A liberdade como alternativa ética nos Estudos Organizacionais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/185956 |
Resumo: | Este trabalho coloca questões que não são correntes nos Estudos Organizacionais (EOs). Propõe pensar a constituição do sujeito, sua relação com a ideia do governo de uns sobre os outros e como tornar a vida mais bela. Para isso, invoco o pensamento filosófico de Michel Foucault para auxiliar na mirada sobre o campo, problematizando a subjetividade, a constituição do sujeito na modernidade. Lanço mão da noção foucaultiana de governamentalidade, a forma como uns exercem o governo sobre os outros, colocando em questão a forma como as subjetividades se constituem nesse jogo. A forma que a vida assume, configura o seu êthos e, constituir-se eticamente exige um êthos belo, uma vida a se admirar, a tomar como exemplo. Por certo que, para que o indivíduo possa dar forma a sua vida, fazendo-a corresponder à sua verdade de sujeito, necessita, ele, exercer a liberdade. Daí afirmar que a liberdade seja condição ontológica para uma vida ética, e que seu impedimento se constitua em uma prática fascista. Proponho pensar isso em relação com o papel do intelectual como um agente envolvido na constituição de sujeitos, um indivíduo na condição de exercer um governo. Por isso, parto da ideia de que a subjetividade nos Estudos Organizacionais está relacionada a uma noção de conhecimento e verdade que implicam uma conduta ética enquanto prática da liberdade para sugerir que se problematize, que se coloque em questão, a prática intelectual. Considerando as formas de subjetivação descritas por Michel Foucault, sugiro refletir sobre como elas se apresentam nos Estudos Organizacionais e quais as implicações disso para o exercício da liberdade por parte dos sujeitos. Ao desenvolver o trabalho na forma de um ensaio, assumo não oferecer as respostas tranquilizadoras, porquanto me comprometo a fornecer subsídios pelos quais podemos considerar, analisar, cuidar, enfim, de nós mesmos como produtores e reprodutores de relações de subjetivação. |
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Borges, Felipe AmaralAzevêdo, Ariston2018-12-06T02:43:42Z2018http://hdl.handle.net/10183/185956001082331Este trabalho coloca questões que não são correntes nos Estudos Organizacionais (EOs). Propõe pensar a constituição do sujeito, sua relação com a ideia do governo de uns sobre os outros e como tornar a vida mais bela. Para isso, invoco o pensamento filosófico de Michel Foucault para auxiliar na mirada sobre o campo, problematizando a subjetividade, a constituição do sujeito na modernidade. Lanço mão da noção foucaultiana de governamentalidade, a forma como uns exercem o governo sobre os outros, colocando em questão a forma como as subjetividades se constituem nesse jogo. A forma que a vida assume, configura o seu êthos e, constituir-se eticamente exige um êthos belo, uma vida a se admirar, a tomar como exemplo. Por certo que, para que o indivíduo possa dar forma a sua vida, fazendo-a corresponder à sua verdade de sujeito, necessita, ele, exercer a liberdade. Daí afirmar que a liberdade seja condição ontológica para uma vida ética, e que seu impedimento se constitua em uma prática fascista. Proponho pensar isso em relação com o papel do intelectual como um agente envolvido na constituição de sujeitos, um indivíduo na condição de exercer um governo. Por isso, parto da ideia de que a subjetividade nos Estudos Organizacionais está relacionada a uma noção de conhecimento e verdade que implicam uma conduta ética enquanto prática da liberdade para sugerir que se problematize, que se coloque em questão, a prática intelectual. Considerando as formas de subjetivação descritas por Michel Foucault, sugiro refletir sobre como elas se apresentam nos Estudos Organizacionais e quais as implicações disso para o exercício da liberdade por parte dos sujeitos. Ao desenvolver o trabalho na forma de um ensaio, assumo não oferecer as respostas tranquilizadoras, porquanto me comprometo a fornecer subsídios pelos quais podemos considerar, analisar, cuidar, enfim, de nós mesmos como produtores e reprodutores de relações de subjetivação.This thesis poses questions that are not common in Organizational Studies (OS). It proposes to think about the constitution of the subject, its relation to the idea of the government of someone over the others and how to make life more beautiful. For this, I invoke the philosophical thought of Michel Foucault to help in the field look, problematizing the subjectivity, the constitution of the subject in modernity. I use Foucault's notion of governmentality, the mode as someone govern others, calling into question how are constituted the subjectivities in this game. The form that life assumes molds its ethos, and to be ethically constituted demands a beautiful life, a life to be admired, to be taken as an example. Of course, in order for the individual to mold his life by making it correspond to his truth as subject, he needs to practice freedom. Therefore, to affirm that freedom is an ontological condition for an ethical life. I propose to think this in relation to the role of the intellectual as an agent involved in the constitution of subjects, an individual in the condition of exercising a government. Therefore, I start from the idea that the subjectivity in Organizational Studies is related to a notion of knowledge and truth that imply an ethical behavior as a practice of freedom to suggest that the intellectual practice be problematized. Considering the forms of subjectivation described by Michel Foucault, I suggest reflecting on how they present themselves in Organizational Studies and what the implications are for the exercise of freedom by the subjects. In developing the work as an essay, I assume that I do not offer the reassuring answers because I commit myself to provide subsidies by which we can consider, analyze, and ultimately take care of ourselves as producers and reproducers of subjectivation relations.application/pdfporEstudos organizacionaisÉticaGovernamentalidadeSubjectivityOrganizational studiesFascismEthicA liberdade como alternativa ética nos Estudos Organizacionaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de AdministraçãoPrograma de Pós-Graduação em AdministraçãoPorto Alegre, BR-RS2018doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001082331.pdf.txt001082331.pdf.txtExtracted Texttext/plain324649http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/185956/2/001082331.pdf.txt57f84cb5e5ac309697ea9fcb88a06dcdMD52ORIGINAL001082331.pdfTexto completoapplication/pdf988952http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/185956/1/001082331.pdfd03a4844f86c6a7854f828423d06aef6MD5110183/1859562018-12-07 02:48:49.778401oai:www.lume.ufrgs.br:10183/185956Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-12-07T04:48:49Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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