A educação musical na cena do tambor de sopapo no Rio Grande do Sul : personagens e suas práticas pedagógico-musicais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado, Lucas Jum Kinoshita
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/266752
Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo analisar a presença da educação musical na cena do Tambor de Sopapo no estado do Rio Grande do Sul. As questões de pesquisa foram: quem são os/as personagens da cena do Tambor de Sopapo no Rio Grande do Sul? Quais as formas de transmissão que as pessoas praticam ao se tratar de Sopapo? O que tem de educação musical nessa cena? A quem interessa essa cena? Revelaram-se práticas ocultas, desconhecidas e/ou escamoteadas, dando nome aos personagens da cultura que gira em torno do instrumento. O referencial teórico deste trabalho está calcado em dois pilares: o conceito de cena musical (STRAW, 1997, 2012; GARSON, 2009; SÁ, 2011; MATTOS, 2013; COSTA et al., 2015; GUERRA; QUINTELA, 2016; BARBOSA, 2021), processos educativos na visão da antropologia da educação (ITURRA, 1994) e da sociologia da educação musical (SOUZA, 2016), com atenção para a transmissão de conhecimentos através da memória, ancestralidade, ritualidade e oralidade (ABIB, 2006; ADÃO; SANTOS, 2019). Para realizar esta pesquisa, utilizou-se o método da sociografia (BOZON, 2000; MENDRAS, 2004; MONTEIRO, 2009, 2011; SOUZA, 2014, 2022) como instrumento de coleta e análise de dados. Na primeira fase foram realizadas entrevistas semiestruturadas (LAVILLE; DIONNE, 1999) com dois personagens importantes para a cena do Sopapo: Edu do Nascimento e José Batista. Na segunda fase, aplicou-se um questionário para 112 pessoas, mesclando perguntas objetivas e perguntas abertas (AMARO et al., 2004/2005; GIL, 2008). A revisão bibliográfica se aprofundou na literatura em torno do Sopapo, com textos de Giba Giba (1996), Maia (2005, 2008), Kinoshita (2009), Türk e Valentim (2010), Serraria (2013, 2017a), Batista (2021) e Gonçalves (2022), além de documentos audiovisuais e podcasts. Como resultado, percebeu-se que o Sopapo é capaz de criar uma cena ao seu redor, sendo ele símbolo político e de resistência da cultura negra no Rio Grande do Sul, capaz de auxiliar na construção de identidades, e trazer sentido de pertencimento. As discussões que o instrumento possibilita podem servir, por exemplo, como ferramenta no combate ao racismo. O tambor e as relações que se constituem a seu redor ajudam a respeitar, proteger, incentivar e (re)construir o protagonismo negro. Seus saberes circulam, sobretudo, na oralidade dos mestres griôs e dos luthiers do instrumento, colocando o desafio sobre como construir a ponte entre esses saberes e os saberes, por exemplo, da escola. Tendo em vista a Lei nº 10.639, refletiu-se sobre como é possível contribuir para que os conhecimentos em torno do Sopapo sejam espalhados, democratizados, perpetuados e tenham seu acesso garantido. Esta investigação aponta que um dos caminhos é o da educação musical, com potencialidade de levar os saberes a todos, todas e todes, sendo que, para tanto, são necessárias políticas públicas e maior mobilização da sociedade.
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spelling Machado, Lucas Jum KinoshitaSouza, Jusamara Vieira de2023-11-08T03:24:48Z2023http://hdl.handle.net/10183/266752001176492Esta pesquisa teve como objetivo analisar a presença da educação musical na cena do Tambor de Sopapo no estado do Rio Grande do Sul. As questões de pesquisa foram: quem são os/as personagens da cena do Tambor de Sopapo no Rio Grande do Sul? Quais as formas de transmissão que as pessoas praticam ao se tratar de Sopapo? O que tem de educação musical nessa cena? A quem interessa essa cena? Revelaram-se práticas ocultas, desconhecidas e/ou escamoteadas, dando nome aos personagens da cultura que gira em torno do instrumento. O referencial teórico deste trabalho está calcado em dois pilares: o conceito de cena musical (STRAW, 1997, 2012; GARSON, 2009; SÁ, 2011; MATTOS, 2013; COSTA et al., 2015; GUERRA; QUINTELA, 2016; BARBOSA, 2021), processos educativos na visão da antropologia da educação (ITURRA, 1994) e da sociologia da educação musical (SOUZA, 2016), com atenção para a transmissão de conhecimentos através da memória, ancestralidade, ritualidade e oralidade (ABIB, 2006; ADÃO; SANTOS, 2019). Para realizar esta pesquisa, utilizou-se o método da sociografia (BOZON, 2000; MENDRAS, 2004; MONTEIRO, 2009, 2011; SOUZA, 2014, 2022) como instrumento de coleta e análise de dados. Na primeira fase foram realizadas entrevistas semiestruturadas (LAVILLE; DIONNE, 1999) com dois personagens importantes para a cena do Sopapo: Edu do Nascimento e José Batista. Na segunda fase, aplicou-se um questionário para 112 pessoas, mesclando perguntas objetivas e perguntas abertas (AMARO et al., 2004/2005; GIL, 2008). A revisão bibliográfica se aprofundou na literatura em torno do Sopapo, com textos de Giba Giba (1996), Maia (2005, 2008), Kinoshita (2009), Türk e Valentim (2010), Serraria (2013, 2017a), Batista (2021) e Gonçalves (2022), além de documentos audiovisuais e podcasts. Como resultado, percebeu-se que o Sopapo é capaz de criar uma cena ao seu redor, sendo ele símbolo político e de resistência da cultura negra no Rio Grande do Sul, capaz de auxiliar na construção de identidades, e trazer sentido de pertencimento. As discussões que o instrumento possibilita podem servir, por exemplo, como ferramenta no combate ao racismo. O tambor e as relações que se constituem a seu redor ajudam a respeitar, proteger, incentivar e (re)construir o protagonismo negro. Seus saberes circulam, sobretudo, na oralidade dos mestres griôs e dos luthiers do instrumento, colocando o desafio sobre como construir a ponte entre esses saberes e os saberes, por exemplo, da escola. Tendo em vista a Lei nº 10.639, refletiu-se sobre como é possível contribuir para que os conhecimentos em torno do Sopapo sejam espalhados, democratizados, perpetuados e tenham seu acesso garantido. Esta investigação aponta que um dos caminhos é o da educação musical, com potencialidade de levar os saberes a todos, todas e todes, sendo que, para tanto, são necessárias políticas públicas e maior mobilização da sociedade.This research aimed to analyze the presence of music education in the Sopapo drum scene in the state of Rio Grande do Sul. The research inquiries were: who are the characters of the Sopapo drum scene in Rio Grande do Sul? What forms of transmission people practice when it comes to Sopapo? What is the music education in this scene? Who is interested in this scene? Hidden, unknown, and/or masked practices were revealed, giving names to the characters of the culture that revolves around the instrument. The theoretical framework of this work is based on two pillars: the concept of musical scene (STRAW, 1997, 2012; GARSON, 2009; SÁ, 2011; MATTOS, 2013; COSTA et al., 2015; GUERRA; QUINTELA, 2016; BARBOSA, 2021) and how the educational processes are viewed through the lens of anthropology of education (ITURRA, 1994) and sociology of music education (SOUZA, 2016), focusing on the transmission of knowledge through memory, ancestry, ritual, and orality (ABIB, 2006, ADÃO; SANTOS, 2019). To conduct this research, I used the sociography method (BOZON, 2000; MENDRAS, 2004; MONTEIRO, 2009, 2011; SOUZA, 2014, 2022) as a tool for data collection and analysis. In the first phase, I conducted semistructured interviews (LAVILLE; DIONNE, 1999) with two important characters for the Sopapo scene: Edu do Nascimento and José Batista. In the second phase, I applied a questionnaire for 112 people, combining objective and open-ended questions (AMARO et al., 2004/2005; GIL, 2008). The bibliographic review delved into the literature around Sopapo, such as the written works of Giba Giba (1996), Maia (2005, 2008), Kinoshita (2009), Türck and Valentim (2010), Serraria (2013, 2017a), Batista (2021), and Gonçalves (2022), as well as audiovisual documents and podcasts. As a result, I was able to perceive that Sopapo is capable of creating a scene around itself, being a political symbol and resistance of black culture in Rio Grande do Sul, building identities and sense of belonging. The discussions around the instrument enables as, for example, a tool to combat racism. The drum and the relationships formed around it help to respect, protect, encourage, and (re)construct black protagonist. Its knowledge mainly circulates through the oral tradition of the griots masters and the instrument luthiers, which poses a challenge of how to build a bridge between this knowledge and that of, for example, the school. In light of the law 10.639, it was reflected on how we can contribute to the spread, democratization, perpetuation, and guaranteed access to knowledge surrounding Sopapo. The investigation points out that one path is through music education, with the potential to bring this knowledge to everyone, for which public policies and mobilization of society are necessary.audio/mpegvideo/mp4audio/x-wavapplication/pdfvideo/x-msvideovideo/mpegporTambor (Instrumento musical)Sopapo : SonoridadeSociografiaEducação musical : SociologiaSopapo drumMusical sceneSociographySociology of music educationMusical-educational processesA educação musical na cena do tambor de sopapo no Rio Grande do Sul : personagens e suas práticas pedagógico-musicaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de ArtesPrograma de Pós-Graduação em MúsicaPorto Alegre, BR-RS2023mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001176492.pdf.txt001176492.pdf.txtExtracted Texttext/plain683791http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/25/001176492.pdf.txt7aecb8631a172ad6bc9d328bb77b2f53MD525ORIGINAL001176492.pdfTexto completoapplication/pdf6279155http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/1/001176492.pdf810139b33f225bf5c833e8d4583fadd0MD51001176492.mp3Áudioaudio/mpeg6196481http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/2/001176492.mp353a9cc001574fb3062c5d4c01672488bMD52001176492-02.mp3Áudioaudio/mpeg1856122http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/3/001176492-02.mp3930e2b394c821c352b4825161f31f5c5MD53001176492-03.mp3Áudioaudio/mpeg2873721http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/4/001176492-03.mp3403886ec71b434ff0c2796fa3b549b27MD54001176492-04.mp3Áudioaudio/mpeg7208505http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/5/001176492-04.mp3e14d3a79410e6a881f5eee8a028727d2MD55001176492-05.mp3Áudioaudio/mpeg1972104http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/6/001176492-05.mp30d1c984161571ce47d889a06eda0286bMD56001176492-06.mp3Áudioaudio/mpeg6325610http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/7/001176492-06.mp3a86a2e12ff16b5794aaf6f81f36dd8a5MD57001176492-07.mp3Áudioaudio/mpeg9136765http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/8/001176492-07.mp3880c6bc01558deef6619236e19547c62MD58001176492-08.mp3Áudioaudio/mpeg6334385http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/9/001176492-08.mp3180c776cc72784152b6411cab64e2709MD59001176492-09.mp3Áudioaudio/mpeg5352615http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/10/001176492-09.mp3c841e476bef185ff8dce00fb662282ffMD510001176492-10.mp3Áudioaudio/mpeg6200898http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/11/001176492-10.mp3d27c1102d4a8c5dcf2740c72f8ad75e2MD511001176492-11.mp3Áudioaudio/mpeg1735812http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/12/001176492-11.mp32a42cfb412207e3bdfbd1dc58c4585d5MD512001176492-12.mp3Áudioaudio/mpeg6281126http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/13/001176492-12.mp3b06c5de9f70c1d828acba42496112291MD513001176492.wavÁudioaudio/x-wav2697260http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/14/001176492.wav42637c57d05e5015588a1e1a98d7e79eMD514001176492.aviVídeovideo/x-msvideo1032258188http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/15/001176492.avie9df7e09d81b68d930f821818b417e48MD515001176492-02.aviVídeovideo/x-msvideo256912404http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/16/001176492-02.avi4a563f068b68ae115ab971f60f9c4724MD516001176492-03.aviVídeovideo/x-msvideo992526460http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/17/001176492-03.avi4af790c08078ca2a733f88fbd72def61MD517001176492-04.aviVídeovideo/x-msvideo1731749340http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/18/001176492-04.avifde693d7ba9b4394238685f7cf0813fdMD518001176492-05.aviVídeovideo/x-msvideo929689716http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/19/001176492-05.avi581935bbf0185aa171b8518717fed590MD519001176492-06.aviVídeovideo/x-msvideo316209052http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/20/001176492-06.aviec8d2f1b6387af72bbc4396b76677912MD520001176492.mp4Vídeovideo/mp45787407http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/21/001176492.mp42f09a04b56fff07a45900b680f4b2a64MD521001176492.mpegVídeovideo/mpeg2011335http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/22/001176492.mpeg430b11276f3ebd690a8a60b7c59ffa28MD522001176492.mpgVídeovideo/mpeg669624324http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/23/001176492.mpg2d1b67c76b8da83a78ce7970383ccd2fMD523001176492-02.mpgVídeovideo/mpeg264275972http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266752/24/001176492-02.mpg0b57c7468ab100661912da4f3691f07eMD52410183/2667522023-11-23 04:34:23.923963oai:www.lume.ufrgs.br:10183/266752Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-11-23T06:34:23Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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