Kanhgág Rîr To Êg Vŷ Ãkrén : etnografia das relações cosmopolíticas Kanhgág com o Estado na urbanidade de São Leopoldo/RS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/273721 |
Resumo: | Esta pesquisa tem como tema a Etnografia kanhgág, levantada sobre a sociedade Macro-Jê, e as trajetórias que demarcam a continuidade dos conhecimentos culturais kanhgág da comunidade Por Fi Gã, na urbanidade de São Leopoldo-RS, suscitados nas relações com o Estado e as Organizações Não Governamentais (ONGs). O problema de pesquisa consistiu em descrever os conflitos entre os agenciamentos culturais kanhgág presentes nas relações interétnicas, que evidenciam relações institucionais altamente assimétricas, etnocêntricas, cujas normativas previstas pelas políticas públicas são opostas às formas culturais de organização da vida desse coletivo. A pesquisa esteve fundamentada na cosmopolítica kanhgág, por oferecer suporte teórico-metodológico adequado para avaliar os fenômenos que envolvem as relações entre etnologia e cosmologia na prática indígena, como sistemas de agenciamento e intencionalidade dos não humanos, pontuadas através dos objetos de arte enquanto extensões dos corpos que se contrapõem à necropolítica. Os dados foram obtidos através de pesquisa etnográfica, por meio da realização de entrevistas com alguns indígenas e outros entes representativos do Estado e das ONGs. Ressalta-se que a pesquisa abarcou, também, o período do contexto pandêmico (2020-2022). Como resultados, a resistência kanhgág entra em confronto com o Estado macro e suas formas de subjetivação da força e luta contra o perigo de uma monopolítica, agenciando a cultura através do sistema xamânico, na conexão com as estruturas de parentesco atualizadas nas relações de transformações e continuidade socioculturais. A análise sinaliza a força da continuidade cultural. Ainda que esteja submetida a graus de vulnerabilidade insistentes diante da imposição necropolítica, faz oposição na relação de disputa com o conjunto de fazeres normativos do Estado, provoc A análise sinaliza a força da continuidade cultural. Ainda que esteja submetida a graus de vulnerabilidade insistentes diante da imposição necropolítica, faz oposição na relação de disputa com o conjunto de fazeres normativos do Estado, provocando micro tensões na monopolítica exercida. De forma coexistente, atravessa o Estado através das múltiplas trajetórias de condição relacional contrariante, operando através das atividades socioculturais e dos agenciamentos, como forma de fazer política. |
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Oliveira, Fanir Neves deSilva, Sergio Baptista da2024-03-16T05:09:12Z2023http://hdl.handle.net/10183/273721001197903Esta pesquisa tem como tema a Etnografia kanhgág, levantada sobre a sociedade Macro-Jê, e as trajetórias que demarcam a continuidade dos conhecimentos culturais kanhgág da comunidade Por Fi Gã, na urbanidade de São Leopoldo-RS, suscitados nas relações com o Estado e as Organizações Não Governamentais (ONGs). O problema de pesquisa consistiu em descrever os conflitos entre os agenciamentos culturais kanhgág presentes nas relações interétnicas, que evidenciam relações institucionais altamente assimétricas, etnocêntricas, cujas normativas previstas pelas políticas públicas são opostas às formas culturais de organização da vida desse coletivo. A pesquisa esteve fundamentada na cosmopolítica kanhgág, por oferecer suporte teórico-metodológico adequado para avaliar os fenômenos que envolvem as relações entre etnologia e cosmologia na prática indígena, como sistemas de agenciamento e intencionalidade dos não humanos, pontuadas através dos objetos de arte enquanto extensões dos corpos que se contrapõem à necropolítica. Os dados foram obtidos através de pesquisa etnográfica, por meio da realização de entrevistas com alguns indígenas e outros entes representativos do Estado e das ONGs. Ressalta-se que a pesquisa abarcou, também, o período do contexto pandêmico (2020-2022). Como resultados, a resistência kanhgág entra em confronto com o Estado macro e suas formas de subjetivação da força e luta contra o perigo de uma monopolítica, agenciando a cultura através do sistema xamânico, na conexão com as estruturas de parentesco atualizadas nas relações de transformações e continuidade socioculturais. A análise sinaliza a força da continuidade cultural. Ainda que esteja submetida a graus de vulnerabilidade insistentes diante da imposição necropolítica, faz oposição na relação de disputa com o conjunto de fazeres normativos do Estado, provoc A análise sinaliza a força da continuidade cultural. Ainda que esteja submetida a graus de vulnerabilidade insistentes diante da imposição necropolítica, faz oposição na relação de disputa com o conjunto de fazeres normativos do Estado, provocando micro tensões na monopolítica exercida. De forma coexistente, atravessa o Estado através das múltiplas trajetórias de condição relacional contrariante, operando através das atividades socioculturais e dos agenciamentos, como forma de fazer política.This research has as its theme Kanhgág Ethnography, raised on Macro-Jê society, and the trajectories that demarcate the continuity of Kanhgág cultural knowledge of the Por Fi Gã community, in the urbanity of São Leopoldo-RS, raised in relations with the State and Non-Governmental Organizations (ONGs). The research problem was to describe the conflicts between the Kanhgág cultural agencies present in interethnic relations, which highlight highly asymmetrical, ethnocentric institutional relationships, whose regulations foreseen by public policies are opposed to the cultural forms of organizing the life of this collective. The research was based on the kanhgág cosmopolitics, as it offers adequate theoretical-methodological support to evaluate the phenomena that involve the relations between ethnology and cosmology in indigenous practice, such as systems of agency and intentionality of non-humans, punctuated through art objects as extensions of bodies that oppose necropolitics. The data were obtained through ethnographic research, through interviews with some indigenous people and other representative entities of the State and ONGs. It is noteworthy that the research also covered the period of the pandemic context (2020-2022). As a result, kanhgág resistance comes into confrontation with the macro State and its forms of subjectivation of force and fights against the danger of a monopolitic, managing culture through the shamanic system, in connection with kinship structures updated in relations of transformation and sociocultural continuity. The analysis signals the strength of cultural continuity. Even though it is subjected to insistent degrees of vulnerability in the face of necropolitical imposition, it opposes the relationship of dispute with the set of normative actions of the State, causing micro tensions in the monopolitics exercised. In a coexistence way, it crosses the State through multiple trajectories of contradicting relational conditions, operating through sociocultural activities and agencies, as a way of doing politics.application/pdfporNecropolíticaCosmopolíticaEtnologia indígenaPandemia : Covid 19NecropoliticsKanhgág cosmopoliticsIndigenous ethnologyCOVID-19Kanhgág Rîr To Êg Vŷ Ãkrén : etnografia das relações cosmopolíticas Kanhgág com o Estado na urbanidade de São Leopoldo/RSinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Antropologia SocialPorto Alegre, BR-RS2023doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001197903.pdf.txt001197903.pdf.txtExtracted Texttext/plain426061http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/273721/2/001197903.pdf.txt591c08a6cf92b3d27f88e5cb1f4e4c42MD52ORIGINAL001197903.pdfTexto completoapplication/pdf86632510http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/273721/1/001197903.pdf2ba806bc4116c6e663bc0dfa30784233MD5110183/2737212024-03-17 04:57:25.958121oai:www.lume.ufrgs.br:10183/273721Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-03-17T07:57:25Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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