Dinâmica de infecção e controle do vírus da influenza A em granjas de suínos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lara, Anne Caroline de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/239097
Resumo: O vírus da influenza (IAV) é endêmico nos rebanhos brasileiros e causa doença respiratória aguda em suínos. Pouco se conhece sobre a dinâmica de infecção em fluxos de produção no Brasil e também novos métodos para controle da transmissão do vírus utilizando desinfetantes. Os objetivos deste trabalho foram acessar a dinâmica de infecção do vírus em granjas brasileiras, desenvolver ferramentas de controle para reduzir transmissão entre leitegadas e avaliar métodos de amostragem para testar a sensibilidade de detecção do vírus. O primeiro estudo longitudinal analisou três fluxos de produção, desde desmame até o abatedouro com relação ao comportamento do IAV. Para isso, 1800 leitões desmamados de 3 granjas de matrizes foram incluídos na avaliação, e foram distribuídos em grupos e alojados em 3 creches. Após 70 dias de vida, os mesmos foram transferidos para 3 unidades de terminação. Foram coletados suabe nasal, fluido oral e sangue para avaliação do status para o IAV. Foram observados altos percentuais de leitões positivos ao desmame, também diagnosticadas ao menos duas ondas de excreção do vírus e alta variabilidade genética nos 3 fluxos de produção estudados. Buscando entender e desenvolver ferramentas de controle, um segundo estudo avaliou o tempo que o vírus da influenza pode persistir no aparelho mamário de porcas contaminados. O vírus da influenza A foi detectado no aparelho mamário de fêmeas em 90% e 46,7%, 3 e 48 horas após o desmame, respectivamente. Neste mesmo estudo foi desenvolvido um protocolo para desinfecção do aparelho mamário visto o risco de disseminação do vírus em granjas que utilizam a prática de mães de leite. Para isso, após o desmame dos leitões, foi utilizado um desinfetante via spray cobrindo toda a superfície do aparelho mamário das porcas. Lenços umedecidos em meio de transporte para o IAV foram utilizados para coleta antes e 30 minutos após o procedimento. A utilização do desinfetante reduziu significativamente os níveis de contaminação do IAV no aparelho mamário, enquanto os grupos controles mantiveram os níveis do IAV iniciais. Considerando os diferentes produtos químicos disponíveis para controle do IAV em superfícies, o terceiro estudo avaliou 4 desinfetantes comerciais com relação a sua eficácia para inativar o IAV no momento da diluição dos produtos e 72 horas após. Apenas um produto avaliado não inativou o vírus da influenza A. Um produto a base de fenol teve seu efeito reduzido 72 horas após a diluição, quando comparada à diluição preparada no momento do uso. O quarto e último estudo avaliou o efeito de fazer pool de amostras de lenços de aparelho mamário de porcas sobre a sensibilidade analítica e detecção por RT-PCR para o IAV. Conclui-se que podem ser analisadas pool de até 3 amostras sem perda significativa da sensibilidade, otimizando desta forma custo sem prejudicar a probalidade de detecção do agente. Ainda, neste trabalho, conclui-se que o número de diluições possíveis está relacionado à contaminação inicial da amostra, demonstrada pelo ciclo de treshold (Ct).
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Após 70 dias de vida, os mesmos foram transferidos para 3 unidades de terminação. Foram coletados suabe nasal, fluido oral e sangue para avaliação do status para o IAV. Foram observados altos percentuais de leitões positivos ao desmame, também diagnosticadas ao menos duas ondas de excreção do vírus e alta variabilidade genética nos 3 fluxos de produção estudados. Buscando entender e desenvolver ferramentas de controle, um segundo estudo avaliou o tempo que o vírus da influenza pode persistir no aparelho mamário de porcas contaminados. O vírus da influenza A foi detectado no aparelho mamário de fêmeas em 90% e 46,7%, 3 e 48 horas após o desmame, respectivamente. Neste mesmo estudo foi desenvolvido um protocolo para desinfecção do aparelho mamário visto o risco de disseminação do vírus em granjas que utilizam a prática de mães de leite. Para isso, após o desmame dos leitões, foi utilizado um desinfetante via spray cobrindo toda a superfície do aparelho mamário das porcas. Lenços umedecidos em meio de transporte para o IAV foram utilizados para coleta antes e 30 minutos após o procedimento. A utilização do desinfetante reduziu significativamente os níveis de contaminação do IAV no aparelho mamário, enquanto os grupos controles mantiveram os níveis do IAV iniciais. Considerando os diferentes produtos químicos disponíveis para controle do IAV em superfícies, o terceiro estudo avaliou 4 desinfetantes comerciais com relação a sua eficácia para inativar o IAV no momento da diluição dos produtos e 72 horas após. Apenas um produto avaliado não inativou o vírus da influenza A. Um produto a base de fenol teve seu efeito reduzido 72 horas após a diluição, quando comparada à diluição preparada no momento do uso. O quarto e último estudo avaliou o efeito de fazer pool de amostras de lenços de aparelho mamário de porcas sobre a sensibilidade analítica e detecção por RT-PCR para o IAV. Conclui-se que podem ser analisadas pool de até 3 amostras sem perda significativa da sensibilidade, otimizando desta forma custo sem prejudicar a probalidade de detecção do agente. Ainda, neste trabalho, conclui-se que o número de diluições possíveis está relacionado à contaminação inicial da amostra, demonstrada pelo ciclo de treshold (Ct).Influenza (IAV) virus is endemic in Brazilian herds and cause acute respiratory disease in pigs. Information about infectious dynamics in 3-sites of production in Brazil and methods to prevent transmission of the virus using disinfectant are scarce. The aims of this study were to assess the infectious dynamics of IAV in Brazilian farms, to develop control tools to decrease transmission among litters and to evaluate sampling methods to assess the sensitivity of the RT-PCR assay. The first was a cohort study in three production flows, that evaluated IAV behavior from weaning to slaughter age. Therefore, 1800 piglets were enrolled at weaning, from three different sow farms and were distributed and housed in three nursery farms. Pigs were transferred to three finishing farms approximately at 70 days of age. Nasal swabs, oral fluids and sera were sampled to assess the IAV status. There was a high number of positive piglets at weaning, at least two waves of shedding were detected during the study and there was high genetic variability among and within farms. To understand and to develop control alternatives, a second study evaluated how long IAV can persist on the udder skin of sow. The IAV was detected in 90% and 46.7% of the udder skin at 3 and 48 hours after weaning, respectively. A protocol to disinfect the udder skin was also developed in this study, due to the risk of IAV spreading in farms where nurse sows are routinely used. After piglets were weaned-off, a disinfectant was sprayed in udder skin, covering the underline of the sow. Udder skin wipes were sampled before and 30 minutes after the procedure. There was a significant decrease in the levels of IAV in the group where the disinfectants was applied, while no reduction was observed in the control groups. Considering the different disinfection products available for IAV surface control, a third study evaluated 4 commercial disinfectants to inactivate IAV post dilution and 72 hours post dilution. One product tested did not inactivate IAV, while three others were effective. One phenol disinfectant decreased efficacy 72 hours post dilution when compared to fresh disinfectant solution. The fourth and last study evaluated the effect of pooling udder skin wipes to detect IAV by RT-PCR. In conclusion, there is no effect on the sensitivity, when pooling up to 3 samples together. This information can help producers to optimize sampling strategies, without compromising detection. Also, the number of possible dilutions that can be performed was calculated and was related to the initial viral amount, demonstrated by cycle threshold (Ct).application/pdfporVírus da influenza ASuinoculturaTransmissão de doença infecciosaControle de infecçõesDesinfetantesManejo de espécimesReação em cadeia da polimerase em tempo realTransmissionDisinfectionShedding wavesLongitudinalPigletsDinâmica de infecção e controle do vírus da influenza A em granjas de suínosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPrograma de Pós-Graduação em Ciências VeterináriasPorto Alegre, BR-RS2022doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001140681.pdf.txt001140681.pdf.txtExtracted Texttext/plain157940http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/239097/2/001140681.pdf.txt4896b0dbb6774fb61df5dac56b476c49MD52ORIGINAL001140681.pdfTexto completoapplication/pdf1570289http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/239097/1/001140681.pdf8cea83fa5e4a0639d75608ba4728ab9dMD5110183/2390972022-05-24 05:01:51.751oai:www.lume.ufrgs.br:10183/239097Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-05-24T08:01:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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