Arlequimia mariodeandradeana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Postal, Ricardo
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/12510
Resumo: O presente trabalho é uma interpretação crítica da prática artística de Mário de Andrade que interroga como a apropriação da figura do Arlequim, que atravessa sua obra, é transformada numa proposta estética e numa conformação de artista. É realizado um panorama histórico da formação da Commedia dell’arte e conceitualiazam-se suas principais máscaras e personagens. Centra-se então a atenção na figura do Arlequim para analisar, a partir de suas fontes folclóricas, ritualísticas e iconográficas como ela ganha características diabólicas, animalescas e intermediárias entre mundos diversos (o selvagem e o urbano, o além e o terreno, etc.) Estuda-se a escolha de Mário de Andrade por essa “máscara” e do que ela significa no contexto da recorrência do fenômeno do “artista enquanto saltimbanco” na arte européia, acompanhando sua intensificação nas vanguardas (cubo e futurismo bem como no movimento Dada). Olhando para o modo como a crítica percebeu o Arlequim dentro da escrita de Mário de Andrade, dialogamos com esses aspectos e propomos uma ampliação do significado dessa figura, vendo-a como fundamento do ato improvisado de escrever e representar uma arte e uma identidade cuja totalidade seria impossível ainda no Brasil. Parte-se para a análise específica de Macunaíma, obra cuja feição rapsódica indica já a proximidade com o improvisar de várias fontes símile à prática arlequinal da Commedia dell’arte. Além do aspecto da narrativa, se elencam outros elementos que aproximam o herói indígena do trabalhador braçal italiano, principalmente o caráter intermediário do ser diabólico que atravessa mundos, conectando duas realidades diversas. É ressaltado o traço do embate entre a nova e a velha geração, presente tanto nas apresentações da Commedia dell’arte, na prática dos charivari, bem como na criação de Macunaíma. Abordada através de uma perspectiva da crítica do imaginário, a obra pretende ser compreendida como um conjunto de imagens que gera uma figura central, a guiar a poética do artista, simbolizando nela a simbiose que Mário de Andrade propõe entre estética, práxis e vida.
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Centra-se então a atenção na figura do Arlequim para analisar, a partir de suas fontes folclóricas, ritualísticas e iconográficas como ela ganha características diabólicas, animalescas e intermediárias entre mundos diversos (o selvagem e o urbano, o além e o terreno, etc.) Estuda-se a escolha de Mário de Andrade por essa “máscara” e do que ela significa no contexto da recorrência do fenômeno do “artista enquanto saltimbanco” na arte européia, acompanhando sua intensificação nas vanguardas (cubo e futurismo bem como no movimento Dada). Olhando para o modo como a crítica percebeu o Arlequim dentro da escrita de Mário de Andrade, dialogamos com esses aspectos e propomos uma ampliação do significado dessa figura, vendo-a como fundamento do ato improvisado de escrever e representar uma arte e uma identidade cuja totalidade seria impossível ainda no Brasil. Parte-se para a análise específica de Macunaíma, obra cuja feição rapsódica indica já a proximidade com o improvisar de várias fontes símile à prática arlequinal da Commedia dell’arte. Além do aspecto da narrativa, se elencam outros elementos que aproximam o herói indígena do trabalhador braçal italiano, principalmente o caráter intermediário do ser diabólico que atravessa mundos, conectando duas realidades diversas. É ressaltado o traço do embate entre a nova e a velha geração, presente tanto nas apresentações da Commedia dell’arte, na prática dos charivari, bem como na criação de Macunaíma. Abordada através de uma perspectiva da crítica do imaginário, a obra pretende ser compreendida como um conjunto de imagens que gera uma figura central, a guiar a poética do artista, simbolizando nela a simbiose que Mário de Andrade propõe entre estética, práxis e vida.This paper is a critical interpretation of Mario de Andrade’s artistic practice and interrogates how the appropriation of the Harlequin character throughout his work is transformed into an aesthetic proposal and in a conformation of the artist. A historical overview of the Commedia dell’arte formation process and a conceptualization of its main masks and characters are also carried out in order to understand the nature and origin of the Harlequin mask. The attention is then focused on the Harlequin character in order to analyze, from its iconographic, ritualistic and folkloric sources, how it gains animal, evil characteristics in between diverse worlds (the savage and the urban, the earthy and the spiritual, etc.) A study is carried out of Mario de Andrade’s choice for this mask and its meaning in the context of the recurrence of the phenomenon of the “artists as a street entertainer [saltimbanco]” within European art, following its intensification in the Vanguard movements (Cubism, Futurism and Dada). Looking at the way critics perceived the Harlequin in Mario de Andrade’s writings, we dialogue with those perceptions and propose a stretching of the character’s meaning, seeing it as the basis for the improvised act of writing and representing an art and an identity which would not still be possible in Brazil. From that point on we make a specific analysis of Macunaíma, a rhapsodic work that indicates the proximity with the improvising in many sources similar to the Harlequin practice in Comedia dell’arte. Besides the narrative aspects, some other elements bring the indigenous character close to the Italian laborer, specially the intermediary character of the evil being who crosses worlds, connecting two diverse realities. We discuss the confrontation between the old and the new generation seen in the performances of Comedia dell’arte, the practices of the charivari, as well as in the creation of Macunaíma. Approached through a critical perspective of the imaginary, the work is intended as a set of images that generates a central figure orienting the artist’s poetics, symbolizing in it the symbiosis between aesthetic, praxis and life proposed by Mario de Andrade.application/pdfporLiteratura brasileiraLiteratura modernaModernismoAndrade, Mário de, 1893-1945Critica e interpretacaoHarlequinImaginaryArlequimia mariodeandradeanainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em LetrasPorto Alegre, BR-RS2007doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000626662.pdf000626662.pdfTexto completoapplication/pdf905963http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/12510/1/000626662.pdf53725d3b8f667873a13cc122238f47beMD51TEXT000626662.pdf.txt000626662.pdf.txtExtracted Texttext/plain416618http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/12510/2/000626662.pdf.txt9797ebd658e64d3f92f0b9780140b633MD52THUMBNAIL000626662.pdf.jpg000626662.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg819http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/12510/3/000626662.pdf.jpg901e8744ebac9db5675bcf4363b69243MD5310183/125102018-10-17 09:30:34.101oai:www.lume.ufrgs.br:10183/12510Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-17T12:30:34Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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