O impacto da covid-19 em indivíduos que convivem com o diabetes mellitus : repercussões na saúde mental e estratégias para mitigação do efeito da pandemia
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/237433 |
Resumo: | O diabetes mellitus é uma doença crônica e progressiva, que resulta na dependência de cuidados de saúde contínuos, o que pode resultar em comprometimento das relações interpessoais e sobrecarregar emocionalmente os pacientes que vivem com a doença. Essas condições podem repercutir na saúde mental desses indivíduos, que apresentam prevalência de depressão e ansiedade de duas a quatro vezes maior quando comparados a seus pares sem diabetes. A sobrecarga emocional é também experenciada por aqueles que compartilham a responsabilidade do cuidado: para crianças e adolescentes com diabetes tipo 1, os cuidadores desempenham um papel fundamental no controle da doença, e é sobre eles que recai o sentimento de responsabilidade pelas complicações em curto e longo prazo. A maior vulnerabilidade emocional vivenciada por esses indivíduos é desafiada na medida em que uma pandemia se estabelece, trazendo mudança nas rotinas de atendimento, alterações de hábitos de vida e isolamento social. Com o objetivo de caracterizar o impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental de pacientes com diabetes, foi realizado estudo transversal para identificar transtornos psiquiátricos após o terceiro mês de instalação da pandemia no Brasil. A avaliação de 120 participantes (52 com diabetes tipo 1 e 68 com diabetes tipo 2) mostrou elevada prevalência de positividade no rastreamento de distúrbios de saúde mental, com quase 43% desses participantes apresentando distúrbios psiquiátricos menores, como depressão e ansiedade. O rastreamento de sofrimento emocional relacionado ao diabetes foi positivo em 29.2% dos participantes, de distúrbios alimentares em 75.8% e de distúrbios do sono em 77.5%. Considerando que o impacto emocional da pandemia se estende também aos responsáveis pelo cuidado de indivíduos com diabetes tipo 1, um estudo transversal, realizado por meio de inquérito online durante a pandemia, comparou a presença de sobrecarga emocional e de distúrbios psiquiátricos menores (depressão e ansiedade) entre cuidadores de crianças e adolescentes com e sem diabetes tipo 1. O estudo incluiu 764 participantes (381 cuidadores de jovens com diabetes e 383, sem diabetes) e mostrou que, no grupo responsável por crianças e adolescentes com diabetes, mais frequentemente se 14 observou a presença de sofrimento emocional relacionado à pandemia (OR 1,67; 95% IC, 1,10 - 2,53) e relacionado ao cuidado de seu dependente com diabetes (OR 2,28; 95% IC, 1,54 - 3,38) comparado ao grupo sem diabetes, além de mais comumente apresentar positividade no rastreamento de distúrbios psiquiátricos menores (OR 2,43; 95% IC, 1,70 - 3,47). Complementando essa análise, realizou-se um estudo qualitativo avaliando as percepções dos responsáveis por crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 sobre como a pandemia afetou suas emoções pessoais e em relação ao cuidado de seu dependente. Os relatos descritos, que incluíram as impressões de 318 cuidadores, refletiram os sentimentos negativos relacionados à mudança de hábitos dos dependentes e a percepção de dificuldade no controle glicêmico durante a pandemia. Além de preocupação e medo sobre a possibilidade de infecção, os cuidadores de crianças frequentemente relataram sentirem-se sobrecarregados e exaustos com a “dupla jornada” que representou o fechamento das escolas e o maior tempo do filho em casa, enquanto os cuidadores de adolescentes discorreram sobre as dificuldades de lidar com a redução das interações sociais nessa fase. Por fim, dada a importância da conservação de uma boa saúde mental tanto para reduzir os efeitos negativos emocionais, quanto para melhorar a adesão ao tratamento do diabetes, elaborou-se uma proposta de intervenção por meio de teleatendimentos a fim de oferecer acolhimento e continuidade no atendimento às demandas da doença durante a pandemia de COVID-19. Para testar a efetividade da estratégia, realizou-se um ensaio clínico randomizado, incluindo 91 indivíduos com diabetes tipo 2, o qual identificou que a utilização da teleintervenção proposta foi efetiva em reduzir a positividade no rastreamento de distúrbios de saúde mental (depressão e ansiedade) após 16 semanas de acompanhamento (rastreamento positivo em 37,0% dos participantes do grupo intervenção vs. 57,8% no grupo controle ao final do estudo, P = 0,04), além de reduzir sofrimento emocional relacionado ao diabetes (21,7% no grupo intervenção vs. 42,2% no grupo controle, P = 0,03). Também foi realizado um ensaio clínico randomizado testando a intervenção proposta entre indivíduos com diabetes tipo 1, para o qual foram incluídos 58 pacientes. Nesse grupo, a estratégia não apresentou benefício direto na redução de distúrbios de saúde mental; contudo, os participantes do grupo intervenção mais frequentemente 15 sentirem-se acolhidos e amparados em seus cuidados com o diabetes durante a pandemia (82,8% no grupo intervenção vs. 48,3% no grupo controle, P < 0.01). Os estudos realizados para a construção desta tese possibilitaram a identificação precoce do impacto em saúde mental da pandemia de COVID-19 em pacientes com diabetes e a elaboração de uma estratégia eficaz para a mitigação desse efeito. Os resultados apresentados preencheram uma lacuna do conhecimento sobre os potenciais benefícios do uso de teleatendimentos no efeito psicopatológico da pandemia, e servem como base para o adequado e oportuno planejamento das equipes de saúde diante de situações semelhantes futuramente. |
id |
URGS_232eee9f07f5a74a797b0391e5fd7d99 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/237433 |
network_acronym_str |
URGS |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
repository_id_str |
1853 |
spelling |
Alessi, JanineSchaan, Beatriz D'Agord2022-04-19T04:39:03Z2022http://hdl.handle.net/10183/237433001139214O diabetes mellitus é uma doença crônica e progressiva, que resulta na dependência de cuidados de saúde contínuos, o que pode resultar em comprometimento das relações interpessoais e sobrecarregar emocionalmente os pacientes que vivem com a doença. Essas condições podem repercutir na saúde mental desses indivíduos, que apresentam prevalência de depressão e ansiedade de duas a quatro vezes maior quando comparados a seus pares sem diabetes. A sobrecarga emocional é também experenciada por aqueles que compartilham a responsabilidade do cuidado: para crianças e adolescentes com diabetes tipo 1, os cuidadores desempenham um papel fundamental no controle da doença, e é sobre eles que recai o sentimento de responsabilidade pelas complicações em curto e longo prazo. A maior vulnerabilidade emocional vivenciada por esses indivíduos é desafiada na medida em que uma pandemia se estabelece, trazendo mudança nas rotinas de atendimento, alterações de hábitos de vida e isolamento social. Com o objetivo de caracterizar o impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental de pacientes com diabetes, foi realizado estudo transversal para identificar transtornos psiquiátricos após o terceiro mês de instalação da pandemia no Brasil. A avaliação de 120 participantes (52 com diabetes tipo 1 e 68 com diabetes tipo 2) mostrou elevada prevalência de positividade no rastreamento de distúrbios de saúde mental, com quase 43% desses participantes apresentando distúrbios psiquiátricos menores, como depressão e ansiedade. O rastreamento de sofrimento emocional relacionado ao diabetes foi positivo em 29.2% dos participantes, de distúrbios alimentares em 75.8% e de distúrbios do sono em 77.5%. Considerando que o impacto emocional da pandemia se estende também aos responsáveis pelo cuidado de indivíduos com diabetes tipo 1, um estudo transversal, realizado por meio de inquérito online durante a pandemia, comparou a presença de sobrecarga emocional e de distúrbios psiquiátricos menores (depressão e ansiedade) entre cuidadores de crianças e adolescentes com e sem diabetes tipo 1. O estudo incluiu 764 participantes (381 cuidadores de jovens com diabetes e 383, sem diabetes) e mostrou que, no grupo responsável por crianças e adolescentes com diabetes, mais frequentemente se 14 observou a presença de sofrimento emocional relacionado à pandemia (OR 1,67; 95% IC, 1,10 - 2,53) e relacionado ao cuidado de seu dependente com diabetes (OR 2,28; 95% IC, 1,54 - 3,38) comparado ao grupo sem diabetes, além de mais comumente apresentar positividade no rastreamento de distúrbios psiquiátricos menores (OR 2,43; 95% IC, 1,70 - 3,47). Complementando essa análise, realizou-se um estudo qualitativo avaliando as percepções dos responsáveis por crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 sobre como a pandemia afetou suas emoções pessoais e em relação ao cuidado de seu dependente. Os relatos descritos, que incluíram as impressões de 318 cuidadores, refletiram os sentimentos negativos relacionados à mudança de hábitos dos dependentes e a percepção de dificuldade no controle glicêmico durante a pandemia. Além de preocupação e medo sobre a possibilidade de infecção, os cuidadores de crianças frequentemente relataram sentirem-se sobrecarregados e exaustos com a “dupla jornada” que representou o fechamento das escolas e o maior tempo do filho em casa, enquanto os cuidadores de adolescentes discorreram sobre as dificuldades de lidar com a redução das interações sociais nessa fase. Por fim, dada a importância da conservação de uma boa saúde mental tanto para reduzir os efeitos negativos emocionais, quanto para melhorar a adesão ao tratamento do diabetes, elaborou-se uma proposta de intervenção por meio de teleatendimentos a fim de oferecer acolhimento e continuidade no atendimento às demandas da doença durante a pandemia de COVID-19. Para testar a efetividade da estratégia, realizou-se um ensaio clínico randomizado, incluindo 91 indivíduos com diabetes tipo 2, o qual identificou que a utilização da teleintervenção proposta foi efetiva em reduzir a positividade no rastreamento de distúrbios de saúde mental (depressão e ansiedade) após 16 semanas de acompanhamento (rastreamento positivo em 37,0% dos participantes do grupo intervenção vs. 57,8% no grupo controle ao final do estudo, P = 0,04), além de reduzir sofrimento emocional relacionado ao diabetes (21,7% no grupo intervenção vs. 42,2% no grupo controle, P = 0,03). Também foi realizado um ensaio clínico randomizado testando a intervenção proposta entre indivíduos com diabetes tipo 1, para o qual foram incluídos 58 pacientes. Nesse grupo, a estratégia não apresentou benefício direto na redução de distúrbios de saúde mental; contudo, os participantes do grupo intervenção mais frequentemente 15 sentirem-se acolhidos e amparados em seus cuidados com o diabetes durante a pandemia (82,8% no grupo intervenção vs. 48,3% no grupo controle, P < 0.01). Os estudos realizados para a construção desta tese possibilitaram a identificação precoce do impacto em saúde mental da pandemia de COVID-19 em pacientes com diabetes e a elaboração de uma estratégia eficaz para a mitigação desse efeito. Os resultados apresentados preencheram uma lacuna do conhecimento sobre os potenciais benefícios do uso de teleatendimentos no efeito psicopatológico da pandemia, e servem como base para o adequado e oportuno planejamento das equipes de saúde diante de situações semelhantes futuramente.application/pdfporCOVID-19Diabetes mellitusSaúde mentalPandemiasO impacto da covid-19 em indivíduos que convivem com o diabetes mellitus : repercussões na saúde mental e estratégias para mitigação do efeito da pandemiainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências Médicas: EndocrinologiaPorto Alegre, BR-RS2022doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001139214.pdf.txt001139214.pdf.txtExtracted Texttext/plain246004http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/237433/2/001139214.pdf.txt8d035303155129df2089dd4cd6943f42MD52ORIGINAL001139214.pdfTexto parcialapplication/pdf1786013http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/237433/1/001139214.pdfe79e4be895470ea956777c07ee980820MD5110183/2374332024-03-29 06:19:44.378347oai:www.lume.ufrgs.br:10183/237433Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-03-29T09:19:44Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
O impacto da covid-19 em indivíduos que convivem com o diabetes mellitus : repercussões na saúde mental e estratégias para mitigação do efeito da pandemia |
title |
O impacto da covid-19 em indivíduos que convivem com o diabetes mellitus : repercussões na saúde mental e estratégias para mitigação do efeito da pandemia |
spellingShingle |
O impacto da covid-19 em indivíduos que convivem com o diabetes mellitus : repercussões na saúde mental e estratégias para mitigação do efeito da pandemia Alessi, Janine COVID-19 Diabetes mellitus Saúde mental Pandemias |
title_short |
O impacto da covid-19 em indivíduos que convivem com o diabetes mellitus : repercussões na saúde mental e estratégias para mitigação do efeito da pandemia |
title_full |
O impacto da covid-19 em indivíduos que convivem com o diabetes mellitus : repercussões na saúde mental e estratégias para mitigação do efeito da pandemia |
title_fullStr |
O impacto da covid-19 em indivíduos que convivem com o diabetes mellitus : repercussões na saúde mental e estratégias para mitigação do efeito da pandemia |
title_full_unstemmed |
O impacto da covid-19 em indivíduos que convivem com o diabetes mellitus : repercussões na saúde mental e estratégias para mitigação do efeito da pandemia |
title_sort |
O impacto da covid-19 em indivíduos que convivem com o diabetes mellitus : repercussões na saúde mental e estratégias para mitigação do efeito da pandemia |
author |
Alessi, Janine |
author_facet |
Alessi, Janine |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Alessi, Janine |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Schaan, Beatriz D'Agord |
contributor_str_mv |
Schaan, Beatriz D'Agord |
dc.subject.por.fl_str_mv |
COVID-19 Diabetes mellitus Saúde mental Pandemias |
topic |
COVID-19 Diabetes mellitus Saúde mental Pandemias |
description |
O diabetes mellitus é uma doença crônica e progressiva, que resulta na dependência de cuidados de saúde contínuos, o que pode resultar em comprometimento das relações interpessoais e sobrecarregar emocionalmente os pacientes que vivem com a doença. Essas condições podem repercutir na saúde mental desses indivíduos, que apresentam prevalência de depressão e ansiedade de duas a quatro vezes maior quando comparados a seus pares sem diabetes. A sobrecarga emocional é também experenciada por aqueles que compartilham a responsabilidade do cuidado: para crianças e adolescentes com diabetes tipo 1, os cuidadores desempenham um papel fundamental no controle da doença, e é sobre eles que recai o sentimento de responsabilidade pelas complicações em curto e longo prazo. A maior vulnerabilidade emocional vivenciada por esses indivíduos é desafiada na medida em que uma pandemia se estabelece, trazendo mudança nas rotinas de atendimento, alterações de hábitos de vida e isolamento social. Com o objetivo de caracterizar o impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental de pacientes com diabetes, foi realizado estudo transversal para identificar transtornos psiquiátricos após o terceiro mês de instalação da pandemia no Brasil. A avaliação de 120 participantes (52 com diabetes tipo 1 e 68 com diabetes tipo 2) mostrou elevada prevalência de positividade no rastreamento de distúrbios de saúde mental, com quase 43% desses participantes apresentando distúrbios psiquiátricos menores, como depressão e ansiedade. O rastreamento de sofrimento emocional relacionado ao diabetes foi positivo em 29.2% dos participantes, de distúrbios alimentares em 75.8% e de distúrbios do sono em 77.5%. Considerando que o impacto emocional da pandemia se estende também aos responsáveis pelo cuidado de indivíduos com diabetes tipo 1, um estudo transversal, realizado por meio de inquérito online durante a pandemia, comparou a presença de sobrecarga emocional e de distúrbios psiquiátricos menores (depressão e ansiedade) entre cuidadores de crianças e adolescentes com e sem diabetes tipo 1. O estudo incluiu 764 participantes (381 cuidadores de jovens com diabetes e 383, sem diabetes) e mostrou que, no grupo responsável por crianças e adolescentes com diabetes, mais frequentemente se 14 observou a presença de sofrimento emocional relacionado à pandemia (OR 1,67; 95% IC, 1,10 - 2,53) e relacionado ao cuidado de seu dependente com diabetes (OR 2,28; 95% IC, 1,54 - 3,38) comparado ao grupo sem diabetes, além de mais comumente apresentar positividade no rastreamento de distúrbios psiquiátricos menores (OR 2,43; 95% IC, 1,70 - 3,47). Complementando essa análise, realizou-se um estudo qualitativo avaliando as percepções dos responsáveis por crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 sobre como a pandemia afetou suas emoções pessoais e em relação ao cuidado de seu dependente. Os relatos descritos, que incluíram as impressões de 318 cuidadores, refletiram os sentimentos negativos relacionados à mudança de hábitos dos dependentes e a percepção de dificuldade no controle glicêmico durante a pandemia. Além de preocupação e medo sobre a possibilidade de infecção, os cuidadores de crianças frequentemente relataram sentirem-se sobrecarregados e exaustos com a “dupla jornada” que representou o fechamento das escolas e o maior tempo do filho em casa, enquanto os cuidadores de adolescentes discorreram sobre as dificuldades de lidar com a redução das interações sociais nessa fase. Por fim, dada a importância da conservação de uma boa saúde mental tanto para reduzir os efeitos negativos emocionais, quanto para melhorar a adesão ao tratamento do diabetes, elaborou-se uma proposta de intervenção por meio de teleatendimentos a fim de oferecer acolhimento e continuidade no atendimento às demandas da doença durante a pandemia de COVID-19. Para testar a efetividade da estratégia, realizou-se um ensaio clínico randomizado, incluindo 91 indivíduos com diabetes tipo 2, o qual identificou que a utilização da teleintervenção proposta foi efetiva em reduzir a positividade no rastreamento de distúrbios de saúde mental (depressão e ansiedade) após 16 semanas de acompanhamento (rastreamento positivo em 37,0% dos participantes do grupo intervenção vs. 57,8% no grupo controle ao final do estudo, P = 0,04), além de reduzir sofrimento emocional relacionado ao diabetes (21,7% no grupo intervenção vs. 42,2% no grupo controle, P = 0,03). Também foi realizado um ensaio clínico randomizado testando a intervenção proposta entre indivíduos com diabetes tipo 1, para o qual foram incluídos 58 pacientes. Nesse grupo, a estratégia não apresentou benefício direto na redução de distúrbios de saúde mental; contudo, os participantes do grupo intervenção mais frequentemente 15 sentirem-se acolhidos e amparados em seus cuidados com o diabetes durante a pandemia (82,8% no grupo intervenção vs. 48,3% no grupo controle, P < 0.01). Os estudos realizados para a construção desta tese possibilitaram a identificação precoce do impacto em saúde mental da pandemia de COVID-19 em pacientes com diabetes e a elaboração de uma estratégia eficaz para a mitigação desse efeito. Os resultados apresentados preencheram uma lacuna do conhecimento sobre os potenciais benefícios do uso de teleatendimentos no efeito psicopatológico da pandemia, e servem como base para o adequado e oportuno planejamento das equipes de saúde diante de situações semelhantes futuramente. |
publishDate |
2022 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2022-04-19T04:39:03Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2022 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/237433 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001139214 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/237433 |
identifier_str_mv |
001139214 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/237433/2/001139214.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/237433/1/001139214.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
8d035303155129df2089dd4cd6943f42 e79e4be895470ea956777c07ee980820 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br |
_version_ |
1810085581795885056 |