Tradução, adaptação cultural e validação da versão em português brasileiro da Escala Cervantes de qualidade de vida relacionada com a saúde da mulher durante a perimenopausa e na pós-menopausa
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/17764 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A avaliação da Qualidade de Vida (QV) tem sido cada vez mais reconhecida e utilizada na área da saúde nos últimos anos. Existem inúmeras e complementares definições de QV, o Grupo de Estudo da Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (OMS) (WHOQOL Group, 1994) definiu como "a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações", portanto, um conceito multidimensional. Foram desenvolvidos instrumentos de medida de QV, genéricos e específicos, estes últimos com a finalidade de avaliar grupos com determinados diagnósticos ou amostras específicas de pessoas; em nosso estudo, mulheres no climatério, que é um período em que ocorrem muitas mudanças biológicas, físicas, psicológicas e sociais na vida das mulheres. OBJETIVO: Traduzir, adaptar culturalmente e validar para o português brasileiro (PB) a Escala Cervantes (EC), instrumento de avaliação da qualidade de vida relacionada com a saúde da mulher durante a perimenopausa e na pós-menopausa, desenvolvida e validada na Espanha. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal, com seleção consecutiva composto por 180 mulheres entre 45 a 64 anos que compareceram à 3 ambulatórios da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF) e a 1 clínica privada desta cidade. Exclui-se mulheres analfabetas ou com déficit visual importante por ser um questionário tipo auto-administrado e também as portadoras de doenças graves e/ou descompensadas clinicamente e usuárias de antidepressivos. A tradução e a adaptação cultural da EC para o PB foi realizada por metodologia proposta pela OMS. Foram coletadas as características sociodemográficas, clínicas e comportamentais da amostra e aplicados os questionários: a EC em PB, o Questionário da Saúde da Mulher (QSM) ou Women’s Health Questionnaire (WHQ) e o Instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida da OMS (abbreviated for the assessment of the Quality of Life of the World Health Organization) (WHOQOL-bref); os 2 últimos citados são utilizados como padrão de referência e já estão validados no Brasil. A validação se deu através da avaliação das propriedades psicométricas, avaliando a consistência interna pelo coeficiente alfa de Cronbach, a reprodutibilidade através do coeficiente de correlação intraclasse e da análise das validades construtiva, convergente, de critério e concorrente através da correlação com as escalas de referência pelo coeficiente de correlação de Pearson e da validade discriminante através da comparação com as característica da população em estudo pelo teste t de Studend e ANOVA. O reteste foi realizado com intervalo de 2 a 4 semanas em 66 (36,6%) mulheres. RESULTADOS: Na fase de adaptação cultural, não foi necessário realizar nenhuma alteração na primeira e única versão para o PB da EC. A amostra para a validação está composta por 180 mulheres, sendo 123 (68,3%) mulheres provenientes do Ambulatório da Faculdade de Medicina da UPF e 57 (31,7%) da clínica privada. Apresentam média de idade de 52,3 ± 5 anos. Se definem como brancas 162 (90,0%) delas. O nível de escolaridade agrupado em nível fundamental, médio e superior, incompleto ou completo, corresponde respectivamente 94 (52,2%), 40 (22,2%) e 46 (25,6%). Em relação a renda familiar agrupados por número de salários mínimos (SM) por mês, assinalaram um a dois SM 28 (15,6%) mulheres, três a quatro SM 57 (31,7%) mulheres, cinco a sete SM 52 (28,9%) mulheres, oito a dez SM 15 (8,3%) mulheres e mais de onze SM 28 (15,6%) mulheres. Não tratam nenhuma doença crônica 96 (53,3%) mulheres, tratam hipertensão arterial sistêmica 56 (31,1%) mulheres (66,6% das que tratam alguma doença). Não são tabagistas 153 (85%) mulheres. Não ingerem bebida alcoólica 129 (71,7%) mulheres. Realizam atividade física no mínimo 30 minutos por dia 3 vezes por semana 49 (27,2%) mulheres e não realizam nenhuma atividade física 89 (49,4%) mulheres. Realizaram ooforectomia bilateral 8 (4,4%) mulheres. Ainda menstruam sem qualquer tratamento 61 (33,9%) mulheres, apresentam sangramento uterino de privação hormonal com anticoncepção hormonal 8 (4,4%) mulheres e com tratamento hormonal (TH) 16 (8,9%) mulheres. Nunca fizeram TH 111 (61,7%) mulheres, fizeram e interromperam a TH 23 (13,3%) mulheres e estão fazendo TH 46 (25,6%) mulheres (47,4% das pós-menopausa). Caracterizaram menopausa natural 47 (26,1%) mulheres, cuja a idade média da menopausa espontânea foi aos 48,1 ± 4,1 anos; menopausa cirúrgica (histerectomia) 40 (22,2%) mulheres e destas considerando o ponto de corte de 50 anos para a menopausa, 13 (7,2%) mulheres tinham menos e 27 (15%) tinham mais de 50 anos no momento em que foram pesquisadas; não conseguiram caracterizar quando ocorreu a menopausa 23 (12,8%) mulheres e ainda não tiveram a menopausa 70 (38,9%) mulheres. Assinalaram apresentar algum dos sintomas da planilha de sintomas do climatério 153 (85,0%) mulheres, ondas de calor (fogachos) foi assinalado por 78 (43,3%) mulheres (51% das que assinalaram sintomas). O coeficiente alfa de Cronbach da EC em PB global foi de 0,83, e dos diferentes domínios foram: menopausa e saúde (0,81), domínio psíquico (0,84), sexualidade (0,79) e relação de casal (0,73). O coeficiente de correlação intraclasse do teste-reteste para a escala global foi de r = 0,94; IC 95%: 089 - 0,96 (p < 0,001). O coeficiente de correlação de Pearson obtido na comparação da EC em PB com o QSM e o WHOQOL-bref foram respectivamente r = 0,79 e r = - 0,71, (p < 0,001) para ambos. Foram observadas as validades construtiva, convergente, de critério, concorrente e discriminante. CONCLUSÕES: O estudo da tradução e adaptação cultural mostrou que a versão em PB da EC tem forte semelhança com o questionário original e é de fácil compreensão pelas mulheres pesquisadas. Considerando as variações sócio-culturais do Brasil, e a metodologia de adaptação transcultural, é essencial propor seu teste de campo em diferentes regiões do País. A EC é um instrumento capaz de avaliar a QV relacionada com a saúde da mulher durante o climatério e apresenta adequadas propriedades psicométricas (consistência interna, reprodutibilidade e validade). É uma escala sensível capaz de avaliar o efeito de outras dimensões que podem estar interferindo na QV que não sejam as alterações decorrentes do climatério. A escala também é capaz de discriminar mulheres com diferentes níveis de QV conforme as diferentes condições sociodemográficas, clínicas e comportamentais. |
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Lima, José Emilio MendesWender, Maria Celeste Osório2009-12-03T04:14:36Z2009http://hdl.handle.net/10183/17764000721654INTRODUÇÃO: A avaliação da Qualidade de Vida (QV) tem sido cada vez mais reconhecida e utilizada na área da saúde nos últimos anos. Existem inúmeras e complementares definições de QV, o Grupo de Estudo da Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (OMS) (WHOQOL Group, 1994) definiu como "a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações", portanto, um conceito multidimensional. Foram desenvolvidos instrumentos de medida de QV, genéricos e específicos, estes últimos com a finalidade de avaliar grupos com determinados diagnósticos ou amostras específicas de pessoas; em nosso estudo, mulheres no climatério, que é um período em que ocorrem muitas mudanças biológicas, físicas, psicológicas e sociais na vida das mulheres. OBJETIVO: Traduzir, adaptar culturalmente e validar para o português brasileiro (PB) a Escala Cervantes (EC), instrumento de avaliação da qualidade de vida relacionada com a saúde da mulher durante a perimenopausa e na pós-menopausa, desenvolvida e validada na Espanha. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal, com seleção consecutiva composto por 180 mulheres entre 45 a 64 anos que compareceram à 3 ambulatórios da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF) e a 1 clínica privada desta cidade. Exclui-se mulheres analfabetas ou com déficit visual importante por ser um questionário tipo auto-administrado e também as portadoras de doenças graves e/ou descompensadas clinicamente e usuárias de antidepressivos. A tradução e a adaptação cultural da EC para o PB foi realizada por metodologia proposta pela OMS. Foram coletadas as características sociodemográficas, clínicas e comportamentais da amostra e aplicados os questionários: a EC em PB, o Questionário da Saúde da Mulher (QSM) ou Women’s Health Questionnaire (WHQ) e o Instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida da OMS (abbreviated for the assessment of the Quality of Life of the World Health Organization) (WHOQOL-bref); os 2 últimos citados são utilizados como padrão de referência e já estão validados no Brasil. A validação se deu através da avaliação das propriedades psicométricas, avaliando a consistência interna pelo coeficiente alfa de Cronbach, a reprodutibilidade através do coeficiente de correlação intraclasse e da análise das validades construtiva, convergente, de critério e concorrente através da correlação com as escalas de referência pelo coeficiente de correlação de Pearson e da validade discriminante através da comparação com as característica da população em estudo pelo teste t de Studend e ANOVA. O reteste foi realizado com intervalo de 2 a 4 semanas em 66 (36,6%) mulheres. RESULTADOS: Na fase de adaptação cultural, não foi necessário realizar nenhuma alteração na primeira e única versão para o PB da EC. A amostra para a validação está composta por 180 mulheres, sendo 123 (68,3%) mulheres provenientes do Ambulatório da Faculdade de Medicina da UPF e 57 (31,7%) da clínica privada. Apresentam média de idade de 52,3 ± 5 anos. Se definem como brancas 162 (90,0%) delas. O nível de escolaridade agrupado em nível fundamental, médio e superior, incompleto ou completo, corresponde respectivamente 94 (52,2%), 40 (22,2%) e 46 (25,6%). Em relação a renda familiar agrupados por número de salários mínimos (SM) por mês, assinalaram um a dois SM 28 (15,6%) mulheres, três a quatro SM 57 (31,7%) mulheres, cinco a sete SM 52 (28,9%) mulheres, oito a dez SM 15 (8,3%) mulheres e mais de onze SM 28 (15,6%) mulheres. Não tratam nenhuma doença crônica 96 (53,3%) mulheres, tratam hipertensão arterial sistêmica 56 (31,1%) mulheres (66,6% das que tratam alguma doença). Não são tabagistas 153 (85%) mulheres. Não ingerem bebida alcoólica 129 (71,7%) mulheres. Realizam atividade física no mínimo 30 minutos por dia 3 vezes por semana 49 (27,2%) mulheres e não realizam nenhuma atividade física 89 (49,4%) mulheres. Realizaram ooforectomia bilateral 8 (4,4%) mulheres. Ainda menstruam sem qualquer tratamento 61 (33,9%) mulheres, apresentam sangramento uterino de privação hormonal com anticoncepção hormonal 8 (4,4%) mulheres e com tratamento hormonal (TH) 16 (8,9%) mulheres. Nunca fizeram TH 111 (61,7%) mulheres, fizeram e interromperam a TH 23 (13,3%) mulheres e estão fazendo TH 46 (25,6%) mulheres (47,4% das pós-menopausa). 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OBJETIVO: Traduzir, adaptar culturalmente e validar para o português brasileiro (PB) a Escala Cervantes (EC), instrumento de avaliação da qualidade de vida relacionada com a saúde da mulher durante a perimenopausa e na pós-menopausa, desenvolvida e validada na Espanha. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal, com seleção consecutiva composto por 180 mulheres entre 45 a 64 anos que compareceram à 3 ambulatórios da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF) e a 1 clínica privada desta cidade. Exclui-se mulheres analfabetas ou com déficit visual importante por ser um questionário tipo auto-administrado e também as portadoras de doenças graves e/ou descompensadas clinicamente e usuárias de antidepressivos. A tradução e a adaptação cultural da EC para o PB foi realizada por metodologia proposta pela OMS. 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