Nas águas de Narciso : todo eu é um outro e todo engodo torna-se uma verdade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/106437 |
Resumo: | Esse trabalho versa sobre a perspectiva de atualização da função especular. Tendo como base as obras “O Espelho” (1882), de Machado de Assis; O retrato de Dorian Gray (1891), de Oscar Wilde; “A mulher no espelho: reflexo e reflexão” (1929), de Virgínia Woolf; “Espelho” (1997), de José J. Veiga; e O homem duplicado (2002), de José Saramago, importa analisar a trajetória de evolução do espelho – a qual acompanha o desenvolvimento do cenário literário – assim como a sua relevante significação perante as narrativas. No século XIX, Machado de Assis retrata a capacidade de suprir a falta do olhar do outro, revelando o desaparecimento da individualidade do sujeito e expondo a importância atribuída à alma exterior; em Oscar Wilde, é a função especular quem faz o narcisista Dorian descobrir-se no retrato e, depois, perceber sua verdadeira essência maculada por ações egoístas. Nos século XX e XXI, com a contribuição das teorias psicanalíticas de Freud e de Otto Rank, que dão novos contornos para a questão da consciência do sujeito, Virgínia Woolf narra a descoberta da verdade que ninguém conseguia encontrar – o vazio interior; J. J. Veiga desloca o foco narrativo para o objeto, que revela a qualidade e a veracidade da alma interior; e Saramago discute a falta de singularidade do sujeito e o reconhecimento pelo outro. A função principal do espelho é revelar a verdade que está mascarada e instigar um processo de reconhecimento, de estranhamento entre imagem e reflexo, dialogando, frequentemente, com a temática do duplo e a do fantástico. |
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