Acurácia do Doppler de artérias uterinas para o diagnóstico do início da puberdade em meninas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cheuiche, Amanda Veiga
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/217611
Resumo: A ultrassonografia (US) pélvica é um método rápido, não invasivo e de baixo custo que atualmente é utilizado como adjuvante na investigação de precocidade sexual. O índice de pulsatilidade (IP) das artérias uterinas avaliado pelo método de Doppler reflete a impedância do fluxo sanguíneo no vaso distal ao ponto de amostragem e tem sido sugerido como um parâmetro para definir o desenvolvimento puberal. O objetivo do nosso trabalho foi avaliar a acurácia do IP das artérias uterinas para o diagnóstico de início puberal em meninas. Realizou-se um estudo transversal com meninas com desenvolvimento puberal normal. O diagnóstico de início da puberdade foi dado pela classificação de Tanner de desenvolvimento mamário maior ou igual a 2. As participantes foram divididas da seguinte forma: pré-puberdade (Tanner 1), puberdade inicial (Tanner 2 e 3) e puberdade tardia (Tanner 4 e 5). Os resultados do IP das artérias uterinas (definido como a diferença entre o pico do fluxo sistólico e o fluxo diastólico final dividido pela velocidade média do fluxo), das medidas uterinas, endometriais e ovarianas foram registrados. A análise estatística incluiu as medidas de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (VPP) e negativo (VPN), razão de verossimilhança positiva e negativa, acurácia, correlação de Spearman e curvas ROC com Youden. Foram incluídas 169 meninas de 5 a 16 anos que realizaram 202 US pélvicas. Meninas pré-púberes tiveram média de IP significativamente maior do que meninas na puberdade inicial e na puberdade tardia, respectivamente 6,70 ± 2,15 vs. 4,14 ± 1,55 vs. 2,81 ± 1,05, P <0,001 para todas as comparações. A análise da curva ROC demonstrou que o IP foi capaz de identificar o início da puberdade com área sob a curva de 0,838 ± 0,04 (P <0,001), e o ponto de corte do IP de 5,05 apresentou sensibilidade de 77%, especificidade de 85%, VPP de 92% e acurácia de 79%. A combinação de IP abaixo de 5,05 e volume uterino acima de 3,75 cm³ apresentou sensibilidade de 73%, especificidade de 95%, VPP de 97% e acurácia de 79% para detectar a puberdade inicial. Correlação negativa forte entre IP e volume uterino e correlações negativas moderadas com espessura endometrial, diâmetro longitudinal uterino e volume do ovário direito e esquerdo foram encontrados. Em conclusão, encontramos uma redução significativa do IP durante o desenvolvimento puberal, refletindo um aumento progressivo do fluxo 9 sanguíneo para o útero. Combinado com o volume uterino, o IP pode ser uma ferramenta não invasiva valiosa e altamente específica para confirmar o início da puberdade.
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