Dermatófitos em gatos sem dermatopatias na região metropolitana de Florianópolis - SC

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fraga, Cibele Floriano
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/158496
Resumo: Dermatófitos são denominados os fungos filamentosos queratinofílicos e queratinolíticos responsáveis pela dermatofitose, uma importante zoonose de ocorrência mundial. Gatos são considerados hospedeiros naturais e potenciais carreadores de fungos dermatofíticos, especialmente Microsporum canis, principal agente da dermatofitose em pequenos animais e que frequentemente acomete humanos. A prevalência dos dermatófitos em gatos sem dermatopatias apresenta variações regionais atribuídas aos aspectos climáticos e às características associadas a cada população. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi estimar a frequência de dermatófitos isolados de gatos que não apresentavam sinais clínicos de dermatopatias na região metropolitana de Florianópolis - SC, entre julho de 2015 e outubro de 2016. Características como sexo, idade, comprimento do pelame, sorologia para FIV e FeLV, acesso à rua e contato com outros gatos foram avaliadas em associação ao isolamento de dermatófitos. Amostras do pelame de 198 gatos foram obtidas através da técnica de MacKenzie que consiste na escovação vigorosa dos pelos, por todo corpo do animal, utilizando escova dental estéril. Cento e dez amostras (55,6%) foram colhidas em clínicas veterinárias e 88 (44,4%) em domicílios com numerosos gatos (11 em média). O cultivo micológico foi realizado em Sabouraud Agar Cloranfenicol-Ciclo-hexamida (SCC) e a incubação realizada a 25-27°C, durante 21-28 dias. O diagnóstico foi baseado nas características macro e micromorfológicas do dermatófito isolado. A frequência de dermatófitos correspondeu a 3,0% (6/198), onde apenas o gênero Microsporum foi observado com predomínio de M. canis (66,7%; 4/6), seguido de M. gypseum (33,3%; 2/6). Fungos saprotróficos foram observados em 94,4% das culturas e 5,6% das amostras não tiveram crescimento fúngico. A maior parte dos isolados ocorreu de gatos adultos (66,7%; 4/6), fêmeas (83,3%; 5/6) e de pelame longo (5,4%; 3/55), em comparação às amostras de pelame curto (2,1%; 3/143). Uma parcela dos gatos (30,0%; 59/198) havia sido testada para FIV/FeLV e destes, 27,0% (16/59) eram positivos: 22,0% para FeLV e 5,0% para FIV. Microsporum gypseum foi isolado de um gato FeLV positivo. Dermatófitos foram isolados de gatos em contato com outros gatos (5/165). No entanto, gatos provenientes de domicílios com alta densidade populacional não apresentaram cultura positiva para dermatófitos, fato atribuído à intensa contaminação por espécies saprotróficas. Na ausência de sinais clínicos, há o desafio de detectar fungos dermatofíticos nas criações, o que ressalta a necessidade de controle entre os felinos. O cultivo micológico é um método eficaz, econômico e deve ser indicado pelos médicos veterinários que atuam na clínica médica, tanto no âmbito doméstico, como em abrigos para prevenção e controle da infecção em animais e humanos.
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Características como sexo, idade, comprimento do pelame, sorologia para FIV e FeLV, acesso à rua e contato com outros gatos foram avaliadas em associação ao isolamento de dermatófitos. Amostras do pelame de 198 gatos foram obtidas através da técnica de MacKenzie que consiste na escovação vigorosa dos pelos, por todo corpo do animal, utilizando escova dental estéril. Cento e dez amostras (55,6%) foram colhidas em clínicas veterinárias e 88 (44,4%) em domicílios com numerosos gatos (11 em média). O cultivo micológico foi realizado em Sabouraud Agar Cloranfenicol-Ciclo-hexamida (SCC) e a incubação realizada a 25-27°C, durante 21-28 dias. O diagnóstico foi baseado nas características macro e micromorfológicas do dermatófito isolado. A frequência de dermatófitos correspondeu a 3,0% (6/198), onde apenas o gênero Microsporum foi observado com predomínio de M. canis (66,7%; 4/6), seguido de M. gypseum (33,3%; 2/6). Fungos saprotróficos foram observados em 94,4% das culturas e 5,6% das amostras não tiveram crescimento fúngico. A maior parte dos isolados ocorreu de gatos adultos (66,7%; 4/6), fêmeas (83,3%; 5/6) e de pelame longo (5,4%; 3/55), em comparação às amostras de pelame curto (2,1%; 3/143). Uma parcela dos gatos (30,0%; 59/198) havia sido testada para FIV/FeLV e destes, 27,0% (16/59) eram positivos: 22,0% para FeLV e 5,0% para FIV. Microsporum gypseum foi isolado de um gato FeLV positivo. Dermatófitos foram isolados de gatos em contato com outros gatos (5/165). No entanto, gatos provenientes de domicílios com alta densidade populacional não apresentaram cultura positiva para dermatófitos, fato atribuído à intensa contaminação por espécies saprotróficas. Na ausência de sinais clínicos, há o desafio de detectar fungos dermatofíticos nas criações, o que ressalta a necessidade de controle entre os felinos. O cultivo micológico é um método eficaz, econômico e deve ser indicado pelos médicos veterinários que atuam na clínica médica, tanto no âmbito doméstico, como em abrigos para prevenção e controle da infecção em animais e humanos.Dermatophytes are the filamentous fungi keratinophilic and keratinolytic responsible for dermatophytosis, an important worldwide zoonosis. Cats are considered natural hosts and potential carriers of dermatophytes especially Microsporum canis, the main agent of dermatophytosis in small animals and frequently affects humans. The prevalence of dermatophytes in cats without dermatopathies presents regional variations attributed to the climatic aspects and the characteristics associated with each population. In this context, the aim of this study was to estimate the frequency of dermatophytes isolated from cats that had no clinical signs of dermatopathies in the Metropolitan Area of Florianópolis - SC between July 2015 and October 2016. Sex, age, length of hair, serology for FIV and FeLV, outdoors access and contact with other cats were evaluated in association with the isolation of dermatophytes. Hair samples of 198 cats were obtained through the MacKenzie brush technique consisting of vigorous brushing of the hairs, throughout the animal's body, using a sterile toothbrush. One hundred and ten samples (55.6%) were collected in veterinary clinics and 88 (44.4%) in multiple household cats (average 11). Mycological culture was performed onto Sabouraud Agar Chloramphenicol- Cyclohexamide (SCC), and incubated at 25-27°C for 21-28 days. The diagnosis was based on the macro and micromorphological characteristics of the isolated dermatophyte. The frequency of dermatophytes corresponded to 3.0% (6/198). Only the genus Microsporum was observed with predominance of M. canis (66.7%; 4/6), followed by M. gypseum (33.3%; 2/6). Saprotrophic fungi were observed in 94.4% of the cultures and 5.6% of the samples did not occurred fungal growth. Most of the isolates occurred in adult (66.7%; 4/6), female (83.3%; 5/6) and long hair cats (5.4%; 3/55) compared to the short hair (2.1%). Part of this cats (30.0%, 59/198) had been tested for FIV / FeLV and, among them, 27.0% were positive (22.0% FeLV and 5.0% FIV). Microsporum gypseum was isolated from one FeLV positive cat. Dermatophytes were isolated from cats in contact with other cats (5/165). However, multiple household cats had no positive cultures and this outcome can be associated to high contamination by saprotrophic fungi. In the absence of clinical signs, the challenge of detecting dermatophytic fungi in the creations, which highlights the needs of control among the felines. Mycological cultivation is an effective, economical method and should be indicated by veterinarians working in the medical clinic, both at home and in shelters for the prevention and control of animal and human infection.application/pdfporMicologia veterinariaDermatofitosesMicrosporum canisTecnica de MacKenzieProfilaxiaZoonoses : Animais domesticosFlorianópolis (SC)FelinesDermatophytosisProphylaxisMacKenzie brush techniqueMicrosporum sppDermatófitos em gatos sem dermatopatias na região metropolitana de Florianópolis - SCinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPrograma de Pós-Graduação em Ciências VeterináriasPorto Alegre, BR-RS2017mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001022094.pdf001022094.pdfTexto completoapplication/pdf1479538http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/158496/1/001022094.pdfffce7b318ae354526e9cb9ed8018dfebMD51TEXT001022094.pdf.txt001022094.pdf.txtExtracted Texttext/plain85995http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/158496/2/001022094.pdf.txt9a472f617b64f69d353df75e158deca2MD5210183/1584962017-05-26 02:30:12.398354oai:www.lume.ufrgs.br:10183/158496Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532017-05-26T05:30:12Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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