Sistemática dos “percevejos-do-arroz” : atualizações e perspectivas para o grupo Mecocephala (Hemiptera: Pentatomidae: Carpocorini)

• Autor(a) principal: Barros, Lurdiana Dayse de
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/233052
• topic: Mecocephala; Carpocorini; Morfologia animal; Filogenética; Oryza sativa

O grupo Mecocephala, um agrupamento de doze gêneros de percevejos que usualmente apresentam a cabeça mais longa do que larga, e informalmente chamado de “percevejos-do arroz”, compreende um dos maiores componentes da diversidade de espécies de Carpocorini na região Neotropical, com a maior parte de sua riqueza concentrando-se na América do Sul, com exceção do Chile. Seus representantes apresentam habitus conspícuos, usualmente com as proporções da cabeça “exageradas” e, a morfologia de genitália de macho distintamente notável em relação aos demais gêneros incluídos na tribo. Embora compreenda cerca de 10% da diversidade da tribo, o grupo Mecocephala apresenta uma considerável discrepância na riqueza de espécies entre os gêneros, refletida na quantidade de gêneros monotípicos. Além disso, variações morfológicas de algumas espécies dentro do grupo são reconhecidas, bem como subagrupamentos não formais baseados em similaridade morfológica, e discordância na composição do grupo. Apesar de historicamente ser considerado um agrupamento monofilético por diversos autores, uma proposta de relacionamento entre todos os membros do grupo baseada em análise filogenética formal, que evidencie as limitações taxonômicas entre os membros e entre as espécies, ainda não está disponível, o que o torna um grupo não bem resolvido e problemático. Deste modo, a presente tese tem por objetivos testar os limites taxonômicos do grupo Mecocephala e propor as relações de parentesco entre os gêneros, explorando o uso de caracteres contínuos e discretos, bem como proceder a revisão taxonômica dos gêneros e disponibilizar uma chave de identificação para os mesmos. As análises filogenéticas sugerem a monofilia do grupo Mecocephala e da maioria dos gêneros, suportada por diversas sinapomorfias; e o gênero Hypanthracos Grazia & Campos, 1996 como uma linhagem irmã dos demais membros do grupo. A diversidade do grupo é ampliada, com descrição de quatro novos gêneros e oito novas espécies, totalizando 17 gêneros e 50 espécies. A terminologia da área evaporatória e de genitália externa e interna de ambos os sexos é atualizada para todos os membros. Doze gêneros são revisados. São disponibilizados chaves de identificação, ilustrações e fotografias de alta qualidade, mapas com distribuição geográfica e novos registros de ocorrência das espécies, e uma lista atualizada das plantas alimentícias a partir do levantamento bibliográfico. Ainda, um guia ilustrado com chave de identificação e diagnoses, amostrando seis espécies do grupo Mecocephala associadas ao cultivo do arroz no Estado do Rio Grande do Sul é disponibilizado.