárias e performáticas. Para isso, busco investigar as origens, problematizar as diferentes produções empreendidas pelos jovens, bem como evidenciar possíveis sinais de ambivalência no Slam. Inscrita no campo teórico dos Estudos Culturais em Educação, a pesquisa caracteriza-se como qualitativa e de inspiração etnográfica. O trabalho de campo consistiu na imersão e acompanhamento de batalhas de poesia realizadas pelos coletivos Slam Peleia e Slam Chamego ao longo do ano de 2019 na cidade de Porto Alegre – RS. O estudo lançou mão de observação participante, uso de diário de campo, registros fotográficos e audiovisuais, além de entrevistas semi-estrutruradas com poetas, organizadores e frequentadores do Slam. A abordagem teórica, por sua vez, envolveu temas como narrativa, literatura marginal, poesia oral, performance, juventude, identidade e ambivalência, a partir de autores como Barthes, Chartier, Zumthor, Eco, Bauman, Hall, Lajolo, Carrano, Sibilia, entre outros. Os dados coletados e construídos mostram que, em uma composição híbrida, o Slam produz espaços de fala e, principalmente, de escuta, das vozes autorais ligadas às periferias. Na atuação dos diferentes coletivos analisados e por meio de suas poesias marginais, os jovens poetas expressam suas vivências e realidades, com o predomínio de um tom de denúncia, revolta e protesto. Em diferentes estratégias, com suas performances e publicações de zines e livros autorais, criam uma identidade poeta/artista e produzem dinâmicas que dão vida a um fenômeno potente e paradoxal. Entre aspectos coletivos e individuais, entre modelos padrão e buscas por renovação, entre a presença e a virtualidade, o Slam se revela ambivalente e pulsante, nas contingências da pós-modernidade. |
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