Indução hormonal ou por ablação física da onda folicular ovariana para a sincronização do estro e da ovulação em fêmeas bovinas de corte

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Thomaz Kranen
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/272254
Resumo: O desenvolvimento de protocolos hormonais para a manipulação do ciclo estral em bovinos tornou significativamente mais prática a aplicação das biotécnicas da reprodução. Porém, a eficácia de tais protocolos ainda pode ser melhorada, em especial com respeito a uma maior eficiência da sincronização de uma nova onda folicular e ovulação. O objetivo deste estudo foi comparar a dinâmica folicular em bovinos de corte submetidos a protocolos de sincronização da onda folicular e da ovulação pelo uso de um éster de estradiol (benzoato de estradiol, BE) ou pela ablação física de folículos ovarianos. Um total de 34 fêmeas nulíparas (Experimento 1) e 22 fêmeas multíparas (Experimento 2), hígidas e cíclicas da raça Brangus da Estação Experimental Agronômica da UFRGS, foram submetidas à avaliação dos tratos reprodutivos por palpação e ultrassonografia transretal. As fêmeas foram homogeneamente distribuídas em dois grupos experimentais por categoria (Experimentos 1 e 2): grupo BE (Benzoato de Estradiol, n= 17 novilhas e n=11 vacas), e grupo OPU (Ovum Pick-Up, n=17 novilhas e n=11 vacas). No Dia 0, o grupo BE recebeu 2 mg de benzoato de estradiol por via i.m., com a introdução de um inserto intravaginal de progesterona (P4), enquanto no grupo OPU, todos os folículos terciários ≥5 mm de diâmetro foram aspirados por via transvaginal guiada por ultrasonografia, seguido da introdução de um inserto de P4. Os insertos de P4 foram removidos das fêmeas dos grupos OPU e BE nos Dias 6 e 8, respectivamente, com a administração de 0,6 mg de cipionato de estradiol e 0,15 mg de D-cloprostenol via i.m. A dinâmica folicular foi acompanhada por ultrassonografia transretal a cada 24 h do Dia 0 até um dia após a retirada do inserto de P4, e a intervalos de 12 h até 96 h desde a retirada do inserto de P4, com a observação de sinais de estro. No Experimento 1 (nulíparas), houve diferença (P<0,05) em relação ao sucesso da indução de uma nova onda folicular, que foi de 71% (12/17) e 100% (17/17) para os grupos BE e OPU, respectivamente. Já no Experimento 2 (multíparas), não houve diferença na indução da onda, com a nova onda sendo induzida em 100% (22/22) das vacas em ambos os grupos. No grupo BE, a emergência de uma nova onda folicular ocorreu 3,8 ± 0,3 e 3,9 ± 0,2 dias nas novilhas e vacas, respectivamente, enquanto no grupo OPU, a emergência ocorreu 2,0 ± 0,1 dias e 1,5 ± 0,2 dias nas novilhas e vacas, respectivamente. Houve diferença (P<0,05) quanto à taxa de crescimento diário do futuro folículo dominante (FD) do recrutamento ao início do desvio e à remoção da P4 entre os grupos, sendo maior no grupo OPU do que no grupo BE das nulíparas (Experimento 1). No Experimento 2 (multíparas), o crescimento folicular foi semelhante do recrutamento ao início do desvio, mas diferente (P<0,05) do recrutamento à remoção da P4 entre os grupos, sendo maior no grupo OPU do que no grupo BE. Esta diferença na taxa de crescimento ocasionou também uma diferença entre os grupos (P<0,05) quanto ao diâmetro do FD ao desvio aparente, observado na ultrassonografia, no Experimento 1, e na remoção da P4 no Exprimento 2. No Experimento 1 (nulíparas), 84% (10/12) e 65% (11/17) das novilhas com indução de nova onda ovularam nos grupos BE e OPU, respectivamente. No Experimento 2 (multíparas), 82% (9/11) das fêmeas, tanto do grupo BE como da OPU, ovularam no final do experimento. Obteve-se uma taxa de ovulação final de 59% (10/17) e 65% (11/17) nas novilhas dos grupos BE e OPU, respectivamente (Experimento 1). Já no Experimento 2, observou-se uma taxa de ovulação final de 82% (9/11) nas fêmeas multíparas de ambos os grupos. Houve falhas na indução da nova onda folicular ovariana pelo método hormonal (BE) nas fêmeas bovinas nulíparas de corte, mas não nas fêmeas multíparas, o que consequentemente reduziu a eficiência do protocolo com BE nas novilhas em termos de taxa ovulatória final. Por sua vez, o método físico (OPU) foi eficaz em induzir uma nova onda folicular em ambos as categorias (nulíparas e multíparas). Porém a permanência ligeiramente mais prolongada (12 a 24h) do inserto intravaginal de P4 pode ter contribuído com a redução da taxa ovulatória final, em especial nas fêmeas nulíparas e no grupo de ablação folicular pela OPU.
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Um total de 34 fêmeas nulíparas (Experimento 1) e 22 fêmeas multíparas (Experimento 2), hígidas e cíclicas da raça Brangus da Estação Experimental Agronômica da UFRGS, foram submetidas à avaliação dos tratos reprodutivos por palpação e ultrassonografia transretal. As fêmeas foram homogeneamente distribuídas em dois grupos experimentais por categoria (Experimentos 1 e 2): grupo BE (Benzoato de Estradiol, n= 17 novilhas e n=11 vacas), e grupo OPU (Ovum Pick-Up, n=17 novilhas e n=11 vacas). No Dia 0, o grupo BE recebeu 2 mg de benzoato de estradiol por via i.m., com a introdução de um inserto intravaginal de progesterona (P4), enquanto no grupo OPU, todos os folículos terciários ≥5 mm de diâmetro foram aspirados por via transvaginal guiada por ultrasonografia, seguido da introdução de um inserto de P4. 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No grupo BE, a emergência de uma nova onda folicular ocorreu 3,8 ± 0,3 e 3,9 ± 0,2 dias nas novilhas e vacas, respectivamente, enquanto no grupo OPU, a emergência ocorreu 2,0 ± 0,1 dias e 1,5 ± 0,2 dias nas novilhas e vacas, respectivamente. Houve diferença (P<0,05) quanto à taxa de crescimento diário do futuro folículo dominante (FD) do recrutamento ao início do desvio e à remoção da P4 entre os grupos, sendo maior no grupo OPU do que no grupo BE das nulíparas (Experimento 1). No Experimento 2 (multíparas), o crescimento folicular foi semelhante do recrutamento ao início do desvio, mas diferente (P<0,05) do recrutamento à remoção da P4 entre os grupos, sendo maior no grupo OPU do que no grupo BE. Esta diferença na taxa de crescimento ocasionou também uma diferença entre os grupos (P<0,05) quanto ao diâmetro do FD ao desvio aparente, observado na ultrassonografia, no Experimento 1, e na remoção da P4 no Exprimento 2. No Experimento 1 (nulíparas), 84% (10/12) e 65% (11/17) das novilhas com indução de nova onda ovularam nos grupos BE e OPU, respectivamente. No Experimento 2 (multíparas), 82% (9/11) das fêmeas, tanto do grupo BE como da OPU, ovularam no final do experimento. Obteve-se uma taxa de ovulação final de 59% (10/17) e 65% (11/17) nas novilhas dos grupos BE e OPU, respectivamente (Experimento 1). Já no Experimento 2, observou-se uma taxa de ovulação final de 82% (9/11) nas fêmeas multíparas de ambos os grupos. Houve falhas na indução da nova onda folicular ovariana pelo método hormonal (BE) nas fêmeas bovinas nulíparas de corte, mas não nas fêmeas multíparas, o que consequentemente reduziu a eficiência do protocolo com BE nas novilhas em termos de taxa ovulatória final. Por sua vez, o método físico (OPU) foi eficaz em induzir uma nova onda folicular em ambos as categorias (nulíparas e multíparas). Porém a permanência ligeiramente mais prolongada (12 a 24h) do inserto intravaginal de P4 pode ter contribuído com a redução da taxa ovulatória final, em especial nas fêmeas nulíparas e no grupo de ablação folicular pela OPU.The development of hormonal protocols for the manipulation of the estrous cycle in cattle has made the application of reproductive technologies significantly more practical. However, the effectiveness of such protocols can still be improved, especially with respect to a greater efficiency of the synchronization of a new follicular wave and ovulation. The aim of this study was to compare the follicular dynamics in beef cattle submitted to protocols for the synchronization of the follicular wave and ovulation using either an estrogen ester estradiol benzoate, BE) or the physical ablation of ovarian follicles. A total of 34 and 22 healthy and cyclic Brangus nulliparous (Experiment 1) and multiparous females (Experiment 2), respectively, from the UFRGS Agronomic Experimental Station beef cattle herd, were selected following the evaluation of the status of the reproductive tract by rectal palpation and transrectal ultrasonography. Females were homogeneously distributed into two experimental groups per animal category (Experiments 1 and 2): BE group (Estradiol Benzoate, n=17 heifers and n=11 cows), and OPU group (Ovum Pick-Up, n=17 heifers and n=11 cows). On Day 0, a 2-mg estradiol benzoate dose was given via im to the BE group, along with the insertion of an intravaginal progesterone (P4) device, whereas in the OPU group, all ≥5 mm tertiary follicles were aspirated transvaginally, guided by ultrasonography, followed by the insertion of a P4 device. On Days 6 and 8, the P4 devices were withdrawn from the females in the OPU and the BE groups, respectively, with the administration of 0.6 mg estradiol cypionate and 0.15 mg D-cloprostenol via i.m. Follicular dynamics were followed by transrectal ultrasonography every 24 h from Day 0 until one day after the removal of the P4 device, and at 12 h intervals up to 96 h after the P4 removal, along with estrus detection. In Experiment 1 (nulliparous), a difference (P<0.05) was observed in the success rate in inducing a new follicular wave, being 71% (12/17) and 100% (17/17) for the BE and OPU groups, respectively. In turn, no differences were seen in Experiment 2 (multiparous), with a new wave induced in 100% (22/22) of the females in both groups. In the BE group, the emergence of a new follicular wave occurred at 3.8 ± 0.3 and 3.9 ± 0.2 days in heifers and cows, respectively, whereas in the OPU group, the emergence occurred 2.0 ± 0.1 days and 1.5 ± 0.2 days in heifers and cows, respectively. A difference (P<0.05) was observed between groups in the daily growth rate of the future dominant follicle (DF) from recruitment to the beginning of deviation in Experiment 1 (heifers), and from recruitment to P4 removal in Experiment 2 (cows), being greater in the OPU group than in the BE group. In Experiment 2 (multiparous), follicular growth rate was similar from recruitment to the beginning of deviation, but different (P<0.05) from recruitment to P4 removal between groups, being greater in the OPU group than in the BE group. Such difference in growth rate also caused a difference between groups (P<0.05) regarding the diameter of the DF at the observed deviation, detected by ultrasonography, in Experiment 1, and at P4 removal in Experiment 2. In Experiment 1, 84% (10/12) and 64% (11/17) of the heifers displaying a new follicular wave in the BE and OPU groups, respectively, ovulated up to the end of the experiment, whereas in Experiment 2, 82% (9/11) of the females in both groups ovulated up to the end of the experiment. An overall ovulation rate of 59% (10/17) and 65% (11/17) was attained in heifers (Experiment 1) in the BE and OPU groups, respectively, whereas 82% (18/22) of the multiparous females ovulated in both groups (Experiment 2). Failures occurred in the induction of a new follicular wave under the hormonal treatment (BE) in nulliparous beef cattle, but not in multiparous females, which consequently reduced the efficiency of the protocol in heifers in terms of overall ovulatory rate. In turn, the follicular ablation by OPU was effective in inducing a new follicular wave in both animal categories (nulliparous and multiparous females). However, a reduction in the overall ovulatory rate may have been caused by a slightly longer time (12 to 24 h) of the P4 intravaginal device into some females, especially in nulliparous females and in the follicular ablation group by OPU.application/pdfporSincronização do estroIndução da ovulaçãoBenzoato de estradiolAspiração folicularFolículo ovariano : Crescimento & desenvolvimentoBovinos de corteSyncronizationEstrous cycleOvulationHormone protocolsFollicular ablationFolicular dynamicsCattleIndução hormonal ou por ablação física da onda folicular ovariana para a sincronização do estro e da ovulação em fêmeas bovinas de corteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPrograma de Pós-Graduação em Ciências VeterináriasPorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001137570.pdf.txt001137570.pdf.txtExtracted Texttext/plain264233http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/272254/2/001137570.pdf.txt46ce610af04847627e6980a7af5f2286MD52ORIGINAL001137570.pdfTexto completoapplication/pdf1788094http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/272254/1/001137570.pdf49c9910ed55af1cb6a42be74a549849fMD5110183/2722542024-02-29 04:58:05.704584oai:www.lume.ufrgs.br:10183/272254Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-02-29T07:58:05Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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