Efeitos da epigalocatequina galato sobre parâmetros comportamentais e bioquímicos de camundongos submetidos ao estresse
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/197269 |
Resumo: | O extrato de Camellia sinensis (L) O. Kuntze (chá verde) é usado na medicina tradicional chinesa há séculos para tratar e prevenir doenças, sendo bastante comum em países asiáticos, especialmente no Japão, China, Coréia, Índia e Sri Lanka. O extrato de chá verde é particularmente rico em flavonóides, uma família de polifenóis encontrada em frutas e vegetais. Folhas da planta Camellia sinensis contêm polifenóis tais como flavanóis (catequinas), flavonóis, flavanodióis e ácidos fenólicos. As catequinas representam de 35 a 40% do extrato sólido de chá verde, e acredita-se que principalmente a epigalocatequina galato (EGCG) contribua com os efeitos benéficos atribuídos ao chá verde, tais como propriedades antitumoral, antiinflamatória, quelante de ferro e antioxidante. As doenças degenerativas como Alzheimer, Parkinson e Hungtinton parecem todas terem uma base comum, o estresse oxidativo, que por sua vez pode estar diretamente relacionado à morte neuronal observada nessas doenças. O objetivo deste estudo, utilizando modelo de estresse por imobilização, foi investigar os efeitos protetores da EGCG no sistema de defesa antioxidante no hipocampo (Hc) e em córtex cerebral (Cx) de camundongos. Os animais foram tratados uma vez ao dia, durante 30 dias, com EGCG nas doses 1,5; 2,9 e 5,8 mg/Kg e submetidos ao modelo de estresse por imobilização. A análise comportamental foi feita pelos testes claro/escuro e de atividade locomotora. Os resultados bioquímicos mostram que estresse por imobilização foi capaz de aumentar a atividade hipocampal de superóxido dismutase (SOD) em 39%, e aumentar a atividade de catalase (CAT) em Hc (57%) e em Cx (54%). O estresse por imobilização induziu aumento da formação de radicais livres em Hc (11%) e em Cx (9%), enquanto que a quantidade de defesa antioxidante não enzimática foi diminuída em Hc (23%) e em Cx (41%). A EGCG foi capaz de prevenir todas estas alterações. O estresse por imobilização induziu, no teste do claro/escuro, diminuição do número de cruzamentos entre os dois compartimentos, este efeito parece ter sido prevenido pelo tratamento com EGCG (2,9 e 5,8 mg/Kg). Nenhuma alteração foi observada na atividade locomotora espontânea, indicando que o modelo de estresse por imobilização e o tratamento com EGCG não interferiram na atividade locomotora espontânea dos animais. Os resultados apresentados aqui demonstram que níveis adequados de EGCG podem modular sistemas encefálicos mediante condições decorrentes de estresse, neste caso evidenciado pelo modelo agudo de estresse por imobilização. |
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Lech, Camila FragaGottfried, Carmem Juracy Silveira2019-07-23T02:35:13Z2010http://hdl.handle.net/10183/197269000771200O extrato de Camellia sinensis (L) O. Kuntze (chá verde) é usado na medicina tradicional chinesa há séculos para tratar e prevenir doenças, sendo bastante comum em países asiáticos, especialmente no Japão, China, Coréia, Índia e Sri Lanka. O extrato de chá verde é particularmente rico em flavonóides, uma família de polifenóis encontrada em frutas e vegetais. Folhas da planta Camellia sinensis contêm polifenóis tais como flavanóis (catequinas), flavonóis, flavanodióis e ácidos fenólicos. As catequinas representam de 35 a 40% do extrato sólido de chá verde, e acredita-se que principalmente a epigalocatequina galato (EGCG) contribua com os efeitos benéficos atribuídos ao chá verde, tais como propriedades antitumoral, antiinflamatória, quelante de ferro e antioxidante. As doenças degenerativas como Alzheimer, Parkinson e Hungtinton parecem todas terem uma base comum, o estresse oxidativo, que por sua vez pode estar diretamente relacionado à morte neuronal observada nessas doenças. O objetivo deste estudo, utilizando modelo de estresse por imobilização, foi investigar os efeitos protetores da EGCG no sistema de defesa antioxidante no hipocampo (Hc) e em córtex cerebral (Cx) de camundongos. Os animais foram tratados uma vez ao dia, durante 30 dias, com EGCG nas doses 1,5; 2,9 e 5,8 mg/Kg e submetidos ao modelo de estresse por imobilização. A análise comportamental foi feita pelos testes claro/escuro e de atividade locomotora. Os resultados bioquímicos mostram que estresse por imobilização foi capaz de aumentar a atividade hipocampal de superóxido dismutase (SOD) em 39%, e aumentar a atividade de catalase (CAT) em Hc (57%) e em Cx (54%). O estresse por imobilização induziu aumento da formação de radicais livres em Hc (11%) e em Cx (9%), enquanto que a quantidade de defesa antioxidante não enzimática foi diminuída em Hc (23%) e em Cx (41%). A EGCG foi capaz de prevenir todas estas alterações. O estresse por imobilização induziu, no teste do claro/escuro, diminuição do número de cruzamentos entre os dois compartimentos, este efeito parece ter sido prevenido pelo tratamento com EGCG (2,9 e 5,8 mg/Kg). Nenhuma alteração foi observada na atividade locomotora espontânea, indicando que o modelo de estresse por imobilização e o tratamento com EGCG não interferiram na atividade locomotora espontânea dos animais. Os resultados apresentados aqui demonstram que níveis adequados de EGCG podem modular sistemas encefálicos mediante condições decorrentes de estresse, neste caso evidenciado pelo modelo agudo de estresse por imobilização.The green tea extract has been used during many centuries to treat and prevent some diseases. Many of these beneficial effects of green tea are related to its catechin, particularly (-)-epigallocatechin-3-gallate (EGCG), content. Catechins have been reported to have many pharmacological properties such as the effects of anti-oxidative, anti-inflammatory, anti-carcinogenic, anti-ultraviolet, and reduction of blood pressure as well as glucose and cholesterol levels. EGCG displays potential properties of anticancer and neuroprotection, iron chelation, scavenging of radicals, activation of survival genes and cell signaling pathways. As a consequence, these compounds are receiving significant attention as therapeutic cytoprotective agents for the treatment of neurodegenerative and other diseases related to reactive oxygen species (ROS). ROS are believed to be involved in tissue damage resulting from a variety of insults. This substances can directly damage cellular proteins, DNA and lipids, and thereby affect all cellular functions. In this study, using the restraint stress animal model, we investigated the protective effects of EGCG on antioxidant defense systems in hippocampus (HC) and cerebral cortex (Cx) of mice, and these brain areas were chosen due to their known involvement in stress response. Restraint stress is used as an animal model of emotional stress in rats and mice and the light/dark test may be useful to predict anxiolytic-like or anxiogenic-like activity in mice after stress exposure. Mice were administered orally (by gavage) once a day during 30 days with EGCG 1.5, 2.9 and 5.8 mg/Kg or NaCl 0.9% (control group). The biochemical results show that restraint stress improved the hippocampal activity of superoxide dismutase (SOD) in 39%, improved catalase (CAT) activity in and in Hc (57%) and Cx (54%). The restrain stress also improved the hippocampal and cortical formation of free radicals in 11% and 9%, respectively and the amount of non-enzymatic antioxidants were decreased by restraint stress in Hc (23%) and Cx (41%). EGCG was able to prevent these alterations, indicating a neuroprotective effect. EGCG (2.9 and 5.8 mg/Kg) seem to prevent the restraint stress effect on the number of crossings in the light/dark test. The locomotor activity was not altered by any parameters investigated. Future studies from cell cultures should be integrated with studies in vivo to fully elucidate the molecular mechanisms of action of EGCG.application/pdfporCatequinaHipocampoCórtex cerebralEstresseEfeitos da epigalocatequina galato sobre parâmetros comportamentais e bioquímicos de camundongos submetidos ao estresseinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da SaúdePrograma de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: BioquímicaPorto Alegre, BR-RS2010mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000771200.pdf.txt000771200.pdf.txtExtracted Texttext/plain72613http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/197269/2/000771200.pdf.txt215ea0470e8f0c5ff9dd4f54898bf3f9MD52ORIGINAL000771200.pdfTexto completoapplication/pdf972084http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/197269/1/000771200.pdf9a354f872b953d55c6e00199ae3832b8MD5110183/1972692021-05-07 04:38:03.54048oai:www.lume.ufrgs.br:10183/197269Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-05-07T07:38:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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