Manifestações mucocutâneas de histoplasmose na AIDS : avaliação de 36 pacientes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Vanessa Santos
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/6626
Resumo: Introdução: A histoplasmose é uma infecção geralmente subclínica e autolimitada em pacientes imunocompetentes. A maioria dos pacientes com HIV apresenta a forma disseminada da doença, considerada definidora de aids. As manifestações cutâneo-mucosas da histoplasmose são variadas, dificultando o diagnóstico. Métodos: Estudo retrospectivo de 24 pacientes com diagnóstico de histoplasmose, avaliados no serviço de Dermatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, de 2000 a 2003 e, prospectivamente, mais 12 pacientes, atendidos em 2004 e 2005. A análise considerou dados epidemiológicos e demográficos, bem como os parâmetros clínicos, distribuição e morfologia das lesões, contagem de células CD4+, terapia da micose e antirretroviral e se a doença foi a definidora de aids. Resultados: Vinte e seis (72%) doentes eram homens. A idade média foi 34 anos (17-58) e 16 pacientes (49%) tiveram seus diagnósticos realizados de dezembro a março, no verão. A histoplasmose foi confirmada por biópsia cutânea em 33 casos e por cultura em 23 deles. Onze pacientes recebiam antirretrovirais no momento do diagnóstico e a sua contagem de células CD4+ variou de 2 a 103 (média 29 células/mm³). Não houve diferenças significativas em relação a sexo, idade, método diagnóstico e uso de antirretrovirais entre a amostra retrospectiva e prospectiva. O número médio de lesões foi 2,7, variando de 1 a 7 tipos diferentes em um mesmo paciente. Pápulas com crosta e erosão/úlcera de mucosa foram as mais frequentes, em 64% e 58% dos pacientes, respectivamente. Uma distribuição difusa foi a mais comum, em mais de 58% dos casos. Houve uma associação significativa entre a contagem de células CD4+ e a variabilidade morfológica de lesões por paciente, sendo que um menor polimorfismo de lesões está associado a contagens mais baixas de células CD4+. Conclusão: A familiaridade com as manifestações dermatológicas da histoplasmose é importante para uma maior suspeição tanto da doença, quanto do próprio HIV. Pápulas com crostas difusas e erosão/úlcera de mucosa, no verão, em pacientes com aids e contagem de células CD4+ menor do que 50 células/ mm³ são achados muito sugestivos de histoplasmose. Porém, é de suma importância a realização de exames complementares para a exclusão dos outros diagnósticos diferenciais. A maior variabilidade morfológica das lesões nos pacientes com menor comprometimento imunológico (CD4 maior) poderia ser devido à necessidade de um certo grau de imunidade na gênese das lesões cutâneas.
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A idade média foi 34 anos (17-58) e 16 pacientes (49%) tiveram seus diagnósticos realizados de dezembro a março, no verão. A histoplasmose foi confirmada por biópsia cutânea em 33 casos e por cultura em 23 deles. Onze pacientes recebiam antirretrovirais no momento do diagnóstico e a sua contagem de células CD4+ variou de 2 a 103 (média 29 células/mm³). Não houve diferenças significativas em relação a sexo, idade, método diagnóstico e uso de antirretrovirais entre a amostra retrospectiva e prospectiva. O número médio de lesões foi 2,7, variando de 1 a 7 tipos diferentes em um mesmo paciente. Pápulas com crosta e erosão/úlcera de mucosa foram as mais frequentes, em 64% e 58% dos pacientes, respectivamente. Uma distribuição difusa foi a mais comum, em mais de 58% dos casos. Houve uma associação significativa entre a contagem de células CD4+ e a variabilidade morfológica de lesões por paciente, sendo que um menor polimorfismo de lesões está associado a contagens mais baixas de células CD4+. Conclusão: A familiaridade com as manifestações dermatológicas da histoplasmose é importante para uma maior suspeição tanto da doença, quanto do próprio HIV. Pápulas com crostas difusas e erosão/úlcera de mucosa, no verão, em pacientes com aids e contagem de células CD4+ menor do que 50 células/ mm³ são achados muito sugestivos de histoplasmose. Porém, é de suma importância a realização de exames complementares para a exclusão dos outros diagnósticos diferenciais. A maior variabilidade morfológica das lesões nos pacientes com menor comprometimento imunológico (CD4 maior) poderia ser devido à necessidade de um certo grau de imunidade na gênese das lesões cutâneas.Mucocutaneous lesions of disseminated histoplasmosis in HIV-infected patients have a wide spectrum of clinical manifestations making the diagnosis very difficult. The authors conducted a retrospective and prospective study in 36 HIVinfected patients with mucocutaneous histoplasmosis in a tertiary-care hospital in Brazil. Eleven patients (30%) were taking antiretrovirals when diagnosed and their CD4+ cell counts ranged from 2 to 103 cells/mm³. The average number of lesions was 3 per patient, and each patient presented 1 to 7 different morphological types of lesions. Erythematous papules and plaques with crusts, and oral mucosa erosions or ulcers were the most frequent dermatological alterations found in 64% and 58% of the patients respectively. A diffuse pattern of distribution of the skin lesions was found in 58% of the cases. There was a significant association between the CD4+ cell counts and the morphological variability of lesions per patient. Polymorphism of lesions was associated with higher counts of CD4+ cells. Limitations include the retrospective part of the study, where the data was not collected for an unique examiner. Physicians caring for HIV-infected patients should be aware of the wide spectrum of dermatological lesions observed in disseminated histoplasmosis, besides the importance to detect and isolate the fungus in mucocutaneous tissues.application/pdfporHistoplasmoseSíndrome da imunodeficiência adquiridaHIVPeleHistoplasmaManifestações mucocutâneas de histoplasmose na AIDS : avaliação de 36 pacientesMucocutaneous manifestations of disseminated Histoplasmosis: evaluation of 36 hiv-infected Patients info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina : Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2005mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000532300.pdf000532300.pdfTexto completoapplication/pdf903574http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/6626/1/000532300.pdff0a48cb1618937878766a8a862d780e9MD51TEXT000532300.pdf.txt000532300.pdf.txtExtracted Texttext/plain108099http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/6626/2/000532300.pdf.txt20570ee3c1dae94f94a4f63fd12f0444MD52THUMBNAIL000532300.pdf.jpg000532300.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1306http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/6626/3/000532300.pdf.jpgab2e3cdacb19ef5e877792b9f06bd0dfMD5310183/66262024-08-08 06:29:27.285782oai:www.lume.ufrgs.br:10183/6626Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-08-08T09:29:27Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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