Ontogenia floral do gênero Eleocharis R.Br.(Cyperaceae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: San Martin, Juca Abramo Barrera
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/131889
Resumo: Eleocharis, pertencente a família Cyperaceae, é inserido na tribo Eleocharideae, da subfamília Cyperoideae. O gênero apresenta ampla distribuição geográfica e é caracterizado por apresentar inflorescência reduzida a uma única espigueta no ápice do colmo, sem brácteas involucrais e folhas reduzidas à bainha. A reprodução assexuada por propagação vegetativa, como por exemplo a pseudoviviparidade, é amplamente encontrada no gênero. A expressiva redução dos caracteres morfológicos dificulta o estabelecimento de uma classificação infragenérica que reflita a história evolutiva do gênero. Atualmente, o gênero está subdividido e quatro subgêneros: Eleocharis, Limnochloa, Scirpidium e Zinserlingia. O presente trabalho tem como finalidade ampliar o conhecimento da ontogenia floral dentro da família Cyperaceae; compreender as relações de homologias da inflorescência e da flor no gênero Eleocharis; comparar os padrões de desenvolvimento floral entre representantes de três subgêneros; e descrever a ontogenia da estrutura envolvida na pseudoviviparidade, denominada espigueta prolífera. Exemplares de 15 espécies do gênero foram analisadas em microscopia de luz e microscopia eletrônica de varredura. As inflorescências de Eleocharis são reduzidas a única espigueta e se desenvolvem na axila de uma bráctea, com dimensões reduzidas, proximal ao colmo. Ao longo do eixo da ráquila as flores se desenvolvem, em um arranjo helicoidal, na axila de brácteas florais. O padrão de desenvolvimento das flores é semelhante ao descrito para outras espécie da subfamília Cyperoideae. Porém, são encontradas variações no que diz respeito a disposição dos primórdios florais ao logo da espigueta; no número, padrão de desenvolvimento e micromorfologia dos estames; número de ramos do estigma; organização das peças periântica; e, "timing" de desenvolvimento dos verticilos. Entre as espécies pertencentes aos subgêneros Limnochloa e Scirpidium, poucas variações no padrão de desenvolvimento da flor foram encontradas, o que contribui para o estabelecimento desses subgêneros como grupos monofiléticos dentro do gênero Eleocharis. Por outro lado, diferenças significativas são encontradas entre espécies do subgênero Eleocharis, indicando um processo de especiação ativa entre alguns grupos de espécies do gênero Eleocharis. Em relação a pseudoviviparidade, nossos resultados demonstraram que a espigueta prolífera se desenvolve a partir de um meristema localizado na axila da bráctea proximal. Cada espigueta prolífera é formada por unidades simpodiais constituídas por um profilo adossado, uma bainha externa, uma interna e um colmo, que na região terminal desenvolve o primórdio de uma espigueta florífera, que pode ser abortado, e na axila da bráctea proximal ocorre desenvolvimento de uma nova espigueta prolífera. A partir do segundo entrenó de cada unidade simpodial se desenvolve um primórdio de raiz e no entrenó seguinte, um meristema intercalar, que promove o crescimento do colmo e a repetição do padrão de crescimento da planta por pseudoviviparidade. Nossos resultados indicam que a pseudoviviparidade pode coexistir com a reprodução sexuada, como uma estratégia de reprodução alternativa que permite a rápida propagação das populações.
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