Estudo comparativo da atividade da acetilcolinesterase após a secção do nervo ciático em ratos e rãs

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kroth, Adarly
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/16454
Resumo: Em mamíferos, a secção de nervo periférico ocasiona alterações na junção neuromuscular, a qual se caracteriza por redução na atividade da enzima acetilcolinesterase (AChE) dessa região. Em pintos neonatos, esta condição resulta em diminuição na expressão desta enzima na medula espinal. Todavia, ainda é desconhecido o efeito da lesão axonal sobre a atividade e/ou expressão da AChE na medula espinal de mamíferos, bem como os efeitos desta lesão na medula e junção neuromuscular de anfíbios, os primeiros vertebrados terrestres. Com intuito de fornecer uma análise comparativa sobre a atividade e expressão da AChE após secção do nervo ciático, este trabalho teve como objetivo determinar, em medula espinal lombossacral e em músculos gastrocnêmio e tibial posticus de rã, e gastrocnêmio e sóleo de rato, se há diferença interespecífica na atividade e expressão da AChE nestes tecidos. Além disso, verificar se o tipo de fibra muscular e o tempo de desnervação influenciam estes parâmetros. Para isso, foram utilizados rãs Rana catesbeiana e ratos Wistar, adultos, machos, divididos em dois grupos: animais desnervados (nervo ciático seccionado) e sham (nervo ciático isolado, mas não seccionado). Três ou dez dias após este procedimento, os animais foram mortos para a obtenção da medula espinal lombossacral e dos músculos gastrocnêmio e sóleo de rato e gastrocnêmio e tibial posticus de rã. Após, os tecidos foram homogeneizados, centrifugados e as proteínas quantificadas. A atividade da AChE foi avaliada pelo método de Ellman e cols. (1961), modificado por Lassiter e cols. (2003), e a expressão da proteína AChE foi determinada pela técnica de Western blot. A secção do nervo ciático em rãs e ratos aumentou a atividade da AChE, porém não alterou sua expressão na medula espinal lombossacral destes animais. Na comparação entre as duas espécies, as rãs mostraram o dobro da atividade neste tecido antes e após a desnervação em relação aos ratos. A secção nervosa provocou ainda diminuição na atividade da AChE no músculo sóleo de rato, enquanto que no músculo tibial posticus de rã esta atividade não foi alterada, embora ambos sejam músculos compostos por fibras do tipo lentas. Em relação à expressão da AChE nos músculos lentos, esta não foi alterada pelo procedimento experimental em ambas as espécies. Quando comparamos a atividade da AChE nos músculos lentos de rãs e ratos, o músculo sóleo apresentou maior atividade que o músculo tibial posticus, antes e após a desnervação. No músculo gastrocnêmio de rã e rato, tanto na atividade como na expressão da AChE, não houve diferença significativa após a lesão axonal periférica, nem entre as espécies. Conclui-se, a partir destes resultados que há uma importante diferença interespecífica na atividade da AChE após a secção do nervo ciático, tanto na medula espinal como no músculo esquelético de fibra lenta, mas estes parâmetros não foram influenciados pelo tempo de desnervação. Portanto, uma abordagem funcional mais detalhada é necessária para melhor entendimento e compreensão destas diferenças.
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