Efeito do pré-condicionamento isquêmico sobre aspectos funcionais, morfológicos e celulares no modelo de hemorragia intracerebral focal em ratos Wistar adultos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Boisserand, Lígia Simões Braga
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/83830
Resumo: O pré-condicionamento (PC) é um fenômeno biológico decorrente da exposição de um tecido ou órgão a um estímulo sub-letal capaz de promover adaptações teciduais que levam a uma proteção a um evento subsequente similar. Alguns estímulos, no entanto podem levar a uma proteção mesmo quando a lesão subsequente é de natureza distinta, isto é chamado de tolerância cruzada. Estudos experimentais vêm utilizando esta estratégia para reduzir o dano provocado pelo acidente vascular encefálico. Com o objetivo de testar a possível tolerância cruzada que o evento isquêmico produziria sobre a lesão causada pela hemorragia, testamos um modelo de pré-condicionamento cruzado induzido por 10 ou 20 minutos de oclusão bilateral das artérias carótidas comuns sobre a hemorragia intracerebral (HIC) induzida por colagenase tipo IV-S no estriado dorsolateral. Para tanto, utilizamos 60 ratos Wistar machos adultos que foram divididos em 6 grupos: sham, PC10, PC20, HIC, PC10+HIC e PC20+HIC. De acordo com o grupo, os animais receberam 10 ou 20 minutos de pré-condicionamento isquêmico (exceto os grupos sham e HIC) e 24 horas após foram submetidos à hemorragia intracerebral ou a cirurgia sham, onde os animais receberam apenas salina. Os animais foram avaliados quanto ao seu desempenho motor através do teste do cilindro e teste da escada horizontal durante o período do experimento. Vinte dias após a indução da HIC, os animais foram perfundidos e foram obtidas amostras do tecido encefálico para a avaliação do volume da lesão e densidade óptica regional de astrócitos (GFAP+) e microglia (CD11b). Em nossos resultados detectamos que 10 ou 20 minutos de PC foram capazes de proteger o tecido da lesão promovida pela HIC (p<0,05) e de reduzir a densidade de GFAP+ (p<0,05). No entanto, não houve diferenças quanto ao desempenho funcional avaliado por nossos testes, tampouco sobre a ativação microglial no período estudado. Conjuntamente nossos resultados evidenciam que a tolerância tecidual induzida pelo pré-condicionamento isquêmico foi capaz de promover algum grau de proteção no modelo de hemorragia intracerebral induzido por colagenase do tipo IV-S, mesmo que isso não tenha sido evidenciado no desfecho funcional avaliado por nossos testes comportamentais. Além disso, os diferentes tempos de PC estudados não mostraram diferentes graus de proteção.
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