Efeito antinociceptivo mecânico e neurotoxicidade do meloxicam administrado via subaracnóidea em ratos wistar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moura, Lanucha Fidelis da Luz
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/31759
Resumo: Evidências demonstram que ambas as isoformas da ciclooxigenase (COX) são constitutivamente expressas na medula espinhal (ME) de ratos, sendo COX-2 predominante no corno dorsal da medula espinhal (CDME) e podendo apresentar importante papel no desenvolvimento e manutenção da dor inflamatória. Assim, sugerese que os antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs) possam exercer sua ação analgésica diretamente sobre o sistema nervoso central (SNC), e a administração espinhal desses fármacos tem despontado como uma alternativa no manejo da dor. O presente estudo objetiva, portanto, avaliar os efeitos da administração subaracnóidea (SA) do meloxicam em um modelo de dor inflamatória, bem como sua possível toxicidade sobre o SNC. Foram utilizados 27 ratos Wistar, machos, nos quais uma cânula SA foi implantada. Os animais foram aleatoriamente distribuídos em três grupos e submetidos à administração de 5 L de solução salina (Grupo I – GI), 30 g de meloxicam (Grupo II – GII) ou somente à manutenção crônica da cânula SA (Grupo III – GIII). A hipernocicepção mecânica foi induzida pela injeção intraplantar de carragenina e avaliada com o emprego de um analgesímetro digital durante um período de 4 horas. Para estudo da neurotoxicidade, os animais foram diariamente avaliados quanto ao peso corporal, alterações comportamentais e funções neurológicas, sendo mortos por perfusão transcardíaca um, sete ou 14 dias após a implantação da cânula SA. A ME foi coletada e submetida à análise histopatológica. Os resultados demonstraram que a administração do meloxicam na dose de 30 g.animal-1 não foi capaz de suprimir a resposta hipernociceptiva mecânica induzida pela carragenina. Nenhum animal, contudo, apresentou qualquer alteração comportamental ou das funções neurológicas durante o período de observação, tampouco ocorrendo diferença na variação do peso corporal entre os grupos. A análise histopatológica da ME não apresentou diferenças entre os grupos experimentais, entretanto revelou a presença de alterações severas relacionadas à presença da cânula SA, especialmente na região cervical. Estes dados sugerem a ausência de efeitos neurotóxicos após a administração SA do meloxicam, encorajando a realização de estudos adicionais com modelos de dor ou doses distintas.
id URGS_256a410272c54755067ad33c1d182426
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/31759
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Moura, Lanucha Fidelis da LuzContesini, Emerson AntônioOleskovicz, Nilson2011-09-13T06:00:52Z2011http://hdl.handle.net/10183/31759000785189Evidências demonstram que ambas as isoformas da ciclooxigenase (COX) são constitutivamente expressas na medula espinhal (ME) de ratos, sendo COX-2 predominante no corno dorsal da medula espinhal (CDME) e podendo apresentar importante papel no desenvolvimento e manutenção da dor inflamatória. Assim, sugerese que os antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs) possam exercer sua ação analgésica diretamente sobre o sistema nervoso central (SNC), e a administração espinhal desses fármacos tem despontado como uma alternativa no manejo da dor. O presente estudo objetiva, portanto, avaliar os efeitos da administração subaracnóidea (SA) do meloxicam em um modelo de dor inflamatória, bem como sua possível toxicidade sobre o SNC. Foram utilizados 27 ratos Wistar, machos, nos quais uma cânula SA foi implantada. Os animais foram aleatoriamente distribuídos em três grupos e submetidos à administração de 5 L de solução salina (Grupo I – GI), 30 g de meloxicam (Grupo II – GII) ou somente à manutenção crônica da cânula SA (Grupo III – GIII). A hipernocicepção mecânica foi induzida pela injeção intraplantar de carragenina e avaliada com o emprego de um analgesímetro digital durante um período de 4 horas. Para estudo da neurotoxicidade, os animais foram diariamente avaliados quanto ao peso corporal, alterações comportamentais e funções neurológicas, sendo mortos por perfusão transcardíaca um, sete ou 14 dias após a implantação da cânula SA. A ME foi coletada e submetida à análise histopatológica. Os resultados demonstraram que a administração do meloxicam na dose de 30 g.animal-1 não foi capaz de suprimir a resposta hipernociceptiva mecânica induzida pela carragenina. Nenhum animal, contudo, apresentou qualquer alteração comportamental ou das funções neurológicas durante o período de observação, tampouco ocorrendo diferença na variação do peso corporal entre os grupos. A análise histopatológica da ME não apresentou diferenças entre os grupos experimentais, entretanto revelou a presença de alterações severas relacionadas à presença da cânula SA, especialmente na região cervical. Estes dados sugerem a ausência de efeitos neurotóxicos após a administração SA do meloxicam, encorajando a realização de estudos adicionais com modelos de dor ou doses distintas.Evidences show that both isoforms of cyclooxygenase (COX) are constitutively expressed in the spinal cord (SC) of rats; COX-2 is predominant in the spinal cord dorsal horn (SCDH) and capable of having an important role in the development and maintenance of inflammatory pain. Thus, it is suggested that non-steroidal antiinflammatory drugs (NSAIDs) may exercise their analgesic action directly on central nervous system (CNS), and spinal administration of these drugs has emerged as an alternative in pain management. This study aims therefore to assess the effects of subarachnoid administration (SA) of meloxicam in a model of inflammatory pain as well as its possible toxicity on the CNS. Twenty-seven Wistar male rats were used, in which a SA catheter was implanted. The animals were randomly distributed in three groups and submitted to administration of 5 L of saline (Group I-GI), 30 g of meloxicam (Group II-GII) or only to chronic maintenance of SA catheter (Group IIIGIII). The mechanical hypernociception was induced by intraplantar injection of carrageenan and assessed with the use of a digital analgesymeter during a period of four hours. To study the neurotoxicity, the animals were assessed daily for body weight, behavioral changes and neurological functions, being euthanized by transcardiac perfusion in one, seven or fourteen days after implantation of SA catheter. The SC was collected and submitted to histopathologic analysis. Results showed that the administration of meloxicam in the 30 g.animal-1 dose was not capable of suppressing hypernociceptive mechanical response induced by carrageenan. No animal, however, exhibited any changes in behavior or neurological functions during the observation period, neither difference in body weight variation among groups. Histopathologic analysis of SC did not show differences among the experimental groups, but revealed the presence of severe alterations related to the presence of SA catheter, especially in the cervical. These data suggest the absence of neurotoxic effects after SA administration of meloxicam, encouraging further studies in pain models or different doses.application/pdfporCirurgia veterinariaAnestesiologia veterinaria : Animais de laboratorioFarmacologia veterinaria : AnalgesicosMeloxicamRatos WistarNSAIDCarrageenanPainSpinal cordEfeito antinociceptivo mecânico e neurotoxicidade do meloxicam administrado via subaracnóidea em ratos wistarinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPrograma de Pós-Graduação em Ciências VeterináriasPorto Alegre, BR-RS2011mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000785189.pdf.txt000785189.pdf.txtExtracted Texttext/plain189134http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/31759/2/000785189.pdf.txt29d5e1dbe08f32e08c87839550559b8bMD52ORIGINAL000785189.pdf000785189.pdfTexto completoapplication/pdf5287183http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/31759/1/000785189.pdf0a2653d47082748d13d324c9bd72ea82MD51THUMBNAIL000785189.pdf.jpg000785189.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1069http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/31759/3/000785189.pdf.jpgc99a64f784e2e14436d5f7163d4ef092MD5310183/317592018-10-10 07:46:20.783oai:www.lume.ufrgs.br:10183/31759Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-10T10:46:20Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Efeito antinociceptivo mecânico e neurotoxicidade do meloxicam administrado via subaracnóidea em ratos wistar
title Efeito antinociceptivo mecânico e neurotoxicidade do meloxicam administrado via subaracnóidea em ratos wistar
spellingShingle Efeito antinociceptivo mecânico e neurotoxicidade do meloxicam administrado via subaracnóidea em ratos wistar
Moura, Lanucha Fidelis da Luz
Cirurgia veterinaria
Anestesiologia veterinaria : Animais de laboratorio
Farmacologia veterinaria : Analgesicos
Meloxicam
Ratos Wistar
NSAID
Carrageenan
Pain
Spinal cord
title_short Efeito antinociceptivo mecânico e neurotoxicidade do meloxicam administrado via subaracnóidea em ratos wistar
title_full Efeito antinociceptivo mecânico e neurotoxicidade do meloxicam administrado via subaracnóidea em ratos wistar
title_fullStr Efeito antinociceptivo mecânico e neurotoxicidade do meloxicam administrado via subaracnóidea em ratos wistar
title_full_unstemmed Efeito antinociceptivo mecânico e neurotoxicidade do meloxicam administrado via subaracnóidea em ratos wistar
title_sort Efeito antinociceptivo mecânico e neurotoxicidade do meloxicam administrado via subaracnóidea em ratos wistar
author Moura, Lanucha Fidelis da Luz
author_facet Moura, Lanucha Fidelis da Luz
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Moura, Lanucha Fidelis da Luz
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Contesini, Emerson Antônio
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Oleskovicz, Nilson
contributor_str_mv Contesini, Emerson Antônio
Oleskovicz, Nilson
dc.subject.por.fl_str_mv Cirurgia veterinaria
Anestesiologia veterinaria : Animais de laboratorio
Farmacologia veterinaria : Analgesicos
Meloxicam
Ratos Wistar
topic Cirurgia veterinaria
Anestesiologia veterinaria : Animais de laboratorio
Farmacologia veterinaria : Analgesicos
Meloxicam
Ratos Wistar
NSAID
Carrageenan
Pain
Spinal cord
dc.subject.eng.fl_str_mv NSAID
Carrageenan
Pain
Spinal cord
description Evidências demonstram que ambas as isoformas da ciclooxigenase (COX) são constitutivamente expressas na medula espinhal (ME) de ratos, sendo COX-2 predominante no corno dorsal da medula espinhal (CDME) e podendo apresentar importante papel no desenvolvimento e manutenção da dor inflamatória. Assim, sugerese que os antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs) possam exercer sua ação analgésica diretamente sobre o sistema nervoso central (SNC), e a administração espinhal desses fármacos tem despontado como uma alternativa no manejo da dor. O presente estudo objetiva, portanto, avaliar os efeitos da administração subaracnóidea (SA) do meloxicam em um modelo de dor inflamatória, bem como sua possível toxicidade sobre o SNC. Foram utilizados 27 ratos Wistar, machos, nos quais uma cânula SA foi implantada. Os animais foram aleatoriamente distribuídos em três grupos e submetidos à administração de 5 L de solução salina (Grupo I – GI), 30 g de meloxicam (Grupo II – GII) ou somente à manutenção crônica da cânula SA (Grupo III – GIII). A hipernocicepção mecânica foi induzida pela injeção intraplantar de carragenina e avaliada com o emprego de um analgesímetro digital durante um período de 4 horas. Para estudo da neurotoxicidade, os animais foram diariamente avaliados quanto ao peso corporal, alterações comportamentais e funções neurológicas, sendo mortos por perfusão transcardíaca um, sete ou 14 dias após a implantação da cânula SA. A ME foi coletada e submetida à análise histopatológica. Os resultados demonstraram que a administração do meloxicam na dose de 30 g.animal-1 não foi capaz de suprimir a resposta hipernociceptiva mecânica induzida pela carragenina. Nenhum animal, contudo, apresentou qualquer alteração comportamental ou das funções neurológicas durante o período de observação, tampouco ocorrendo diferença na variação do peso corporal entre os grupos. A análise histopatológica da ME não apresentou diferenças entre os grupos experimentais, entretanto revelou a presença de alterações severas relacionadas à presença da cânula SA, especialmente na região cervical. Estes dados sugerem a ausência de efeitos neurotóxicos após a administração SA do meloxicam, encorajando a realização de estudos adicionais com modelos de dor ou doses distintas.
publishDate 2011
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2011-09-13T06:00:52Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2011
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/31759
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000785189
url http://hdl.handle.net/10183/31759
identifier_str_mv 000785189
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/31759/2/000785189.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/31759/1/000785189.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/31759/3/000785189.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 29d5e1dbe08f32e08c87839550559b8b
0a2653d47082748d13d324c9bd72ea82
c99a64f784e2e14436d5f7163d4ef092
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1816736733063020544