Associações bidirecionais entre doença periodontal, fadiga e atividade física

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, João Augusto Peixoto de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/238550
Resumo: Introdução e objetivos: As sensações de fadiga podem ser decorrentes de doenças crônicas, como câncer, diabetes e artrite reumatoide, que por sua vez também estão associadas à inexistência de exercício ou inatividade física. Da mesma forma, a doença periodontal vem apresentando associações com várias doenças sistêmicas. O presente trabalho tem como objetivo: 1) Avaliar se a doença periodontal pode agir como preditor de risco para as sensações de fadiga; 2) Avaliar se atividade física auto reportada tem efeito protetor na ocorrência de doença periodontal. Metodologia: dois estudos de cunho transversal foram aninhados a um estudo de coorte de base populacional conduzido com adultos de 35 anos ou mais que moram na cidade Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Exames periodontais de profundidade de sondagem (PS), sangramento à sondagem (SS), e perda de inserção (PI) foram realizados utilizando um protocolo de exame de 4 sítios por dente, em todos os dentes presentes em 287 indivíduos que foram avaliados no exame de seguimento. A mensuração de fadiga foi realizada através da sub escala de vitalidade do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (SF-36 VT). Atividade física foi avaliada através do Questionário de Atividade Física Internacional (IPAQ). Modelos de regressão logística múltiplos foram aplicados para avaliar as associações entre as variáveis periodontais e fadiga, e entre atividade física e periodontite. Resultados: com relação à associação entre doença periodontal e fadiga, a porcentagem de indivíduos com fadiga entre os que apresentavam periodontite (20.2%) e aqueles sem periodontite (21.4%) foi muito similar. Modelos ajustados para sexo, fumo e artrite não demonstraram associações significativas entre periodontite e fadiga. No que tange à análise da associação entre atividade física e doença periodontal, indivíduos fisicamente ativos tiveram uma chance significativamente menor de apresentar periodontite severa (OR=0.51; 95%CI: 0.28-0.93) após o ajuste para as variáveis idade, cor da pele, status socioeconômico e fumo. A redução na chance também foi observada para indivíduos que apresentavam PS ≥5mm em 1 dente ou mais (OR=0.41; 95%CI: 0.21-0.79). Quando PI foi considerado o único desfecho periodontal, não foram observadas diferenças significativas, indicando que a atividade física pode agir sobre o componente inflamatório da periodontite. Conclusão: nenhuma associação foi encontrada entre os parâmetros periodontais e fadiga neste estudo. A investigação de uma suposta influência da periodontite nas sensações de fadiga em outras populações deve ser encorajada, pois existem mecanismos plausíveis para esta associação. Por outro lado, a atividade física parece agir como fator protetor para a doença periodontal, reforçando a efetividade de atividades físicas de rotina na prevenção primária e secundária de doenças crônicas devido ao seu efeito anti-inflamatório.
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Exames periodontais de profundidade de sondagem (PS), sangramento à sondagem (SS), e perda de inserção (PI) foram realizados utilizando um protocolo de exame de 4 sítios por dente, em todos os dentes presentes em 287 indivíduos que foram avaliados no exame de seguimento. A mensuração de fadiga foi realizada através da sub escala de vitalidade do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (SF-36 VT). Atividade física foi avaliada através do Questionário de Atividade Física Internacional (IPAQ). Modelos de regressão logística múltiplos foram aplicados para avaliar as associações entre as variáveis periodontais e fadiga, e entre atividade física e periodontite. Resultados: com relação à associação entre doença periodontal e fadiga, a porcentagem de indivíduos com fadiga entre os que apresentavam periodontite (20.2%) e aqueles sem periodontite (21.4%) foi muito similar. Modelos ajustados para sexo, fumo e artrite não demonstraram associações significativas entre periodontite e fadiga. No que tange à análise da associação entre atividade física e doença periodontal, indivíduos fisicamente ativos tiveram uma chance significativamente menor de apresentar periodontite severa (OR=0.51; 95%CI: 0.28-0.93) após o ajuste para as variáveis idade, cor da pele, status socioeconômico e fumo. A redução na chance também foi observada para indivíduos que apresentavam PS ≥5mm em 1 dente ou mais (OR=0.41; 95%CI: 0.21-0.79). Quando PI foi considerado o único desfecho periodontal, não foram observadas diferenças significativas, indicando que a atividade física pode agir sobre o componente inflamatório da periodontite. Conclusão: nenhuma associação foi encontrada entre os parâmetros periodontais e fadiga neste estudo. A investigação de uma suposta influência da periodontite nas sensações de fadiga em outras populações deve ser encorajada, pois existem mecanismos plausíveis para esta associação. Por outro lado, a atividade física parece agir como fator protetor para a doença periodontal, reforçando a efetividade de atividades físicas de rotina na prevenção primária e secundária de doenças crônicas devido ao seu efeito anti-inflamatório.Introduction and aim: Fatigue sensations may arise due to chronic diseases, like as from cancer, diabetes and rheumatoid arthritis. These chronic conditions in turn are associated with lack of exercise or physical inactivity. In the same way, periodontal disease has been associated with several systemic chronic diseases. The present work has the purpose of: 1) to test the hypothesis that periodontal disease may act as an independent risk indicator for fatigue; and 2) to assess the association between physical activity and clinical parameters of periodontitis in a sample of Brazilian adults. Methods: two cross-sectional studies were nested to a population-based cohort study conducted with adults 35 years and older living in Porto Alegre, Brazil. Periodontal probing depth (PPD), bleeding on probing (BOP), and clinical attachment loss (CAL) were assessed in four sites/tooth in all present teeth in 287 individuals evaluated at the follow-up examination. Fatigue was assessed by the Short Form-36 vitality subscale (SF-36 VT) and physical activity was assessed by the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). Multiple logistic regression models were applied to assess the associations between periodontal variables and fatigue, and for the associations between physical activity and periodontitis. Results: with regard to the association between periodontal disease and fatigue, the percentage of individuals with fatigue among those with (20.2%) and without (21.4%) periodontitis was very similar. Multiple logistic regression models adjusted for sex, smoking and arthritis demonstrated no significant associations between periodontitis and fatigue. With relation to the association between physical activity and periodontitis, after adjusting for age, skin color, socioeconomic status and smoking, physically active individuals had a significantly smaller chance of having severe periodontitis (OR=0.51; 95%CI: 0.28-0.93). The reduction in the odds was also observed for PPD ≥5mm in ≥1 tooth (OR=0.41; 95%CI: 0.21-0.79). When CAL alone was considered the periodontal outcome, no significant associations were found, indicating that PA may act at the inflammatory component of periodontitis. Conclusion: No associations between periodontal disease parameters and fatigue were found in this study. The investigation of a supposed burden of periodontitis in fatigue in other populations is still encouraged, since there are plausible mechanisms for this association. On the other hand, physical activity may act as a protective factor for periodontal disease. This study strengths the effectiveness of routine physical activity in the primary and secondary prevention of chronic diseases throughout improving inflammation.application/pdfporDoenças periodontaisFadigaAptidão físicaPeriodontiaPeriodontal diseasesCross sectional studiesInflammationExerciseFatigueChronic diseaseAssociações bidirecionais entre doença periodontal, fadiga e atividade físicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de OdontologiaPrograma de Pós-Graduação em OdontologiaPorto Alegre, BR-RS2018doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001067456.pdf.txt001067456.pdf.txtExtracted Texttext/plain166140http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/238550/2/001067456.pdf.txtc00d54fbdd452d874081d5b2b3190b84MD52ORIGINAL001067456.pdfTexto completoapplication/pdf2478502http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/238550/1/001067456.pdf014afb124bf5cb002e2c141edd80bf2cMD5110183/2385502022-05-15 04:40:37.391267oai:www.lume.ufrgs.br:10183/238550Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-05-15T07:40:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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