A Espacialidade das instituições de ensino superior no Rio Grande do Sul : uma rede de múltiplos circuitos

• Autor(a) principal: Maia, Joseli Andrades
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/218081
• topic: Ensino superior; Educação; Instituicao de ensino superior; Locational logic; Centrality; Multiple Circuit Network; Academic inbreeding; Higher Education Institutions

Com o objetivo de avaliar a formação de centralidades capazes de influenciar no desenvolvimento socioeconômico gaúcho, por meio da Redede Múltiplos Circuitos e da lógica locacional, partiu-se da premissa que aInstituiçãode Ensino Superior (IES)constitui-se em um agente de produção espacial capaz de influenciar o desenvolvimento local e regional através de economias de aglomeração. Em seguida, observou-se a divisão territorial do trabalho, através da interiorização dessas instituições direcionadas a municípios de diferentes portes. Parte desse processo ocorreu pela ação de políticas de desenvolvimento regional em colaboração com as políticas voltadas à educação, averiguando-se aí uma relação entre o contexto nacional e o incremento ao meio técnico-científico-informacional, pautado na demanda da industrialização e urbanização brasileiras quanto à formação acadêmica de novos profissionais frente ao desenvolvimento tecnológico em ascensão. Além disso, atribuiu-se também a esse processo a participação de interesses privados quanto à oferta de serviçosno ensino superior e maior participação de novos municípios nesse circuito. Como suporte para essa rede, sistematizou-se os conceitos já consolidados por autores que trabalham com a Lógica Locacional para o entendimento espaço-temporal, por meio do mapeamento das IES gaúchas e a análise pormenorizada de oito instituições que compõem este estudode caso. Os conceitos foram: localização, difusão espacial e dispersão espacial. Entende-se a localização como a espacialidade dos processos e a sua materialização e, para tal, investigou-se a UFRGS, a UFSM, a UFPEL, a UCS e a UPF; a difusão espacial entende-se como o espraiamento e acréscimo das atividades já existentes, ampliando, assim, novos arranjos a essa rede. Considerou-se nessa análise conceitual as instituições UNIJUÍ e UNISC, além da estrutura multicampidaquelas IES já consolidadas. Já o conceito locacional vinculado à dispersão espacial considerou a continuidade da estrutura multicampie a atuação da UNIPAMPA, no município de Uruguaiana. A seleção das oito IES foi mediada pela atuação que exercem nas Regiões Geográficas Intermediárias (IBGE, 2017) nos municípios-polo homônimos, e adotadas como escala espacial de análise. Para a construção empírica da tese, utilizou-se como metodologia a aplicação de questionário onlinepor discentesde graduação e pós-graduaçãodas IES. Através do retorno de 2.533 questionários foi possível avaliar a atratividade e hierarquização de municípios com centralidade inferior aos municípios-polo. Os deslocamentos detectados pela amostra representativa dos discentes das IES nos indicaram uma regionalização complexa, configurando uma oferta diversificada de serviços educacionais nos municípios-polo, discutida teoricamente através de seus alcances espaciais máximo e mínimo. Como resultado, detectou-se uma Rede de Múltiplos Circuitos, conectando municípios de diferentes tamanhos e densidades, ao mesmo tempo que se apresentam hierarquizados espacialmente. Outras constatações também foram incluídas neste estudo, como os padrões de frequência dos cursos ofertados no Rio Grande do Sul, de acordo com o tamanho populacional dos municípios que apresentam essa funcionalidade em seu território; além da aplicação do conceito da endogenia institucional para a IES mais antiga do estado (a UFRGS), através da análise da formação acadêmica do seu corpo docente atual e de sua respectiva mobilidade geográfica interinstitucional.