Efeito da antibioticoterapia sobre displasia broncopulmonar e neurodesenvolvimento de pré-termos na ausência de sepse neonatal precoce comprovada
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/273686 |
Resumo: | Introdução: A sepse neonatal precoce, definida como uma síndrome clínica com manifestações sistêmicas associada a uma infecção nas primeiras 72 horas de vida do recém-nascido, é um importante fator de risco de mortalidade, principalmente, nos pré-termos. Dessa forma, seu tratamento empírico é imprescindível e determinante para que os antibióticos sejam a classe medicamentosa mais prescrita na unidade de terapia intensiva neonatal. Contudo, o uso desses medicamentos, além de desenvolver resistência antimicrobiana, aumento de enterocolite necrotizante e sepse fúngica, mais recentemente, estudos têm demonstrado associação com a displasia broncopulmonar e com prejuízos no neurodesenvolvimento da criança. Objetivos: Analisar o uso do antibiótico empírico nas primeiras 72 horas de vida com o desenvolvimento da displasia broncopulmonar durante internação, no do recémnascido pré-termo com sepse neonatal precoce e cultura negativa. Além de, quantificar a repercussão desse antibiótico utilizado nas primeiras hora de vida no neurodesenvolvimento desse pré-termo entre 12 e 36 meses de idade corrigida. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo baseado em dados secundários de neonatos nascidos vivos com idade gestacional (IG) maior ou igual a 24 semanas e menor que 33 semanas de IG, entre janeiro de 2014 e dezembro de 2021. Os pacientes incluídos na amostra final foram alocados em dois grupos, grupo A que utilizou antibioticoterapia nas primeiras 72 horas de vida e o grupo B que não utilizou. Primeiramente, foi avaliada a associação do uso da antibioticoterapia na sepse neonatal precoce com cultura negativa com a displasia broncopulmonar, óbito ou desfecho composto (displasia broncopulmonar e/ou óbito durante internação). Posteriormente, os pacientes que mantiveram o seguimento ambulatorial com avaliações da Bayley Scales of Infant Development, third edition (BSID – III) entre 12 e 36 meses de idade corrigida, foram novamente divididos em quem usou e quem não usou antibiótico nas primeiras 72 horas de vida para avaliar o impacto desses antibióticos no neurodesenvolvimento. Resultados: Ao analisar 454 nascidos vivos com IG menor que 33 semanas, aqueles que usaram antibióticos nas primeiras 72 horas de vida (n = 279) tiveram mais displasia broncopulmonar (35,5% vs. 10,3%, p < 0,001) e mais desfecho combinado de displasia broncopulmonar ou morte (54,5% vs. 18,3%, p < 0,001) quando comparados com aqueles que não usaram antibióticos (n = 175). Entre os 261 pré-termos em acompanhamento ambulatorial e com avaliações da BSID-III, o grupo que utilizou antibioticoterapia (n = 138) não apresentou maior atraso no neurodesenvolvimento nos domínios cognitivo, de linguagem e motor. Conclusões: Conclui-se que o uso de antibioticoterapia precoce na suspeita de sepse neonatal em recém-nascidos com IG menor que 33 semanas e que posteriormente apresentaram culturas negativas está diretamente ligado à ocorrência de displasia broncopulmonar e ao desfecho composto de displasia broncopulmonar ou óbito. Porém, no grupo com acompanhamento ambulatorial, não foi demonstrada associação entre uso de antibióticos e atrasos no desenvolvimento neurológico. |
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Menegolla, Marina PicoloProcianoy, Renato SoibelmannSilveira, Rita de Cássia dos Santos2024-03-16T05:07:34Z2024http://hdl.handle.net/10183/273686001197979Introdução: A sepse neonatal precoce, definida como uma síndrome clínica com manifestações sistêmicas associada a uma infecção nas primeiras 72 horas de vida do recém-nascido, é um importante fator de risco de mortalidade, principalmente, nos pré-termos. Dessa forma, seu tratamento empírico é imprescindível e determinante para que os antibióticos sejam a classe medicamentosa mais prescrita na unidade de terapia intensiva neonatal. Contudo, o uso desses medicamentos, além de desenvolver resistência antimicrobiana, aumento de enterocolite necrotizante e sepse fúngica, mais recentemente, estudos têm demonstrado associação com a displasia broncopulmonar e com prejuízos no neurodesenvolvimento da criança. Objetivos: Analisar o uso do antibiótico empírico nas primeiras 72 horas de vida com o desenvolvimento da displasia broncopulmonar durante internação, no do recémnascido pré-termo com sepse neonatal precoce e cultura negativa. Além de, quantificar a repercussão desse antibiótico utilizado nas primeiras hora de vida no neurodesenvolvimento desse pré-termo entre 12 e 36 meses de idade corrigida. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo baseado em dados secundários de neonatos nascidos vivos com idade gestacional (IG) maior ou igual a 24 semanas e menor que 33 semanas de IG, entre janeiro de 2014 e dezembro de 2021. Os pacientes incluídos na amostra final foram alocados em dois grupos, grupo A que utilizou antibioticoterapia nas primeiras 72 horas de vida e o grupo B que não utilizou. Primeiramente, foi avaliada a associação do uso da antibioticoterapia na sepse neonatal precoce com cultura negativa com a displasia broncopulmonar, óbito ou desfecho composto (displasia broncopulmonar e/ou óbito durante internação). Posteriormente, os pacientes que mantiveram o seguimento ambulatorial com avaliações da Bayley Scales of Infant Development, third edition (BSID – III) entre 12 e 36 meses de idade corrigida, foram novamente divididos em quem usou e quem não usou antibiótico nas primeiras 72 horas de vida para avaliar o impacto desses antibióticos no neurodesenvolvimento. Resultados: Ao analisar 454 nascidos vivos com IG menor que 33 semanas, aqueles que usaram antibióticos nas primeiras 72 horas de vida (n = 279) tiveram mais displasia broncopulmonar (35,5% vs. 10,3%, p < 0,001) e mais desfecho combinado de displasia broncopulmonar ou morte (54,5% vs. 18,3%, p < 0,001) quando comparados com aqueles que não usaram antibióticos (n = 175). Entre os 261 pré-termos em acompanhamento ambulatorial e com avaliações da BSID-III, o grupo que utilizou antibioticoterapia (n = 138) não apresentou maior atraso no neurodesenvolvimento nos domínios cognitivo, de linguagem e motor. Conclusões: Conclui-se que o uso de antibioticoterapia precoce na suspeita de sepse neonatal em recém-nascidos com IG menor que 33 semanas e que posteriormente apresentaram culturas negativas está diretamente ligado à ocorrência de displasia broncopulmonar e ao desfecho composto de displasia broncopulmonar ou óbito. Porém, no grupo com acompanhamento ambulatorial, não foi demonstrada associação entre uso de antibióticos e atrasos no desenvolvimento neurológico.Introduction: Early neonatal sepsis, defined as a clinical syndrome with systemic manifestations associated with an infection in the first 72 hours of a newborn's life, is an important risk factor for mortality, especially in preterm infants. Therefore, its empirical treatment is essential and decisive for antibiotics to be administered to the most prescribed medication class in the neonatal intensive care unit. However, the use of these medications, in addition to developing antimicrobial resistance, increasing necrotizing enterocolitis and fungal sepsis, more recently, studies have demonstrated an association with bronchopulmonary dysplasia and impairments in the child's neurodevelopment. Objectives: To analyze the use of empirical antibiotics in the first 72 hours of life with the development of bronchopulmonary dysplasia during hospitalization, in preterm newborns with early neonatal sepsis and negative culture. In addition, to quantifying the impact of this antibiotic used in the first hour of life on the neurodevelopment of this preterm infant between 12 and 36 months of corrected age. Methods: Retrospective cohort study based on secondary data of neonates born alive with gestational age (GA) greater than or equal to 24 weeks and less than 33 weeks of GA, between January 2014 and December 2021. The patients included in the final sample were allocated into two groups, group A that used antibiotic therapy in the first 72 hours of life and group B that did not use it. Firstly, the association between the use of antibiotic therapy in early neonatal sepsis with negative culture and bronchopulmonary dysplasia, death or composite outcome (bronchopulmonary dysplasia and/or death during hospitalization) was evaluated. Subsequently, patients who remained in outpatient follow-up with Bayley Scales assessments of Child Development (BSID – III) between 12 and 36 months of corrected age, were again divided into those who used and those who did not use antibiotics in the first 72 hours of life to evaluate the impact of these antibiotics on neurodevelopment. Results: When analyzing 454 live births with GA less than 33 weeks, those who used antibiotics in the first 72 hours of life had more bronchopulmonary dysplasia (35.5% vs.10.3%, p < 0.001) and a more combined outcome of bronchopulmonary dysplasia or death ( 54.5% vs. 18.3%, p < 0.001) when compared to those who did not use antibiotics. Among the 261 preterm infants with outpatient follow-up included, the group that used antibiotic therapy in the first 72 hours of life did not had greater delays in neurodevelopment in the cognitive, language and motor domains. Conclusions: It is concluded that the use of early antibiotic therapy in suspected neonatal sepsis in newborns with GA less than 33 weeks who subsequently had negative cultures is directly linked to the occurrence of bronchopulmonary dysplasia and the composite outcome of bronchopulmonary dysplasia or death. Furthermore, the sample with outpatient follow-up did not associate the use of antibiotics with neurodevelopmental delays.application/pdfporSepse neonatalAntibacterianosRecém-nascido prematuroDeficiências do desenvolvimentoDisplasia broncopulmonarNeonatal sepsisAntibioticsPreterms infantsDevelopmental delay disordersBronchopulmonary dysplasiaEfeito da antibioticoterapia sobre displasia broncopulmonar e neurodesenvolvimento de pré-termos na ausência de sepse neonatal precoce comprovadainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do AdolescentePorto Alegre, BR-RS2024mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001197979.pdf.txt001197979.pdf.txtExtracted Texttext/plain75565http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/273686/2/001197979.pdf.txt6f4981057fea9c4eb1c300ae08d77b9bMD52ORIGINAL001197979.pdfTexto parcialapplication/pdf380347http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/273686/1/001197979.pdfd67e8f50beb7f601140fbb12ec58b9e4MD5110183/2736862024-03-17 04:56:42.751212oai:www.lume.ufrgs.br:10183/273686Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-03-17T07:56:42Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Introdução: A sepse neonatal precoce, definida como uma síndrome clínica com manifestações sistêmicas associada a uma infecção nas primeiras 72 horas de vida do recém-nascido, é um importante fator de risco de mortalidade, principalmente, nos pré-termos. Dessa forma, seu tratamento empírico é imprescindível e determinante para que os antibióticos sejam a classe medicamentosa mais prescrita na unidade de terapia intensiva neonatal. Contudo, o uso desses medicamentos, além de desenvolver resistência antimicrobiana, aumento de enterocolite necrotizante e sepse fúngica, mais recentemente, estudos têm demonstrado associação com a displasia broncopulmonar e com prejuízos no neurodesenvolvimento da criança. Objetivos: Analisar o uso do antibiótico empírico nas primeiras 72 horas de vida com o desenvolvimento da displasia broncopulmonar durante internação, no do recémnascido pré-termo com sepse neonatal precoce e cultura negativa. Além de, quantificar a repercussão desse antibiótico utilizado nas primeiras hora de vida no neurodesenvolvimento desse pré-termo entre 12 e 36 meses de idade corrigida. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo baseado em dados secundários de neonatos nascidos vivos com idade gestacional (IG) maior ou igual a 24 semanas e menor que 33 semanas de IG, entre janeiro de 2014 e dezembro de 2021. Os pacientes incluídos na amostra final foram alocados em dois grupos, grupo A que utilizou antibioticoterapia nas primeiras 72 horas de vida e o grupo B que não utilizou. Primeiramente, foi avaliada a associação do uso da antibioticoterapia na sepse neonatal precoce com cultura negativa com a displasia broncopulmonar, óbito ou desfecho composto (displasia broncopulmonar e/ou óbito durante internação). Posteriormente, os pacientes que mantiveram o seguimento ambulatorial com avaliações da Bayley Scales of Infant Development, third edition (BSID – III) entre 12 e 36 meses de idade corrigida, foram novamente divididos em quem usou e quem não usou antibiótico nas primeiras 72 horas de vida para avaliar o impacto desses antibióticos no neurodesenvolvimento. Resultados: Ao analisar 454 nascidos vivos com IG menor que 33 semanas, aqueles que usaram antibióticos nas primeiras 72 horas de vida (n = 279) tiveram mais displasia broncopulmonar (35,5% vs. 10,3%, p < 0,001) e mais desfecho combinado de displasia broncopulmonar ou morte (54,5% vs. 18,3%, p < 0,001) quando comparados com aqueles que não usaram antibióticos (n = 175). Entre os 261 pré-termos em acompanhamento ambulatorial e com avaliações da BSID-III, o grupo que utilizou antibioticoterapia (n = 138) não apresentou maior atraso no neurodesenvolvimento nos domínios cognitivo, de linguagem e motor. Conclusões: Conclui-se que o uso de antibioticoterapia precoce na suspeita de sepse neonatal em recém-nascidos com IG menor que 33 semanas e que posteriormente apresentaram culturas negativas está diretamente ligado à ocorrência de displasia broncopulmonar e ao desfecho composto de displasia broncopulmonar ou óbito. Porém, no grupo com acompanhamento ambulatorial, não foi demonstrada associação entre uso de antibióticos e atrasos no desenvolvimento neurológico. |
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