Práticas corporais integrativas : experiências de contracultura na atenção básica e emergência de um conceito para o campo da saúde
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/203795 |
Resumo: | O campo das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) envolve um conjunto vasto e heterogêneo de práticas, saberes e produtos diferentes da medicina convencional. A Organização Mundial da Saúde vem incentivando sua inserção nos sistemas de saúde desde os anos 1970. No Brasil, sua institucionalização no Sistema Único de Saúde teve como marco a publicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em 2006, na qual estão contempladas 29 modalidades. Conforme dados do Ministério da Saúde, as práticas corporais são a PIC mais frequente nos municípios brasileiros. Nesta tese, pautamos essa temática a partir do seguinte problema de pesquisa: De que forma as experiências de usuárias/os com práticas corporais integrativas em unidades básicas de saúde potencializam os modos de lidar com os processos saúde-doença? Que conceito de práticas corporais integrativas se desdobra da composição entre os significados prospectados nestas experiências e a literatura correspondente? A tese, portanto, tem um tema e dois andares. O tema são as práticas corporais na perspectiva das PICS. O primeiro andar se constitui da análise de experiências com práticas corporais integrativas e o segundo se refere a elaboração de um conceito de “práticas corporais integrativas”. Os andares se comunicam através do tema e da metodologia, mas é possível identificar em cada um deles atributos próprios. A metodologia empregada na pesquisa foi a Grounded Theory, guiada pelo referencial epistemológico co-construtivista. O campo empírico foi formado pelos grupos de yoga, lian gong, danças circulares e qi gong oferecidos na Atenção Básica de Florianópolis-SC. A produção de dados se deu mediante um momento exploratório e outro de imersão nos grupos, por meio de observação participante, questionários, entrevistas e rodas de conversa junto às/aos suas/seus usuárias/os e condutoras/es. A análise seguiu os processos de codificação e confrontação de dados, os quais nos permitiram construir ambos produtos de pesquisa previstos nessa metodologia: uma teoria substantiva e uma teoria formal. A teoria substantiva derivou das respostas ao objetivo primário da pesquisa: investigar de que forma as experiências de usuárias/os com práticas corporais integrativas em unidades básicas de saúde potencializam seus modos de lidar com os processos saúde-doença. As principais necessidades em saúde relatadas pelas/os usuárias/os foram dores, doenças, estresse, ansiedade e depressão, sobre as quais as práticas se mostraram resolutivas. As experiências promoveram, desde impactos pontuais, amenizando problemas corporais localizados, até mudanças de percepções e ações em nível individual e coletivo. Como desfecho primário da tese, depreendemos que os modos como as práticas corporais integrativas contribuíram para potencializar os meios das pessoas lidarem com os processos saúde-doença podem ser sintetizados em sua forma e substância, de feição contracultural. A experiência com o movimento corporal foi a unidade integradora de um trabalho sensível e reflexivo que possibilitou às pessoas a reconstrução de relações com questões associadas ao adoecimento, mal-estar e autocuidado. Na tese também produzimos uma teoria formal, conforme o objetivo secundário da pesquisa: formular uma conceituação de “práticas corporais integrativas” que emerja da composição entre teoria e empiria. Como desfecho secundário da tese, portanto, propusemos tal designação conceitual. |
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