Estudo da interação entre os nucleotídeos da guanina e o sistema glutamatérgico em ratos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rubin, Maribel Antonello
Data de Publicação: 1996
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/275995
Resumo: O glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do sistema nervoso central. Após ser liberado na fenda sináptica, o glutamato une-se a receptores específicos e induz, na maioria dos casos, despolarização dos neurônios. Os receptores glutamatérgicos são classificados em dois tipos: receptores ionotrópicos, que são ligados a canais iônicos, e receptores metabotrópicos, que são acoplados a proteínas G e produção de segundos mensageiros. A união do GTP e do GDP nas proteínas G regula a união do glutamato ao seu receptor assim como a atividade do efetor celular e produção de segundos mensageiros. No estado basal o GDP está ligado em proteínas G; neste caso tanto estas proteínas como o efetor estão no estado basal. A união do GTP em proteínas G provoca diminuição na afinidade do glutamato pelo receptor assim como ativação do efetor. Entretanto, existem fortes evidências que os nucleotídeos da guanina (NG) diminuem a união do glutamato ou de seus análogos nos seus receptores, unindo-se em locais extra-proteínas G. Em geral a infusão de drogas que facilitam a ativação dos receptores glutamatérgicos melhora a memória, enquanto que antagonistas glutamatérgicos prejudicam a memória em muitas espécies animais. O glutamato injetado no hipocampo dos ratos causa facilitação da memória em uma tarefa de esquiva inibitória. Levando em consideração que existem alguns trabalhos que indicam que os NG atuam em sítios de união extra-proteínas G para deslocar a união do glutamato de seus receptores, o primeiro artigo teve como objetivos: 1) Investigar o envolvimento das proteínas G na inibição da união do [3H]glutamato induzida por nucleotídeos da guanina em membranas sinápticas de cérebro de ratos; 2) Investigar se o GMP é capaz de reverter uma ação do glutamato in vivo. Para isso escolhemos a melhora da memória em uma tarefa de esquiva inibitória induzida pela injeção de glutamato no hipocampo de ratos. Os resultados desse artigo mostraram que o GMP inibiu a união do [3H]glutamato sódio-independente em membrana sináptica de hipocampo de ratos, assim como reverteu o efeito facilitatório do glutamato sobre a memória. Os resultados do presente estudo indicam que em cérebro de ratos adultos os NG unem-se, pelo menos em parte, em local extra-proteínas G e com isso diminuem a união do [3H]glutamato a seus receptores de membranas sinápticas in vitro, assim como bloqueiam o efeito estimulatório do glutamato sobre a memória. Porém, o mecanismo preciso e o significado fisiológico dessa interação permanecem indefinidos.
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