O uso de estratégias de comunicação para educação em doação de órgãos para transplante

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hermann, Karla Cusinato
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/194354
Resumo: Introdução: A escassez de órgãos é uma realidade e muitos entraves fazem com que a demanda de órgãos seja insuficiente para as necessidades do transplante. A falha na identificação de pacientes com diagnóstico de morte encefálica e a falta de conhecimento do processo de doação pelos profissionais da área da saúde são fatores importantes no contexto. O uso de ferramentas de comunicação para educação destes profissionais na temática pode mudar o cenário. Objetivos: Avaliar a efetividade de uma capacitação em doação de órgãos e tecidos. Metodologia: Pesquisa com delineamento do tipo experimento antes-depois realizada no Hospital de Clínicas de Porto Alegre de dezembro de 2014 a dezembro de 2017 em 3 etapas: pesquisa sobre conhecimento e opinião sobre morte encefálica e doação de órgãos incluída no curso “Processo de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante” através do Ensino a Distância e disponibilizada para todos os profissionais da instituição; pesquisa no Google Docs realizada com médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares em enfermagem com possibilidade de atuação junto aos potenciais doadores a fim de identificar conhecimento e opinião sobre morte encefálica e doação de órgãos; e, indicadores do potencial de doação de órgãos e de qualidade e eficiência da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante. Resultados: Os resultados encontrados na pesquisa do curso de Ensino a Distância evidenciaram o interesse dos profissionais do hospital do estudo na temática do curso, que os enfermeiros (p=0,042), técnicos e auxiliares em enfermagem (p˂0,001) e outros profissionais da área hospitalar (p˂0,001) passaram a acreditar que não existia recuperação de alguém que estava em morte encefálica; e, que os técnicos e auxiliares em enfermagem (p=0,002) passaram a se declarar mais em vida pela doação de órgãos após a morte. A maioria dos participantes da pesquisa respondeu que aceitaria receber órgãos para transplante se necessitassem. Na pesquisa com a ferramenta Google Docs, os resultados apontaram que os médicos demonstraram ter conhecimento adequado do protocolo de morte encefálica vigente no Brasil, sendo que os intensivistas apresentaram maior proporção de acertos nessa situação. Já os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem demonstraram ter conhecimento razoável sobre o protocolo de morte encefálica. Os resultados do potencial de doação, bem como os indicadores de eficiência da área no período anterior a pesquisa (2014) e posterior a mesma (2017) demonstraram constância no percentual de mortes encefálicas esperadas. De 2014 a 2016 o percentual de óbitos reais em morte encefálica não se aproximou dos óbitos esperados. No entanto, em 2017, foi demonstrado mais proximidade do percentual esperado. Também foi observado um aumento de doadores efetivos no período do estudo. Conclusão: A iniciativa de disponibilizar aos profissionais do hospital do estudo um curso de capacitação em diagnóstico de morte encefálica e processo de doação de órgãos provou ser válida no aumento de conhecimento, melhor identificação de potenciais doadores e melhora nas taxas de consentimento familiar para doação. Demonstra-se assim, que ações educativas podem contribuir para a melhoria do processo de doação de órgãos.
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spelling Hermann, Karla CusinatoCarvalho, Paulo Roberto AntonacciGoldim, José Roberto2019-05-18T02:36:49Z2018http://hdl.handle.net/10183/194354001093110Introdução: A escassez de órgãos é uma realidade e muitos entraves fazem com que a demanda de órgãos seja insuficiente para as necessidades do transplante. A falha na identificação de pacientes com diagnóstico de morte encefálica e a falta de conhecimento do processo de doação pelos profissionais da área da saúde são fatores importantes no contexto. O uso de ferramentas de comunicação para educação destes profissionais na temática pode mudar o cenário. Objetivos: Avaliar a efetividade de uma capacitação em doação de órgãos e tecidos. Metodologia: Pesquisa com delineamento do tipo experimento antes-depois realizada no Hospital de Clínicas de Porto Alegre de dezembro de 2014 a dezembro de 2017 em 3 etapas: pesquisa sobre conhecimento e opinião sobre morte encefálica e doação de órgãos incluída no curso “Processo de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante” através do Ensino a Distância e disponibilizada para todos os profissionais da instituição; pesquisa no Google Docs realizada com médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares em enfermagem com possibilidade de atuação junto aos potenciais doadores a fim de identificar conhecimento e opinião sobre morte encefálica e doação de órgãos; e, indicadores do potencial de doação de órgãos e de qualidade e eficiência da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante. Resultados: Os resultados encontrados na pesquisa do curso de Ensino a Distância evidenciaram o interesse dos profissionais do hospital do estudo na temática do curso, que os enfermeiros (p=0,042), técnicos e auxiliares em enfermagem (p˂0,001) e outros profissionais da área hospitalar (p˂0,001) passaram a acreditar que não existia recuperação de alguém que estava em morte encefálica; e, que os técnicos e auxiliares em enfermagem (p=0,002) passaram a se declarar mais em vida pela doação de órgãos após a morte. A maioria dos participantes da pesquisa respondeu que aceitaria receber órgãos para transplante se necessitassem. Na pesquisa com a ferramenta Google Docs, os resultados apontaram que os médicos demonstraram ter conhecimento adequado do protocolo de morte encefálica vigente no Brasil, sendo que os intensivistas apresentaram maior proporção de acertos nessa situação. Já os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem demonstraram ter conhecimento razoável sobre o protocolo de morte encefálica. Os resultados do potencial de doação, bem como os indicadores de eficiência da área no período anterior a pesquisa (2014) e posterior a mesma (2017) demonstraram constância no percentual de mortes encefálicas esperadas. De 2014 a 2016 o percentual de óbitos reais em morte encefálica não se aproximou dos óbitos esperados. No entanto, em 2017, foi demonstrado mais proximidade do percentual esperado. Também foi observado um aumento de doadores efetivos no período do estudo. Conclusão: A iniciativa de disponibilizar aos profissionais do hospital do estudo um curso de capacitação em diagnóstico de morte encefálica e processo de doação de órgãos provou ser válida no aumento de conhecimento, melhor identificação de potenciais doadores e melhora nas taxas de consentimento familiar para doação. Demonstra-se assim, que ações educativas podem contribuir para a melhoria do processo de doação de órgãos.Introduction: Organ shortage is a reality and many barriers make the demand for organs insufficient for the needs of the transplant. Failure to identify patients diagnosed with brain death and lack of knowledge of the donation process by health professionals are important factors in the context. The use of communication tools to educate these professionals on the subject can change the scenario. Objectives: To evaluate the effectiveness of training in donation of organs and tissues. Methodology: Research with an experimental design beforeafter at the Hospital de Clínicas of Porto Alegre from december 2014 to december 2017 in 3 stages: research on knowledge and opinion about brain death and organ donation included in the course "Donation Process of Organs and Tissues for Transplantation "through distance education and made available to all the professionals of the institution; research in Google Docs performed with doctors, nurses, technicians and nursing assistants with potential to act with donors in order to identify knowledge and opinion about brain death and organ donation; and, indicators of organ donation potential and quality and efficiency of Intra-Hospital Coordinating Committee for Organ and Tissue Donation for Transplantation. Results: The results found in the study of Distance Learning evidenced the interest of the study hospital professionals in the subject of the course, that nurses (p = 0.042), practical nurses and nursing assistants (p˂0.001) and other professionals of the hospital area (p˂0.001) came to believe that there was no recovery of someone who was in brain death; and that practical nurses and nursing assistants (p = 0.002) started declaring themselves more alive by donating organs after death. Most respondents said they would accept receiving organs for transplantation if they needed it. In the research with the Google Docs tool, the results showed that the physicians demonstrated adequate knowledge of the protocol of encephalic death in Brazil, and the intensivists presented a greater proportion of correct answers in this situation. On the other hand, nurses, practical nurses and nursing assistants demonstrated a reasonable knowledge about the brain death protocol. The results of the donation potential, as well as the efficiency indicators of the area in the period prior to the research (2014) and after the same (2017), showed a constancy in the percentage of expected brain deaths. From 2014 to 2016 the percentage of real deaths in brain death did not approach the expected deaths. However, in 2017, it was shown to be closer to the expected percentage. An increase in effective donors was also observed in the study period. Conclusion: The initiative to provide the professionals of the study hospital with a training course in diagnosis of brain death and organ donation process proved to be valid. It is demonstrated, therefore, that educational actions can contribute to the improvement of the process of organ donation.application/pdfporMorte encefálicaDoadores de tecidosTransplantesEducação em saúdeBrain deathOrgan donorsHealth educationDistance educationO uso de estratégias de comunicação para educação em doação de órgãos para transplanteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do AdolescentePorto Alegre, BR-RS2018doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001093110.pdf.txt001093110.pdf.txtExtracted Texttext/plain216460http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194354/2/001093110.pdf.txtdfae75d43267237758aa8600364ac2bdMD52ORIGINAL001093110.pdfTexto completoapplication/pdf1302275http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194354/1/001093110.pdf77806be49054a7ad8ea6dc2439439168MD5110183/1943542021-10-03 04:26:00.533839oai:www.lume.ufrgs.br:10183/194354Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-10-03T07:26Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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