Respostas fisiológicas e moleculares à alta temperatura na antese em arroz irrigado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Correia, Silmara da Luz
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: eng
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/234746
Resumo: Em um cenário futuro de mudanças climáticas, espera-se que os episódios de alta temperatura ocorram mais frequentemente. Isso pode coincidir com fases de desenvolvimento em que as estruturas vegetais estejam mais susceptíveis, como o período reprodutivo do arroz, causando redução no rendimento de grãos. O principal objetivo desse trabalho foi comparar características fisiológicas e moleculares de cultivares de arroz irrigado submetidas à alta temperatura (AT) na fase de antese e discutir os possíveis processos fisiológicos e/ou moleculares envolvidos. Três cultivares de arroz (IRGA 409, IRGA 428 e DULAR) foram submetidas à AT na antese (38oC) e à condição controle (29oC) durante sete horas, em períodos consecutivos de três, cinco ou sete dias. Foram avaliados a fertilidade de espiguetas e parâmetros relacionados à fotossíntese na folha bandeira. Na panícula de duas cultivares (IRGA 409 e IRGA 428) foi realizada análise de sequenciamento de mRNA (RNA-seq), com coleta de espiguetas nas condições de três dias de estresse e no controle. A AT reduziu a fertilidade de espiguetas com o aumento da duração do estresse em todas as cultivares comparado à condição controle, com redução significativa no número de grãos formados no estresse com sete dias de duração. No entanto, com três dias de duração do estresse IRGA 409 foi a mais tolerante à AT, uma vez que apresentou maior percentagem de espiguetas fertilizadas. A análise de RNA-seq mostrou que genes comumente expressos em resposta à AT, como os OsHsf, OsHSP e OsFKBP62b, apresentaram expressão similar nas panículas de ambas as cultivares, apesar dessas plantas não serem especificamente selecionadas para tolerância a esse estresse. A expressão de genes envolvidos na fotossíntese na panícula em resposta à AT foi uma grande diferença entre as duas cultivares. Este estudo indicou que a manutenção da expressão de genes relacionados à fotossíntese da panícula e à capacidade de manter a fotossíntese ativa na folha bandeira durante o período de ocorrência da AT estiveram associados à maior fertilidade de espiguetas nessa condição. Esses resultados evidenciaram potenciais marcadores a serem usados na identificação de genótipos tolerantes à alta temperatura. No entanto, os processos moleculares envolvidos no efeito desse estresse no transporte de elétrons através da atividade dos fotossistemas I e II e a conexão entre atividade fotossintética das folhas e panícula de arroz necessitam ser elucidados.
id URGS_1b39f0fe686ec437de638ec3eb3f4956
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/234746
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Correia, Silmara da LuzSilva, Paulo Regis Ferreira daDelatorre, Carla Andrea2022-02-04T04:36:00Z2018http://hdl.handle.net/10183/234746001064110Em um cenário futuro de mudanças climáticas, espera-se que os episódios de alta temperatura ocorram mais frequentemente. Isso pode coincidir com fases de desenvolvimento em que as estruturas vegetais estejam mais susceptíveis, como o período reprodutivo do arroz, causando redução no rendimento de grãos. O principal objetivo desse trabalho foi comparar características fisiológicas e moleculares de cultivares de arroz irrigado submetidas à alta temperatura (AT) na fase de antese e discutir os possíveis processos fisiológicos e/ou moleculares envolvidos. Três cultivares de arroz (IRGA 409, IRGA 428 e DULAR) foram submetidas à AT na antese (38oC) e à condição controle (29oC) durante sete horas, em períodos consecutivos de três, cinco ou sete dias. Foram avaliados a fertilidade de espiguetas e parâmetros relacionados à fotossíntese na folha bandeira. Na panícula de duas cultivares (IRGA 409 e IRGA 428) foi realizada análise de sequenciamento de mRNA (RNA-seq), com coleta de espiguetas nas condições de três dias de estresse e no controle. A AT reduziu a fertilidade de espiguetas com o aumento da duração do estresse em todas as cultivares comparado à condição controle, com redução significativa no número de grãos formados no estresse com sete dias de duração. No entanto, com três dias de duração do estresse IRGA 409 foi a mais tolerante à AT, uma vez que apresentou maior percentagem de espiguetas fertilizadas. A análise de RNA-seq mostrou que genes comumente expressos em resposta à AT, como os OsHsf, OsHSP e OsFKBP62b, apresentaram expressão similar nas panículas de ambas as cultivares, apesar dessas plantas não serem especificamente selecionadas para tolerância a esse estresse. A expressão de genes envolvidos na fotossíntese na panícula em resposta à AT foi uma grande diferença entre as duas cultivares. Este estudo indicou que a manutenção da expressão de genes relacionados à fotossíntese da panícula e à capacidade de manter a fotossíntese ativa na folha bandeira durante o período de ocorrência da AT estiveram associados à maior fertilidade de espiguetas nessa condição. Esses resultados evidenciaram potenciais marcadores a serem usados na identificação de genótipos tolerantes à alta temperatura. No entanto, os processos moleculares envolvidos no efeito desse estresse no transporte de elétrons através da atividade dos fotossistemas I e II e a conexão entre atividade fotossintética das folhas e panícula de arroz necessitam ser elucidados.High temperature episodes are expected to occur more frequently in future climates, which may coincide with vulnerable reproductive processes leading to significant reduction in rice yield. The present study aims to compare the physiological and molecular characteristics of flooded rice cultivars at anthesis stage under high temperature and to discuss the possible process involved in heat tolerance. Three rice cultivars (IRGA 409, IRGA 428 and DULAR) were submitted to daytime high temperature treatment (38 oC) and to control condition (29 oC) for seven hours during a period of three, five or seven days at anthesis stage. This study investigated the spikelet fertility and physiological parameters in the flag leaf during anthesis. At three days of stress duration, an RNA-sequencing (RNA-seq) approach of heat and control treated spikelets was carried out using the cultivars IRGA 409 and IRGA 428. Compared with the control, heat treatment with seven days duration significantly reduced spikelet fertility with the increase of the stress duration in all cultivars, leading to a significant reduction in the number of grain filled. However, at three days of stress duration, cultivar IRGA 409 was more tolerant to heat treatment, maintaining the highest spikelet fertility among the cultivars. Comparative transcriptome analysis between the two cultivars shows that in response to heat stress, more genes are differentially expressed in the more tolerant cultivar (IRGA 409) than in the more sensitive (IRGA 428). In panicle tissue, most canonical heat responsive genes, such as transcription factor family (Hsf), heat shock proteins family (sHSP) and gene OsFKBP62b, showed a similar expression response in both Brazilian cultivars, despite the fact that these cultivars have not been specifically selected for heat tolerance. Photosynthetic genes expression in response to heat stress was a major difference between the two cultivars. This study indicated that the basal expression of photosynthetic genes in the panicle and the ability to maintain photosynthetic capacity in the flag leaf during heat stress provided improved spikelet fertility during this stress. This may provide potential markers that can be used to identify heat tolerant genotypes among the Brazilian cultivars. However, the detailed molecular processes involved on heat effects on electron transport through photosystems I and II and the connection between photosynthesis activity in the leaves and in the rice panicle remain to be further elucidated.application/pdfengArroz irrigadoFertilidadeEspiguetaResistência à temperaturaRespostas fisiológicas e moleculares à alta temperatura na antese em arroz irrigadoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de AgronomiaPrograma de Pós-Graduação em FitotecniaPorto Alegre, BR-RS2018doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001064110.pdf.txt001064110.pdf.txtExtracted Texttext/plain157766http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234746/2/001064110.pdf.txt1348da2524b849d7a7d3b244193e47dbMD52ORIGINAL001064110.pdfTexto completoapplication/pdf6410965http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234746/1/001064110.pdf59a7585f942110c9853a162c98cff1d5MD5110183/2347462024-02-01 06:07:14.946196oai:www.lume.ufrgs.br:10183/234746Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-02-01T08:07:14Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Respostas fisiológicas e moleculares à alta temperatura na antese em arroz irrigado
title Respostas fisiológicas e moleculares à alta temperatura na antese em arroz irrigado
spellingShingle Respostas fisiológicas e moleculares à alta temperatura na antese em arroz irrigado
Correia, Silmara da Luz
Arroz irrigado
Fertilidade
Espigueta
Resistência à temperatura
title_short Respostas fisiológicas e moleculares à alta temperatura na antese em arroz irrigado
title_full Respostas fisiológicas e moleculares à alta temperatura na antese em arroz irrigado
title_fullStr Respostas fisiológicas e moleculares à alta temperatura na antese em arroz irrigado
title_full_unstemmed Respostas fisiológicas e moleculares à alta temperatura na antese em arroz irrigado
title_sort Respostas fisiológicas e moleculares à alta temperatura na antese em arroz irrigado
author Correia, Silmara da Luz
author_facet Correia, Silmara da Luz
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Correia, Silmara da Luz
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Silva, Paulo Regis Ferreira da
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Delatorre, Carla Andrea
contributor_str_mv Silva, Paulo Regis Ferreira da
Delatorre, Carla Andrea
dc.subject.por.fl_str_mv Arroz irrigado
Fertilidade
Espigueta
Resistência à temperatura
topic Arroz irrigado
Fertilidade
Espigueta
Resistência à temperatura
description Em um cenário futuro de mudanças climáticas, espera-se que os episódios de alta temperatura ocorram mais frequentemente. Isso pode coincidir com fases de desenvolvimento em que as estruturas vegetais estejam mais susceptíveis, como o período reprodutivo do arroz, causando redução no rendimento de grãos. O principal objetivo desse trabalho foi comparar características fisiológicas e moleculares de cultivares de arroz irrigado submetidas à alta temperatura (AT) na fase de antese e discutir os possíveis processos fisiológicos e/ou moleculares envolvidos. Três cultivares de arroz (IRGA 409, IRGA 428 e DULAR) foram submetidas à AT na antese (38oC) e à condição controle (29oC) durante sete horas, em períodos consecutivos de três, cinco ou sete dias. Foram avaliados a fertilidade de espiguetas e parâmetros relacionados à fotossíntese na folha bandeira. Na panícula de duas cultivares (IRGA 409 e IRGA 428) foi realizada análise de sequenciamento de mRNA (RNA-seq), com coleta de espiguetas nas condições de três dias de estresse e no controle. A AT reduziu a fertilidade de espiguetas com o aumento da duração do estresse em todas as cultivares comparado à condição controle, com redução significativa no número de grãos formados no estresse com sete dias de duração. No entanto, com três dias de duração do estresse IRGA 409 foi a mais tolerante à AT, uma vez que apresentou maior percentagem de espiguetas fertilizadas. A análise de RNA-seq mostrou que genes comumente expressos em resposta à AT, como os OsHsf, OsHSP e OsFKBP62b, apresentaram expressão similar nas panículas de ambas as cultivares, apesar dessas plantas não serem especificamente selecionadas para tolerância a esse estresse. A expressão de genes envolvidos na fotossíntese na panícula em resposta à AT foi uma grande diferença entre as duas cultivares. Este estudo indicou que a manutenção da expressão de genes relacionados à fotossíntese da panícula e à capacidade de manter a fotossíntese ativa na folha bandeira durante o período de ocorrência da AT estiveram associados à maior fertilidade de espiguetas nessa condição. Esses resultados evidenciaram potenciais marcadores a serem usados na identificação de genótipos tolerantes à alta temperatura. No entanto, os processos moleculares envolvidos no efeito desse estresse no transporte de elétrons através da atividade dos fotossistemas I e II e a conexão entre atividade fotossintética das folhas e panícula de arroz necessitam ser elucidados.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-02-04T04:36:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/234746
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001064110
url http://hdl.handle.net/10183/234746
identifier_str_mv 001064110
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234746/2/001064110.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234746/1/001064110.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 1348da2524b849d7a7d3b244193e47db
59a7585f942110c9853a162c98cff1d5
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1810085575313588224