Quando viver é driblar o risco : racismo de estado, políticas de morte e homicídios na adolescência desde uma perspectiva localizada

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Victória Hoff da
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/253297
Resumo: A pesquisa tem por objetivo (re)situar o processo de mortalidade violenta de adolescentes enquanto uma decorrência do exercício do necropoder e da política de distribuição da morte sobre segmentos negros e pobres da população – é dizer, uma dimensão da necropolítica do Estado brasileiro que se manifesta histórica e cotidianamente nas práticas seletivas de “matar” e “fazer morrer”. O mapeamento parte de uma proposta de pesquisa empírica quantitativa a respeito dos adolescentes (12 a 21 anos) vítimas de homicídio entre os anos de 2010 a 2019 na cidade de Porto Alegre. Esta foi realizada a partir dos dados obtidosjunto ao Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), os quais foram cruzados, na segunda parte da análise, com bancos de dados das instituições participantes – a saber: Poder Judiciário, Polícia Civil, Sistema de Atendimento Socioeducativo e Fundação de Assistência Social e Cidadania. Assim, foi possível reafirmar a ideia de que os homicídios vitimizam principalmente adolescentes meninos negros, envolvidos em conflitos em torno do tráfico de drogas, e que habitam territórios periféricos e desassistidos do pontode vista de efetivação de direitos. Mais do que isto, verifica-se que estes são mais frequentemente alvo das diversas dimensões de “apagamento” perante à institucionalidade, que vão desde a ausência de estabelecimento de contato, ao desaparecimento, o extermínio, ou a trajetória de vida demarcada pela ausência de efetivação de direitos.
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