Organizando com barro : a bioconstrução como prática de cooperação
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/150976 |
Resumo: | A partir da visão de organização como processo busca-se compreender como e por que ocorre o organizar na bioconstrução. A metodologia utilizada segue os pressupostos da Teoria Ator-rede e Depois que traz como conceito central o enactment aliada a discussão de coletivo para iniciar a pesquisa de campo. Os dados empíricos preliminares, obtidos com observação participante em três locais diferentes que trabalham com bioconstrução a partir da visão da Permacultura e analisados a partir da ótica da TAR e Depois que enfatiza as relações de humanos e não-humanos, destacaram a contribuição para o entendimento de prática e cooperação em termos do fazer/pensar indissociáveis. Assim, acrescenta-se na discussão teórica a noção de prática de Schatzki (2005) e a noção de cooperação a partir da proposta de Sennett (2013). Além de observação participante – usada durante toda pesquisa - os dados empíricos foram coletados – em um segundo momento - por entrevistas, questionário e observação não-participante resultando em uma análise temática baseada no entendimento de prática de Schatzki (2005). O texto se desenvolve através de descrição detalhada dos acontecimentos, intercalado com trechos de incursões teóricas que apresentam a assemblege do método conforme pressupõe a TAR e Depois. Com isso, entende-se e descreve-se a bioconstrução como prática de cooperação através das relações entre todos que enactam a bioconstrução – pessoas e a materialidade. Pela ótica da prática, embasada nos dados empíricos, a cooperação está na inteligibilidade prática do organizar da bioconstrução, assim o barro enacta a cooperação, que enacta a bioconstrução, que enacta o barro. Para existir cooperação não é suficiente uma visão comum ou uma moral social, é preciso o fazer/pensar que constitui e reflete, como processo, essa visão. A tese, através de casos empíricos, contribui para as discussões em Estudos Organizacionais sobre o organizar e em Gestão de Pessoas sobre como ocorrem relações de trabalho horizontais, ambos entendendo processo como o que está em constante mudança. Busca também fortalecer o uso da TAR e Depois como prática metodológica e lente de analise inicial, além de discutir a cooperação em termos de prática. A contribuição para o campo social está na sua ontologia política que dá visibilidade à bioconstrução como uma possibilidade de contrapor o senso comum estabelecido para construção de habitações em nossa sociedade atual. Assim como a bioconstrução nos ensina construir algo único com o que temos disponível, sua prática poderá nos ajudar a pensar criticamente a “monocultura da gestão”. |
id |
URGS_0e3bfebc5357861d54f479fd42cac3d8 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/150976 |
network_acronym_str |
URGS |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
repository_id_str |
1853 |
spelling |
Camillis, Patrícia Kinast deAntonello, Cláudia Simone2017-01-19T02:29:37Z2016http://hdl.handle.net/10183/150976001010379A partir da visão de organização como processo busca-se compreender como e por que ocorre o organizar na bioconstrução. A metodologia utilizada segue os pressupostos da Teoria Ator-rede e Depois que traz como conceito central o enactment aliada a discussão de coletivo para iniciar a pesquisa de campo. Os dados empíricos preliminares, obtidos com observação participante em três locais diferentes que trabalham com bioconstrução a partir da visão da Permacultura e analisados a partir da ótica da TAR e Depois que enfatiza as relações de humanos e não-humanos, destacaram a contribuição para o entendimento de prática e cooperação em termos do fazer/pensar indissociáveis. Assim, acrescenta-se na discussão teórica a noção de prática de Schatzki (2005) e a noção de cooperação a partir da proposta de Sennett (2013). Além de observação participante – usada durante toda pesquisa - os dados empíricos foram coletados – em um segundo momento - por entrevistas, questionário e observação não-participante resultando em uma análise temática baseada no entendimento de prática de Schatzki (2005). O texto se desenvolve através de descrição detalhada dos acontecimentos, intercalado com trechos de incursões teóricas que apresentam a assemblege do método conforme pressupõe a TAR e Depois. Com isso, entende-se e descreve-se a bioconstrução como prática de cooperação através das relações entre todos que enactam a bioconstrução – pessoas e a materialidade. Pela ótica da prática, embasada nos dados empíricos, a cooperação está na inteligibilidade prática do organizar da bioconstrução, assim o barro enacta a cooperação, que enacta a bioconstrução, que enacta o barro. Para existir cooperação não é suficiente uma visão comum ou uma moral social, é preciso o fazer/pensar que constitui e reflete, como processo, essa visão. A tese, através de casos empíricos, contribui para as discussões em Estudos Organizacionais sobre o organizar e em Gestão de Pessoas sobre como ocorrem relações de trabalho horizontais, ambos entendendo processo como o que está em constante mudança. Busca também fortalecer o uso da TAR e Depois como prática metodológica e lente de analise inicial, além de discutir a cooperação em termos de prática. A contribuição para o campo social está na sua ontologia política que dá visibilidade à bioconstrução como uma possibilidade de contrapor o senso comum estabelecido para construção de habitações em nossa sociedade atual. Assim como a bioconstrução nos ensina construir algo único com o que temos disponível, sua prática poderá nos ajudar a pensar criticamente a “monocultura da gestão”.Considering the organization as a process, this thesis seeks to understand how and why is the organizing in the bioconstruction. The methodology follows the assumptions of Actor-Network Theory and After, that brings as a central concept the enactment combined with collective discussion to start the fieldwork. Preliminary empirical data obtained through participant observation in three different locations, working with bioconstruction from the vision of permaculture, and analyzed from the TAR and After optics, emphasizes the relationship of human and non-human, it highlighted the contribution to understanding the concepts of practice and cooperation in terms of doing / thinking inextricably linked. Thus, it was added to the theoretical discussion the notion of practice Schatzki (2005) and the notion of cooperation Sennett (2013). In addition to participant observation - used throughout research - the empirical data was collected - in a second stage – by interviews, questionnaires and non-participant observation resulting in a thematic analysis based on the Schatzki (2005) concept of practice. The text is developed through a detailed description of the events, interspersed with excerpts from theoretical incursions presenting the method assemblege as presupposes the TAR and After. Thereby, it is understood and described bioconstruction as practice of cooperation through the relationships between all that enact bioconstruction - people and materiality. From the perspective of practice, based on empirical data, cooperation is the practical intelligibility of bioconstruction organizing, so the clay enact cooperation, which enact bioconstruction that enact clay. To be cooperation, a common vision or a social morality is not enough, it is needed doing / thinking represents and reflects this view, as a process. The thesis, through empirical cases, contribute to the discussions in Organizational Studies on organizing and Human Resources about how horizontal working relationships occurs, understanding the process as it is constantly changing. It also seeks to strengthen the use of ANT and After as a methodological practice and initial analysis lens, and discuss cooperation in terms of practice. The contribution to the social field is in its political ontology that gives visibility to bioconstruction as a possibility to counter common sense established for housing construction in our present society. As bioconstruction teaches us build something unique with what we have available, this practice can help us thinking critically about the "monoculture of management."application/pdfporBioconstruçãoBioconstructionCooperationPracticesEnactActor network theoryOrganizando com barro : a bioconstrução como prática de cooperaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de AdministraçãoPrograma de Pós-Graduação em AdministraçãoPorto Alegre, BR-RS2016doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001010379.pdf001010379.pdfTexto completoapplication/pdf3854888http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150976/1/001010379.pdf1794442955213a06d6cdfc8fcab5a2cfMD51TEXT001010379.pdf.txt001010379.pdf.txtExtracted Texttext/plain513734http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150976/2/001010379.pdf.txt7fecaba6c7b523625a3b7603bc2c940cMD52THUMBNAIL001010379.pdf.jpg001010379.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1063http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150976/3/001010379.pdf.jpgccd4c593a76cb038d5d192cb675a98a7MD5310183/1509762018-10-30 08:29:33.882oai:www.lume.ufrgs.br:10183/150976Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-30T11:29:33Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Organizando com barro : a bioconstrução como prática de cooperação |
title |
Organizando com barro : a bioconstrução como prática de cooperação |
spellingShingle |
Organizando com barro : a bioconstrução como prática de cooperação Camillis, Patrícia Kinast de Bioconstrução Bioconstruction Cooperation Practices Enact Actor network theory |
title_short |
Organizando com barro : a bioconstrução como prática de cooperação |
title_full |
Organizando com barro : a bioconstrução como prática de cooperação |
title_fullStr |
Organizando com barro : a bioconstrução como prática de cooperação |
title_full_unstemmed |
Organizando com barro : a bioconstrução como prática de cooperação |
title_sort |
Organizando com barro : a bioconstrução como prática de cooperação |
author |
Camillis, Patrícia Kinast de |
author_facet |
Camillis, Patrícia Kinast de |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Camillis, Patrícia Kinast de |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Antonello, Cláudia Simone |
contributor_str_mv |
Antonello, Cláudia Simone |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Bioconstrução |
topic |
Bioconstrução Bioconstruction Cooperation Practices Enact Actor network theory |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Bioconstruction Cooperation Practices Enact Actor network theory |
description |
A partir da visão de organização como processo busca-se compreender como e por que ocorre o organizar na bioconstrução. A metodologia utilizada segue os pressupostos da Teoria Ator-rede e Depois que traz como conceito central o enactment aliada a discussão de coletivo para iniciar a pesquisa de campo. Os dados empíricos preliminares, obtidos com observação participante em três locais diferentes que trabalham com bioconstrução a partir da visão da Permacultura e analisados a partir da ótica da TAR e Depois que enfatiza as relações de humanos e não-humanos, destacaram a contribuição para o entendimento de prática e cooperação em termos do fazer/pensar indissociáveis. Assim, acrescenta-se na discussão teórica a noção de prática de Schatzki (2005) e a noção de cooperação a partir da proposta de Sennett (2013). Além de observação participante – usada durante toda pesquisa - os dados empíricos foram coletados – em um segundo momento - por entrevistas, questionário e observação não-participante resultando em uma análise temática baseada no entendimento de prática de Schatzki (2005). O texto se desenvolve através de descrição detalhada dos acontecimentos, intercalado com trechos de incursões teóricas que apresentam a assemblege do método conforme pressupõe a TAR e Depois. Com isso, entende-se e descreve-se a bioconstrução como prática de cooperação através das relações entre todos que enactam a bioconstrução – pessoas e a materialidade. Pela ótica da prática, embasada nos dados empíricos, a cooperação está na inteligibilidade prática do organizar da bioconstrução, assim o barro enacta a cooperação, que enacta a bioconstrução, que enacta o barro. Para existir cooperação não é suficiente uma visão comum ou uma moral social, é preciso o fazer/pensar que constitui e reflete, como processo, essa visão. A tese, através de casos empíricos, contribui para as discussões em Estudos Organizacionais sobre o organizar e em Gestão de Pessoas sobre como ocorrem relações de trabalho horizontais, ambos entendendo processo como o que está em constante mudança. Busca também fortalecer o uso da TAR e Depois como prática metodológica e lente de analise inicial, além de discutir a cooperação em termos de prática. A contribuição para o campo social está na sua ontologia política que dá visibilidade à bioconstrução como uma possibilidade de contrapor o senso comum estabelecido para construção de habitações em nossa sociedade atual. Assim como a bioconstrução nos ensina construir algo único com o que temos disponível, sua prática poderá nos ajudar a pensar criticamente a “monocultura da gestão”. |
publishDate |
2016 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2016 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2017-01-19T02:29:37Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/150976 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001010379 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/150976 |
identifier_str_mv |
001010379 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150976/1/001010379.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150976/2/001010379.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/150976/3/001010379.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
1794442955213a06d6cdfc8fcab5a2cf 7fecaba6c7b523625a3b7603bc2c940c ccd4c593a76cb038d5d192cb675a98a7 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br |
_version_ |
1800309099070488576 |