Detecção de heterozigotos para mucopolissacaridose do tipo I Hurler, Scheie e Hurler/Scheie através das características bioquímicas da enzima alfa-L-iduronidase
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2001 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/275815 |
Resumo: | A Mucopolissacaridose tipo 1 (MPS 1) é uma doença causada pela deficiência da enzima α-L-iduronidase (IDUA). Como, para este distúrbio, ainda não há tratamento eficaz, a detecção de heterozigotos torna-se muito importante para o aconselhamento genético e o diagnóstico pré-natal. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a IDUA de plasma e leucócitos de heterozigotos para MPS I, tentando diferenciá-la daquela de indivíduos normais. Para isto, determinou-se a atividade enzimática, pH ótimo, Km, velocidade máxima (Vmax) e termoestabilidade da enzima a 50°C em amostras de plasma e leucócitos. Além destes parâmetros, utilizou-se também, em plasma, a cotangente do ângulo (Cα) e verificou-se a resposta da IDUA de plasma perante compostos como cloreto de sódio, cloreto de cobre e EDTA adicionados ao meio de incubação. Os heterozigotos para MPS I foram separados em dois grupos de acordo com a atividade da IDUA de leucócitos. Um grupo (grupo 1) possuía atividade enzimática inferior àquela dos controles e outro (grupo 2), atividade enzimática semelhante. Em leucócitos, a IDUA de heterozigotos apresentou três pH ótimos e aquela de indivíduos normais, somente um. O Km da enzima de indivíduos normais foi semelhante àquele do grupo 1 de heterozigotos e maior que o do grupo 2. Com base nos parâmetros bioquímicos da IDUA de leucócitos, os indivíduos normais foram distinguidos, de todos os heterozigotos para MPS I avaliados, em relação à Vmax e à termoestabilidade da IDUA a 50°C. Em plasma, a IDUA de indivíduos normais, possui atividade semelhante àquela de heterozigotos para MPS I e atua em uma mesma faixa de pH ótimo. Ocorreu diferença significativa entre o Km da IDUA de plasma dos controles e aquele da enzima de heterozigotos. Esta enzima apresentou a mesma Vmax nos dois grupos de indivíduos e uma Cα significativamente diferente, o que permitiu a separação entre eles. Assim como em leucócitos, a estabilidade da enzima a 50°C também foi diferente nos dois grupos analisados, permitindo a separação dos mesmos. Também detectou-se diferenças significativas capazes de diferenciar indivíduos heterozigotos para MPS I de indivíduos normais pela simples adição de cloreto de sódio, EDTA ou cloreto de cobre ao meio de incubação. Estes três compostos mostraram ser inibidores da IDUA de plasma. Levando-se em consideração todos os parâmetros analisados, pode-se concluir que a enzima de heterozigotos para MPS I comporta-se de maneira diferente daquela de indivíduos normais, sendo a incubação da IDUA a 50°C por 15 minutos (leucócitos) ou 12 ou 24 horas (plasma), antes da adição do substrato da reação, um simples e eficiente teste para a detecção de heterozigotos para a MPS I. Este método pode ser utilizado para a triagem de famílias de alto risco, mesmo em laboratórios não especializados. |
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