Comparação da pressão arterial, aferida por mapa, após sessão de hemodiálise, em pacientes submetidos à avaliação clínica ou bioimpedância, para determinação de peso seco

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lara, Darlan Martins
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/26173
Resumo: Introdução: Há uma forte conexão entre doença renal e risco para doença cardiovascular. A hipertensão arterial é o fator mais importante associado com ambas as condições. Em pacientes em hemodiálise, o primeiro passo na obtenção de um melhor controle da pressão arterial é estabelecer o melhor peso seco. Tradicionalmente, o peso seco é definido a partir da avaliação clínica, por tentativa e erro. A bioimpedância pode avaliar a água corporal total e ajudar no ajuste do peso seco. O objetivo foi avaliar a redução do peso seco e da pressão arterial a partir de duas estratégias de determinação do peso ideal em pacientes renais crônicos, em programa hemodialiítico. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico, no qual 70 pacientes, com idades entre 23 e 79 anos, foram randomizados para o grupo de avaliação clínica somente (n=36) ou para avaliação clínica mais bioimpedância elétrical tetramodal (n=34). Medidas de pressão arterial, por meio de monitorização ambulatorial da pressão arterial de 24 horas (MAPA-24h), e a ocorrência de sintomas intradialíticos foram obtidas antes e duas semanas após a intervenção. Os grupos foram comparados por intermédio de teste χ 2, Teste t ou Mann-Whitnney. A interação tempo-grupo das medidas pressóricas foram analisadas por meio de teste de variança para medidas repetidas (MANOVA). Resultados: As características dos grupos foram semelhantes. A redução nas pressões arteriais, sistólica e diastólica, não diferiu entre os grupos de intervenção. Observou-se uma maior redução de peso nos pacientes do grupo da bioimpedância. Houve uma diferença significativa (P=0,008) na redução do peso seco no grupo da bioimpedância (mediana=0,5kg, percentil 25-75=0,0 a 1,0Kg) em relação ao grupo da avaliação clínica (mediana=0,0kg, percentil 25-75=0,0 a 0,5Kg). A maior redução de peso no grupo de bioimpedância não implicou em aumento das complicações intradialíticas. Encontrou-se, também, que a proporção de pacientes que não tiveram seu peso reduzido foi significativamente diferente (P=0,009), sendo 69,4% (25 de 36) no grupo da avaliação clínica contra 38,2% (13 de 34) no grupo de bioimpedância. Conclusão: A biompedância elétrica tetramodal não resultou em uma variação significativa na pressão sistólica e diástolica, aferida por MAPA-24h, num acompanhamento de duas semanas. Seu benefício na redução da pressão arterial deve ser melhor avaliado em estudo com um período de seguimento mais longo. Em relação à avaliação do peso seco, a BIE mostrou-se um método útil, por permitir uma maior redução de peso, sem aumentar as intercorrências intradialíticas. Sua aplicação, complementar à avaliação clínica, pode somar as qualidades dos dois métodos, contribuindo para o manejo clinico, bem-estar e qualidade de vida do doente renal crônico em tratamento dialítico.
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