Deixa eu te contar histórias que a história não conta : mulheres e prisões, a vivência da maternidade no cárcere

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dalenogare, Gabriela
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/220595
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar a experiência da maternidade para mulheres que estiveram em situação de prisão na Unidade Materno Infantil de uma penitenciária feminina localizada no estado do Rio Grande do Sul. Foram entrevistadas, em seus domicílios, sete mulheres no período de setembro a dezembro de 2018. O estudo revelou que, a exemplo do que acontece em outras penitenciárias femininas, as mulheres que gestam no cárcere são em sua maioria pobres, negras, possuem poucos anos de estudo e são presas por tráfico de drogas. Todas as participantes relatam terem sido submetidas a situações de violência desde a abordagem policial, antes do aprisionamento. Quando já privadas de liberdade, foram submetidas a humilhações, deficitário acesso à saúde, violência psicológica e moral por parte de agentes de segurança e por parte dos profissionais da saúde. A experiência do parto foi permeada pela presença de violência institucional e de relatos de solidão e desamparo. A saída da penitenciária é uma experiência que mantém esse estado de desamparo devido à desarticulação dos serviços para dar suporte às mulheres, que retornam as suas comunidades junto de seus filhos e filhas que nasceram no cárcere. O estudo expôs ainda que a penitenciária, embora com ala específica para mulher gestante e com filhos, está longe de fazer valer as Regras Mínimas de Tratamento de Presas, em vigor desde 2010. Reforçamos a necessidade de maior investimento na rede de cuidados à saúde da mulher privada de liberdade, em especial mulheres gestantes e puérperas.
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