"The tree that bears a million of blossoms" : a revaluation of George Eliot's Romola

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Donada, Jaqueline Bohn
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: eng
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/69843
Resumo: Ao refletir sobre o seu próprio romance anos depois de tê-lo escrito, George Eliot disse a respeito de Romola que foi esse o romance que ela escreveu com seu melhor sangue, indicando assim uma predileção por esse livro. Uma análise de sua fortuna crítica, ainda que superficial, revela que Romola é o menos conhecido entre os seus romances. Ao passo que alguns poucos críticos contemporâneos, como Henry James e Robert Browning, por exemplo, publicaram elogios entusiasmados, o tom geral das opiniões contemporâneas sobre a obra é de decepção. O motivo mais comumente apresentado para isso é que o quarto romance de Eliot se desvincula da realidade que a autora muito bem conhecia e, por isso, falha ao tentar representar verdadeiramente o estado de espírito de Florença e dos florentinos ao final do século quinze. O resultado de tal fracasso seria a produção de um romance construído a partir de esforço intelectual e não de imaginação poética, com uma fuga desnecessária ao passado e a um cenário estrangeiro que teria produzido personagens e eventos improváveis. O conflito entre a apreciação de Eliot sobre sua própria obra e a opinião geralmente expressa em sua fortuna crítica é notável e prove a motivação inicial do presente trabalho. Ao resumir o foco central da crítica de Romola, a professora Felicia Bonaparte diz que George Eliot jamais desapontou seus leitores tanto quanto o fez em Romola. O objetivo deste trabalho é investigar o que considero ser os principais motivos para tal desapontamento: que, em Romola, mais especificamente do que em seus outros romances, George Eliot estava experimentando com a forma do romance e alargando os seus limites para acomodar convenções formais e efeitos estéticos que, até então, eram entendidos como pertencentes, quase que exclusivamente, a outros gêneros literários que não o romance. O efeito imediato desse experimento é uma reconfiguração do realismo e da interação entre os gêneros literários que pareceu aos contemporâneos uma junção descriteriosa de elementos soltos. Em Romola, observa-se a escritura de George Eliot progredindo para um tipo mais moderno de romance. O presente trabalho terá atingido seus objetivos se argumentar coerentemente que, ao invés de uma mistura aleatória de convenções, Romola é um precursor do romance modernista. O trabalho seminal de Georg Lukács na Teoria do Romance ilumina o potencial de Romola em conter boa parte dos gêneros literários dentro de si e a coleção O Romance, de Franco Moretti, fornece à presente reflexão um valioso suporte crítico e teórico em pontos nos quais se percebe lacunas deixadas pela obra de Lukács. O trabalho de Felicia Bonaparte sobre George Eliot e os estudos de George Levine sobre realismo embasam a reflexão sobre a literatura inglesa do século dezenove que se desenvolve aqui.
id URGS_4043054b3c59f0e0844b7f3f518f299b
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/69843
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Donada, Jaqueline BohnMaggio, Sandra Sirangelo2013-03-28T01:41:21Z2012http://hdl.handle.net/10183/69843000874859Ao refletir sobre o seu próprio romance anos depois de tê-lo escrito, George Eliot disse a respeito de Romola que foi esse o romance que ela escreveu com seu melhor sangue, indicando assim uma predileção por esse livro. Uma análise de sua fortuna crítica, ainda que superficial, revela que Romola é o menos conhecido entre os seus romances. Ao passo que alguns poucos críticos contemporâneos, como Henry James e Robert Browning, por exemplo, publicaram elogios entusiasmados, o tom geral das opiniões contemporâneas sobre a obra é de decepção. O motivo mais comumente apresentado para isso é que o quarto romance de Eliot se desvincula da realidade que a autora muito bem conhecia e, por isso, falha ao tentar representar verdadeiramente o estado de espírito de Florença e dos florentinos ao final do século quinze. O resultado de tal fracasso seria a produção de um romance construído a partir de esforço intelectual e não de imaginação poética, com uma fuga desnecessária ao passado e a um cenário estrangeiro que teria produzido personagens e eventos improváveis. O conflito entre a apreciação de Eliot sobre sua própria obra e a opinião geralmente expressa em sua fortuna crítica é notável e prove a motivação inicial do presente trabalho. Ao resumir o foco central da crítica de Romola, a professora Felicia Bonaparte diz que George Eliot jamais desapontou seus leitores tanto quanto o fez em Romola. O objetivo deste trabalho é investigar o que considero ser os principais motivos para tal desapontamento: que, em Romola, mais especificamente do que em seus outros romances, George Eliot estava experimentando com a forma do romance e alargando os seus limites para acomodar convenções formais e efeitos estéticos que, até então, eram entendidos como pertencentes, quase que exclusivamente, a outros gêneros literários que não o romance. O efeito imediato desse experimento é uma reconfiguração do realismo e da interação entre os gêneros literários que pareceu aos contemporâneos uma junção descriteriosa de elementos soltos. Em Romola, observa-se a escritura de George Eliot progredindo para um tipo mais moderno de romance. O presente trabalho terá atingido seus objetivos se argumentar coerentemente que, ao invés de uma mistura aleatória de convenções, Romola é um precursor do romance modernista. O trabalho seminal de Georg Lukács na Teoria do Romance ilumina o potencial de Romola em conter boa parte dos gêneros literários dentro de si e a coleção O Romance, de Franco Moretti, fornece à presente reflexão um valioso suporte crítico e teórico em pontos nos quais se percebe lacunas deixadas pela obra de Lukács. O trabalho de Felicia Bonaparte sobre George Eliot e os estudos de George Levine sobre realismo embasam a reflexão sobre a literatura inglesa do século dezenove que se desenvolve aqui.Looking back on her own novel several years after its composition, George Eliot said of Romola that it had been the novel she had written with her best blood, thus indicating a predilection for it among her other books. A survey of her critical fortune, even if a quick one, reveals that Romola is the least popular of her novels. Whereas a few contemporary critics, such as Henry James and Robert Browning, have published enthusiastic reviews, the general tone of these opinions is of disappointment. The most common reason presented is that George Eliot’s fourth novel departs too much from the reality the author knew so well and fails to represent truthfully the zeitgeist of Florence and Florentine people at the close of the fifteenth century. The result of such failure would be a novel constructed out of intellectual effort rather than poetic imagination, with an unnecessary flight to the past and foreign setting which produced improbable events and characters. The clash between George Eliot’s appraisal of her book and the general opinion expressed in its critical fortune is noteworthy and provides the initial motivation of this thesis. Summarising the bulk of criticism about Romola, professor Felicia Bonaparte states that George Eliot never disappointed her readers as much as she did with Romola. The goal of this work is to investigate what I consider to be the main reason for this disappointment: that in Romola, more explicitly than in her other novels, George Eliot was experimenting with the form of the novel and stretching its limits to accommodate formal conventions and aesthetic effects until then generally thought to belong almost exclusively to other genres. The immediate effect of this experiment is a reconfiguration of realism and of the interplay between literary genres which looked like an unselective assortment of loose elements. In Romola, we see George Eliot’s writing progressing towards a more modern kind of novel. This work will have been successful if it can coherently argue that, rather than a random mixture of conventions Romola is a harbinger of the modernist novel. The seminal work of Georg Lukács in The Theory of the Novel sheds some light on the potential of Romola for containing most genres within it and Franco Moretti’s collection The Novel provides valuable critical and theoretical support for this thesis at points in which blanks are left by Lukács’s book. Felicia Bonaparte’s work on George Eliot and George Levine’s studies on realism contribute valuably to the interpretation of English nineteenthcentury that unfolds in the present work.application/pdfengLiteratura inglesaEliot, George, 1819-1880. RomolaCritica e interpretacaoRomanceRealismo (Literatura)ÉpicoRomolaNovelEpicRealism"The tree that bears a million of blossoms" : a revaluation of George Eliot's Romolainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em LetrasPorto Alegre, BR-RS2012doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000874859.pdf000874859.pdfTexto completo (inglês)application/pdf2873011http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/69843/1/000874859.pdfa7e06574484d0b7e7f97c80063e287a4MD51TEXT000874859.pdf.txt000874859.pdf.txtExtracted Texttext/plain465570http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/69843/2/000874859.pdf.txtc824f799532e793758a786358a77376cMD52THUMBNAIL000874859.pdf.jpg000874859.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1406http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/69843/3/000874859.pdf.jpgaace36cfea0b9fce8c935adccc1d19a9MD5310183/698432021-05-07 04:56:55.108446oai:www.lume.ufrgs.br:10183/69843Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-05-07T07:56:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv "The tree that bears a million of blossoms" : a revaluation of George Eliot's Romola
title "The tree that bears a million of blossoms" : a revaluation of George Eliot's Romola
spellingShingle "The tree that bears a million of blossoms" : a revaluation of George Eliot's Romola
Donada, Jaqueline Bohn
Literatura inglesa
Eliot, George, 1819-1880. Romola
Critica e interpretacao
Romance
Realismo (Literatura)
Épico
Romola
Novel
Epic
Realism
title_short "The tree that bears a million of blossoms" : a revaluation of George Eliot's Romola
title_full "The tree that bears a million of blossoms" : a revaluation of George Eliot's Romola
title_fullStr "The tree that bears a million of blossoms" : a revaluation of George Eliot's Romola
title_full_unstemmed "The tree that bears a million of blossoms" : a revaluation of George Eliot's Romola
title_sort "The tree that bears a million of blossoms" : a revaluation of George Eliot's Romola
author Donada, Jaqueline Bohn
author_facet Donada, Jaqueline Bohn
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Donada, Jaqueline Bohn
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Maggio, Sandra Sirangelo
contributor_str_mv Maggio, Sandra Sirangelo
dc.subject.por.fl_str_mv Literatura inglesa
Eliot, George, 1819-1880. Romola
Critica e interpretacao
Romance
Realismo (Literatura)
Épico
topic Literatura inglesa
Eliot, George, 1819-1880. Romola
Critica e interpretacao
Romance
Realismo (Literatura)
Épico
Romola
Novel
Epic
Realism
dc.subject.eng.fl_str_mv Romola
Novel
Epic
Realism
description Ao refletir sobre o seu próprio romance anos depois de tê-lo escrito, George Eliot disse a respeito de Romola que foi esse o romance que ela escreveu com seu melhor sangue, indicando assim uma predileção por esse livro. Uma análise de sua fortuna crítica, ainda que superficial, revela que Romola é o menos conhecido entre os seus romances. Ao passo que alguns poucos críticos contemporâneos, como Henry James e Robert Browning, por exemplo, publicaram elogios entusiasmados, o tom geral das opiniões contemporâneas sobre a obra é de decepção. O motivo mais comumente apresentado para isso é que o quarto romance de Eliot se desvincula da realidade que a autora muito bem conhecia e, por isso, falha ao tentar representar verdadeiramente o estado de espírito de Florença e dos florentinos ao final do século quinze. O resultado de tal fracasso seria a produção de um romance construído a partir de esforço intelectual e não de imaginação poética, com uma fuga desnecessária ao passado e a um cenário estrangeiro que teria produzido personagens e eventos improváveis. O conflito entre a apreciação de Eliot sobre sua própria obra e a opinião geralmente expressa em sua fortuna crítica é notável e prove a motivação inicial do presente trabalho. Ao resumir o foco central da crítica de Romola, a professora Felicia Bonaparte diz que George Eliot jamais desapontou seus leitores tanto quanto o fez em Romola. O objetivo deste trabalho é investigar o que considero ser os principais motivos para tal desapontamento: que, em Romola, mais especificamente do que em seus outros romances, George Eliot estava experimentando com a forma do romance e alargando os seus limites para acomodar convenções formais e efeitos estéticos que, até então, eram entendidos como pertencentes, quase que exclusivamente, a outros gêneros literários que não o romance. O efeito imediato desse experimento é uma reconfiguração do realismo e da interação entre os gêneros literários que pareceu aos contemporâneos uma junção descriteriosa de elementos soltos. Em Romola, observa-se a escritura de George Eliot progredindo para um tipo mais moderno de romance. O presente trabalho terá atingido seus objetivos se argumentar coerentemente que, ao invés de uma mistura aleatória de convenções, Romola é um precursor do romance modernista. O trabalho seminal de Georg Lukács na Teoria do Romance ilumina o potencial de Romola em conter boa parte dos gêneros literários dentro de si e a coleção O Romance, de Franco Moretti, fornece à presente reflexão um valioso suporte crítico e teórico em pontos nos quais se percebe lacunas deixadas pela obra de Lukács. O trabalho de Felicia Bonaparte sobre George Eliot e os estudos de George Levine sobre realismo embasam a reflexão sobre a literatura inglesa do século dezenove que se desenvolve aqui.
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2013-03-28T01:41:21Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/69843
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000874859
url http://hdl.handle.net/10183/69843
identifier_str_mv 000874859
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/69843/1/000874859.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/69843/2/000874859.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/69843/3/000874859.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv a7e06574484d0b7e7f97c80063e287a4
c824f799532e793758a786358a77376c
aace36cfea0b9fce8c935adccc1d19a9
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1800309029289852928