Resiliência, entre o trauma e o tratamento : um estudo qualitativo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/179042 |
Resumo: | A Resiliência é um conceito relativamente novo no plano da psicologia e ainda mais recente para a psicanálise. O conceito de Resiliência, e mais especialmente sua origem no sujeito, ainda são temas geradores de inúmeras dúvidas. Um ponto que apresenta maior convergência na literatura especializada é o fato da Resiliência estar associada à noção de trauma. A presente tese aborda o conceito de Resiliência e sua articulação com o campo psicanalítico. Três artigos, incluindo uma revisão sistemática, foram desenvolvidos a partir do objetivo geral que foi o de investigar como o conceito de Resiliência é compreendido na prática clínica através da perspectiva psicanalítica, problematizando-o a partir do relato de situações/vivências traumáticas. O método utilizado para a pesquisa caracterizou-se pelo delineamento Qualitativo do tipo Exploratório, com Análise de Conteúdo a priori e a posteriori, com coleta realizada através de entrevistas semiestruturadas e consulta a prontuários. Composto por dois momentos, a primeira coleta da pesquisa ocorreu com dez analistas didatas filiados à Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA) e a segunda com pacientes acolhidos por um Programa de atendimento voltado às vítimas de vivências traumáticas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Como resultado da primeira etapa (Análise de Conteúdo a posteriori) foi possível levantar quatro categorias finais, sendo elas: (1) A inegável complexidade implicada na origem e na definição conceitual da Resiliência; (2) Potenciais técnicos da Resiliência: Interlocuções e Efeitos a partir da perspectiva da Clínica Psicanalítica; (3) Vias e Vicissitudes sobre o Ser Resiliente: Condições, características e desenvolvimento; e, (4) Associação entre clínica do trauma e os recursos do sujeito – a Resiliência em discussão. Na segunda etapa, a análise ocorreu a priori a partir das duas Categorias Finais referidas acima. Os achados permitiram afirmar que a Resiliência está alicerçada em recursos Egóicos os quais farão frente a eventos de ordem traumática, possui aspectos inconscientes e conscientes, relaciona-se com uso de mecanismos de defesas e o seu desenvolvimento possui uma estreita relação com as experiências inicias de vida do sujeito. Nos contextos de atendimento de vítimas de traumas, a Resiliência tem potencial para ser um recurso relevante a ser considerado no tratamento, especialmente no que tange a busca por auxílio por parte do paciente, no prognóstico e capacidade de insight. Dessa forma, foi possível identificar que, no curso da vida de um sujeito resiliente um encontro constante ocorrerá entre os recursos egóicos e um ambiente propício ao acolhimento da narrativa desse. Logo, devido a sua complexidade, a Resiliência certamente necessita de novos e contínuos estudos, pois se trata de um recurso constituído na sutiliza das relações diárias e que, acionado frente às situações ansiogências, articuladamente com os demais recursos do sujeito, pode apresentar-se com todo seu potencial. |
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Malgarim, Bibiana GodoiFreitas, Lucia Helena MachadoMacedo, Mônica Medeiros Kother2018-05-31T02:29:06Z2017http://hdl.handle.net/10183/179042001056479A Resiliência é um conceito relativamente novo no plano da psicologia e ainda mais recente para a psicanálise. O conceito de Resiliência, e mais especialmente sua origem no sujeito, ainda são temas geradores de inúmeras dúvidas. Um ponto que apresenta maior convergência na literatura especializada é o fato da Resiliência estar associada à noção de trauma. A presente tese aborda o conceito de Resiliência e sua articulação com o campo psicanalítico. Três artigos, incluindo uma revisão sistemática, foram desenvolvidos a partir do objetivo geral que foi o de investigar como o conceito de Resiliência é compreendido na prática clínica através da perspectiva psicanalítica, problematizando-o a partir do relato de situações/vivências traumáticas. O método utilizado para a pesquisa caracterizou-se pelo delineamento Qualitativo do tipo Exploratório, com Análise de Conteúdo a priori e a posteriori, com coleta realizada através de entrevistas semiestruturadas e consulta a prontuários. Composto por dois momentos, a primeira coleta da pesquisa ocorreu com dez analistas didatas filiados à Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA) e a segunda com pacientes acolhidos por um Programa de atendimento voltado às vítimas de vivências traumáticas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Como resultado da primeira etapa (Análise de Conteúdo a posteriori) foi possível levantar quatro categorias finais, sendo elas: (1) A inegável complexidade implicada na origem e na definição conceitual da Resiliência; (2) Potenciais técnicos da Resiliência: Interlocuções e Efeitos a partir da perspectiva da Clínica Psicanalítica; (3) Vias e Vicissitudes sobre o Ser Resiliente: Condições, características e desenvolvimento; e, (4) Associação entre clínica do trauma e os recursos do sujeito – a Resiliência em discussão. Na segunda etapa, a análise ocorreu a priori a partir das duas Categorias Finais referidas acima. Os achados permitiram afirmar que a Resiliência está alicerçada em recursos Egóicos os quais farão frente a eventos de ordem traumática, possui aspectos inconscientes e conscientes, relaciona-se com uso de mecanismos de defesas e o seu desenvolvimento possui uma estreita relação com as experiências inicias de vida do sujeito. Nos contextos de atendimento de vítimas de traumas, a Resiliência tem potencial para ser um recurso relevante a ser considerado no tratamento, especialmente no que tange a busca por auxílio por parte do paciente, no prognóstico e capacidade de insight. Dessa forma, foi possível identificar que, no curso da vida de um sujeito resiliente um encontro constante ocorrerá entre os recursos egóicos e um ambiente propício ao acolhimento da narrativa desse. Logo, devido a sua complexidade, a Resiliência certamente necessita de novos e contínuos estudos, pois se trata de um recurso constituído na sutiliza das relações diárias e que, acionado frente às situações ansiogências, articuladamente com os demais recursos do sujeito, pode apresentar-se com todo seu potencial.Resilience is a rather recent concept in psychology and even more recent in psychoanalysis. The concept of Resilience and especially its origin in the subject are issues that still raise countless questions. A point that presents higher consensus in literature is the association between Resilience and the concept of trauma. The present dissertation addresses the concept of Resilience and its relationship with the psychoanalytic field. Three articles, including a systematic review, were developed from the general objective of investigating how the concept of Resilience is understood in clinical practice through the psychoanalytic perspective, by problematizing it according to accounts of traumatic clinical events. The methodology was characterized by a Qualitative design of the Exploratory type, with a priori and a posteriori Content Analyses, and with data collected through semi-structured interviews and from medical records. The data collection consisted of two stages: the first was carried out with ten training analysts affiliated to the Psychoanalytic Society of Porto Alegre (SPPA) and the second with patients of a Program for the care of victims of traumatic events at the Hospital de Clínicas of Porto Alegre (HCPA). As a result of the first stage (a posteriori Content Analysis), it was possible to set four final categories: (1) The undeniable complexity involved in the origin and in the conceptual definition of Resilience; (2) Technical potential of Resilience – Interlocutions and Effects from the perspective of the Psychoanalytic Clinic; (3) Life stories and difficulties of resilient beings: conditions, characteristics and development; (4) Association between clinical practice and the subject’s resources – Resilience under discussion. At the second stage, the analysis was carried out a priori based on the two Final Categories. The findings made it possible to affirm that Resilience depends on Ego resources, which will confront traumatic events; that it has unconscious and conscious aspects; that it is related to the employment of defense mechanisms; and that its development has a strong association with the subject’s early life experiences. In trauma care settings, Resilience is a potentially relevant resource to the treatment, especially regarding the patient’s seeking assistance, the prognosis and insight capacity. It was possible to verify that during a resilient subject’s lifetime there is likely to be a constant connection between ego resources and an environment that is conducive to welcoming his/her narrative. Due to its complexity, Resilience certainly requires new and continuous studies: it is a resource developed through subtle daily relationships, and which, combined with the subject’s additional resources in the face of anxiogenic situations, may reach its full potential.application/pdfporResiliência psicológicaTrauma psicológicoPsicoterapiaEgoResilienceTraumaEmotional developmentQualitative researchPsychotherapyPsychoanalysisPsychological resilienceResiliência, entre o trauma e o tratamento : um estudo qualitativoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Psiquiatria e Ciências do ComportamentoPorto Alegre, BR-RS2017doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001056479.pdf001056479.pdfTexto parcialapplication/pdf1389136http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/179042/1/001056479.pdfe90830a85aa929501421f9cdad7900aaMD51TEXT001056479.pdf.txt001056479.pdf.txtExtracted Texttext/plain71843http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/179042/2/001056479.pdf.txt7442c1820d942c2c52fba7ea28bf5637MD5210183/1790422022-07-06 04:59:32.44119oai:www.lume.ufrgs.br:10183/179042Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-07-06T07:59:32Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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