Prevalência de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e outras alterações neurológicas em fenilcetonúricos de um centro do sul do país

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Fernanda Gabriel Santos da
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/178970
Resumo: Introdução: Estudos recentes têm demonstrado que pacientes com fenilcetonúria (PKU), mesmo com diagnóstico precoce e tratamento contínuo, podem apresentar sintomas de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e que a prevalência de TDAH nesta população seria maior que a população geral. Além desse relato de aumento de prevalência de TDAH, há também relatos de outras alterações neurológicas nestes pacientes. Objetivo: Determinar a prevalência de TDAH e outras alterações neurológicas em uma população de fenilcetonúricos de um centro do sul do Brasil. Métodos: Participaram do estudo pacientes com PKU e idade ≥ 5 anos, que não apresentavam diagnóstico clínico de déficit intelectual. Foram realizadas entrevistas clínicas e aplicação das escalas MTA-SNAP-IV para os pacientes com idade entre 5 a 17 anos, preenchido pelos pais e professores, e Adult Self-Report Scale (ASRS) para os pacientes com mais de 17 anos. Foram revisados valores de fenilalanina (Phe) e tirosina (Try), assim como resultados de Ressonância Magnética (RNM) e Eletroencefalograma (EEG). Foi utilizado o teste de Mann-Whitney para variáveis com distribuição assimétrica e Teste de Qui-quadrado para variáveis categóricas. Foi realizada mediana dos valores séricos de Phe para cada indivíduo e comparado esses valores ao longo do tempo com o diagnóstico de TDAH por meio de Equações de Estimativas Generalizadas e teste post hoc de Bonferroni. Resultados: Participaram do estudo 31 pacientes, sendo 16 com PKU Clássica e 15 pacientes com PKU Leve. A média de idade foi de 17,4 anos ± 7,7. O tratamento foi iniciado de forma precoce em 22 (71,0%) dos pacientes. Observou-se que 8 de 14 pacientes (57,1%) possuíam RNM alterada, todas com hipersinal em T2 e Flair na substância branca periventricular, enquanto que 15 (88,3%) dos pacientes possuíam reflexos vivos ao exame físico. Cinco pacientes (16,1%) apresentaram diagnóstico de TDAH, sendo 4 com TDAH hiperativo e 1 com TDAH misto. Os pacientes com menos de 17 anos e diagnóstico de TDAH possuíam uma mediana de Phe nos primeiros 6 meses de vida maior que do que os pacientes sem o diagnóstico de TDAH (p=0,03), assim como a mediana da Phe dos últimos 6 meses (p=0,03). Quando considerada mediana dos níveis de Phe por indivíduo com a modificação ao longo do tempo, observou-se aumento nos níveis de Phe com o aumento da idade em todos os pacientes (p=0,02). Conclusão: A prevalência de TDAH encontrada em pacientes com PKU foi 2,8 vezes maior que a da população brasileira, com um maior diagnóstico de TDAH hiperativo. Os níveis de Phe elevados estão associados ao diagnóstico de TDAH. São necessários mais estudos para compreender a fisiopatologia do TDAH na PKU e seu o comportamento clínico.
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Foram realizadas entrevistas clínicas e aplicação das escalas MTA-SNAP-IV para os pacientes com idade entre 5 a 17 anos, preenchido pelos pais e professores, e Adult Self-Report Scale (ASRS) para os pacientes com mais de 17 anos. Foram revisados valores de fenilalanina (Phe) e tirosina (Try), assim como resultados de Ressonância Magnética (RNM) e Eletroencefalograma (EEG). Foi utilizado o teste de Mann-Whitney para variáveis com distribuição assimétrica e Teste de Qui-quadrado para variáveis categóricas. Foi realizada mediana dos valores séricos de Phe para cada indivíduo e comparado esses valores ao longo do tempo com o diagnóstico de TDAH por meio de Equações de Estimativas Generalizadas e teste post hoc de Bonferroni. Resultados: Participaram do estudo 31 pacientes, sendo 16 com PKU Clássica e 15 pacientes com PKU Leve. A média de idade foi de 17,4 anos ± 7,7. O tratamento foi iniciado de forma precoce em 22 (71,0%) dos pacientes. Observou-se que 8 de 14 pacientes (57,1%) possuíam RNM alterada, todas com hipersinal em T2 e Flair na substância branca periventricular, enquanto que 15 (88,3%) dos pacientes possuíam reflexos vivos ao exame físico. Cinco pacientes (16,1%) apresentaram diagnóstico de TDAH, sendo 4 com TDAH hiperativo e 1 com TDAH misto. Os pacientes com menos de 17 anos e diagnóstico de TDAH possuíam uma mediana de Phe nos primeiros 6 meses de vida maior que do que os pacientes sem o diagnóstico de TDAH (p=0,03), assim como a mediana da Phe dos últimos 6 meses (p=0,03). Quando considerada mediana dos níveis de Phe por indivíduo com a modificação ao longo do tempo, observou-se aumento nos níveis de Phe com o aumento da idade em todos os pacientes (p=0,02). Conclusão: A prevalência de TDAH encontrada em pacientes com PKU foi 2,8 vezes maior que a da população brasileira, com um maior diagnóstico de TDAH hiperativo. Os níveis de Phe elevados estão associados ao diagnóstico de TDAH. São necessários mais estudos para compreender a fisiopatologia do TDAH na PKU e seu o comportamento clínico.Introduction: Recent studies have shown that patients with phenylketonuria (PKU), even with early diagnosis and continuous treatment, may present symptoms of Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) and that the prevalence of ADHD in the PKU population is higher than the general population. In addition, there are reports of other neurological findings in PKU patients. Objective: To determine the prevalence of ADHD and other neurological findings in a population of phenylketonuric patients in a center of Southern Brazil. Methods: Patients with PKU and age ≥ 5 years, who had no clinical diagnosis of intellectual deficit, participated in the study. Clinical interviews and application of the MTA-SNAP-IV scales were performed for patients aged 5 to 17 years, completed by parents and teachers, and Adult Self-Report Scale (ASRS) for patients over 17 years of age. Phenylalanine (Phe) and tyrosine (Try) values were reviewed, as well as magnetic resonance images (MRI) and electroencephalogram (EEG) results. The Mann-Whitney test was used for variables with asymmetric distribution and Chi-square test for categorical variables. Median serum Phe values were analyzed for each individual and these values were compared over time with diagnosis of ADHD using Generalized Equation Estimates and Bonferroni Post Hoc Test. Results: Thirty-one patients were included in the study, sixteen with classical PKU and 15 patients with mild PKU. The mean age was 17.4 years ± 7.7. Treatment was started early in 22 (71.0%) of the patients. It was observed that 8 of 14 patients (57.1%) had altered MRI, all with hypersignal in T2 and Flair in the periventricular white matter, while 15 (88.3%) of the patients had brisk l reflexes at physical examination. There were 5 (16.1%) patients diagnosed with ADHD, 4 with hyperactive ADHD and 1 with combined ADHD. Patients under 17 years of age and diagnosed with ADHD had a median Phe in the first 6 months of life higher than patients without ADHD (p=0.03), as well as the Phe median of the last 6 months (p=0.03). When considered median Phe levels per individual with the change over time, there was an increase in Phe levels with increasing age in all patients (p=0.02). Conclusion: The prevalence of ADHD found in patients with PKU was 2.8 times higher than that of the Brazilian population, with a higher diagnosis of hyperactive ADHD. High levels of Phe are associated with the diagnosis of ADHD. Further studies are needed to understand the pathophysiology of ADHD in PKU and its clinical behavior.application/pdfporTranstorno do déficit de atenção com hiperatividadeDoenças genéticas inatasErros inatos do metabolismoFenilcetonúriasFenilalanina hidroxilasePrevalênciaEpidemiologiaInborn Error of MetabolismAttention Deficit Disorder with HyperactivityPhenylalaninePhenylketonuriaPrevalência de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e outras alterações neurológicas em fenilcetonúricos de um centro do sul do paísinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente. Mestrado Profissional em Genética Aplicada à MedicinaPorto Alegre, BR-RS2018mestrado profissionalinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001063374.pdf.txt001063374.pdf.txtExtracted Texttext/plain221945http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/178970/2/001063374.pdf.txtd954cdd18dd890758b85e7ab2b5ae5f0MD52ORIGINAL001063374.pdf001063374.pdfTexto completoapplication/pdf2733008http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/178970/1/001063374.pdf41a03ce89ad69de87965e814761424dbMD5110183/1789702023-09-20 03:29:26.101652oai:www.lume.ufrgs.br:10183/178970Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-09-20T06:29:26Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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