Estresse oxidativo na fenilcetonúria experimental
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2000 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/265976 |
Resumo: | A fenilcetonúria é causada pela deficiência intensa da atividade da fenilalanina hidroxilase hepática, enzima que converte fenilalanina em tirosina. O bloqueio da conversão da fenilalanina em tirosina resulta no acúmulo tecidual de fenilalanina e seus metabólitos. A doença caracteriza-se por sintomas neurológicos graves tais como retardo mental e convulsões. A fenilcetonúria foi um dos primeiros erros inatos do metabolismo a ser relacionado à doença mental, sendo também a aminoacidopatia mais estudada. Tem sido sugerido que o estresse oxidativo participa da fisiopatologia de alguns erros inatos de metabolismo devido ao acúmulo de metabólitos tóxicos, à excessiva produção de Rls e à influência de dietas restritas no status antioxidante. No presente trabalho, nós investigamos alguns parâmetros de estresse oxidativo em cérebro de ratos com hiperfenilalaninemia experimental. Os animais foram submetidos ao tratamento agudo e crônico (ratos com 6-13 dias de vida) com injeções subcutâneas de α-metil-DL-fenilalanina e fenilalanina a fim de obter níveis plasmáticos de fenilalanina semelhantes aqueles encontrados em pacientes hiperfenilalaninêmicos. Quimiluminescência, potencial antioxidante total, atividade das enzimas superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase foram analisadas no cérebro dos animais. Nós também investigamos os efeitos da fenilalanina in vitro sobre os mesmos parâmetros em cérebro de ratos de seis dias. Observamos que a quimiluminescência foi aumentada e o potencial antioxidante total foi reduzido em cérebro de ratos hiperfenilalaninêmicos. Dados semelhantes foram obtidos nos experimentos in vitro usando várias concentrações de fenilalanina, um fato que indica que o aminoácido induz à produção de radicais livres e compromete a capacidade antioxidante total do tecido nervoso. Além disso, a atividade da catalase foi significativamente inibida pela fenilalanina in vitro e no modelo crônico de fenilcetonúria, a atividade da glutationa peroxidase foi reduzida in vivo mas não in vitro e a atividade da superóxido dismutase não foi alterada nos tratamentos. Os resultados indicam que o estresse oxidativo pode estar envolvido na neuropatologia da fenilcetonúria. No entanto, posteriores investigações são necessárias para confirmar e estender nossas constatações à condição humana e também determinar se uma terapia antioxidante pode beneficiar estes pacientes. |
id |
URGS_32ec878b95e6c512c6ce4793461bea8a |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/265976 |
network_acronym_str |
URGS |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
repository_id_str |
1853 |
spelling |
Hagen, Martine Elisabeth KienzleDutra Filho, Carlos Severo2023-10-15T03:32:18Z2000http://hdl.handle.net/10183/265976000286943A fenilcetonúria é causada pela deficiência intensa da atividade da fenilalanina hidroxilase hepática, enzima que converte fenilalanina em tirosina. O bloqueio da conversão da fenilalanina em tirosina resulta no acúmulo tecidual de fenilalanina e seus metabólitos. A doença caracteriza-se por sintomas neurológicos graves tais como retardo mental e convulsões. A fenilcetonúria foi um dos primeiros erros inatos do metabolismo a ser relacionado à doença mental, sendo também a aminoacidopatia mais estudada. Tem sido sugerido que o estresse oxidativo participa da fisiopatologia de alguns erros inatos de metabolismo devido ao acúmulo de metabólitos tóxicos, à excessiva produção de Rls e à influência de dietas restritas no status antioxidante. No presente trabalho, nós investigamos alguns parâmetros de estresse oxidativo em cérebro de ratos com hiperfenilalaninemia experimental. Os animais foram submetidos ao tratamento agudo e crônico (ratos com 6-13 dias de vida) com injeções subcutâneas de α-metil-DL-fenilalanina e fenilalanina a fim de obter níveis plasmáticos de fenilalanina semelhantes aqueles encontrados em pacientes hiperfenilalaninêmicos. Quimiluminescência, potencial antioxidante total, atividade das enzimas superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase foram analisadas no cérebro dos animais. Nós também investigamos os efeitos da fenilalanina in vitro sobre os mesmos parâmetros em cérebro de ratos de seis dias. Observamos que a quimiluminescência foi aumentada e o potencial antioxidante total foi reduzido em cérebro de ratos hiperfenilalaninêmicos. Dados semelhantes foram obtidos nos experimentos in vitro usando várias concentrações de fenilalanina, um fato que indica que o aminoácido induz à produção de radicais livres e compromete a capacidade antioxidante total do tecido nervoso. Além disso, a atividade da catalase foi significativamente inibida pela fenilalanina in vitro e no modelo crônico de fenilcetonúria, a atividade da glutationa peroxidase foi reduzida in vivo mas não in vitro e a atividade da superóxido dismutase não foi alterada nos tratamentos. Os resultados indicam que o estresse oxidativo pode estar envolvido na neuropatologia da fenilcetonúria. No entanto, posteriores investigações são necessárias para confirmar e estender nossas constatações à condição humana e também determinar se uma terapia antioxidante pode beneficiar estes pacientes.application/pdfporEstresse oxidativoFenilcetonúriasCérebroRatosEstresse oxidativo na fenilcetonúria experimentalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da Saúde. Departamento de BioquímicaCurso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas : BioquímicaPorto Alegre, BR-RS2000mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000286943.pdf.txt000286943.pdf.txtExtracted Texttext/plain118685http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/265976/2/000286943.pdf.txtbb6cc86659ee67ba6db4333cd396dfd6MD52ORIGINAL000286943.pdfTexto completoapplication/pdf2650011http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/265976/1/000286943.pdf0a0b4fddf46fb6e2fda3e00e59d5659fMD5110183/2659762023-10-21 03:41:55.269465oai:www.lume.ufrgs.br:10183/265976Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-10-21T06:41:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Estresse oxidativo na fenilcetonúria experimental |
title |
Estresse oxidativo na fenilcetonúria experimental |
spellingShingle |
Estresse oxidativo na fenilcetonúria experimental Hagen, Martine Elisabeth Kienzle Estresse oxidativo Fenilcetonúrias Cérebro Ratos |
title_short |
Estresse oxidativo na fenilcetonúria experimental |
title_full |
Estresse oxidativo na fenilcetonúria experimental |
title_fullStr |
Estresse oxidativo na fenilcetonúria experimental |
title_full_unstemmed |
Estresse oxidativo na fenilcetonúria experimental |
title_sort |
Estresse oxidativo na fenilcetonúria experimental |
author |
Hagen, Martine Elisabeth Kienzle |
author_facet |
Hagen, Martine Elisabeth Kienzle |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Hagen, Martine Elisabeth Kienzle |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Dutra Filho, Carlos Severo |
contributor_str_mv |
Dutra Filho, Carlos Severo |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Estresse oxidativo Fenilcetonúrias Cérebro Ratos |
topic |
Estresse oxidativo Fenilcetonúrias Cérebro Ratos |
description |
A fenilcetonúria é causada pela deficiência intensa da atividade da fenilalanina hidroxilase hepática, enzima que converte fenilalanina em tirosina. O bloqueio da conversão da fenilalanina em tirosina resulta no acúmulo tecidual de fenilalanina e seus metabólitos. A doença caracteriza-se por sintomas neurológicos graves tais como retardo mental e convulsões. A fenilcetonúria foi um dos primeiros erros inatos do metabolismo a ser relacionado à doença mental, sendo também a aminoacidopatia mais estudada. Tem sido sugerido que o estresse oxidativo participa da fisiopatologia de alguns erros inatos de metabolismo devido ao acúmulo de metabólitos tóxicos, à excessiva produção de Rls e à influência de dietas restritas no status antioxidante. No presente trabalho, nós investigamos alguns parâmetros de estresse oxidativo em cérebro de ratos com hiperfenilalaninemia experimental. Os animais foram submetidos ao tratamento agudo e crônico (ratos com 6-13 dias de vida) com injeções subcutâneas de α-metil-DL-fenilalanina e fenilalanina a fim de obter níveis plasmáticos de fenilalanina semelhantes aqueles encontrados em pacientes hiperfenilalaninêmicos. Quimiluminescência, potencial antioxidante total, atividade das enzimas superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase foram analisadas no cérebro dos animais. Nós também investigamos os efeitos da fenilalanina in vitro sobre os mesmos parâmetros em cérebro de ratos de seis dias. Observamos que a quimiluminescência foi aumentada e o potencial antioxidante total foi reduzido em cérebro de ratos hiperfenilalaninêmicos. Dados semelhantes foram obtidos nos experimentos in vitro usando várias concentrações de fenilalanina, um fato que indica que o aminoácido induz à produção de radicais livres e compromete a capacidade antioxidante total do tecido nervoso. Além disso, a atividade da catalase foi significativamente inibida pela fenilalanina in vitro e no modelo crônico de fenilcetonúria, a atividade da glutationa peroxidase foi reduzida in vivo mas não in vitro e a atividade da superóxido dismutase não foi alterada nos tratamentos. Os resultados indicam que o estresse oxidativo pode estar envolvido na neuropatologia da fenilcetonúria. No entanto, posteriores investigações são necessárias para confirmar e estender nossas constatações à condição humana e também determinar se uma terapia antioxidante pode beneficiar estes pacientes. |
publishDate |
2000 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2000 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2023-10-15T03:32:18Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/265976 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
000286943 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/265976 |
identifier_str_mv |
000286943 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/265976/2/000286943.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/265976/1/000286943.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
bb6cc86659ee67ba6db4333cd396dfd6 0a0b4fddf46fb6e2fda3e00e59d5659f |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br |
_version_ |
1816737083391213568 |