The cruel logic of nature : Charles Darwin’s natural selection in Jude the obscure, by Thomas Hardy
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/230070 |
Resumo: | A presente tese de doutorado propõe uma leitura do romance Judas o Obscuro (Jude the Obscure), de Thomas Hardy, sob a perspectiva da teoria da seleção natural de Charles Darwin. Popular desde sua primeira publicação, a teoria evolucionista de Darwin influenciou fortemente a cultura vitoriana do final do século dezenove ao apresentar uma visão de mundo materialista, de profusão e exuberância naturais, onde a vida evolui conforme a habilidade de cada indivíduo de sobreviver ao seu ambiente. Hardy era abertamente um admirador de Darwin, e encontrou nele uma forma válida de representar sua percepção da realidade, na qual o ser humano não é o centro do universo ou da criação divina, mas precisa se submeter às mesmas leis naturais, assim como qualquer outro ser vivo. Ao longo dos anos, seu polêmico Jude foi acusado de ser desde um tratado ao pessimismo gratuito até uma tentativa de parte de Hardy de começar uma guerra contra o cristianismo, devido à crítica religiosa, ao final trágico e ao tratamento hostil de seus personagens. Porém, essa tese adota a perspectiva de que o romance é basicamente o resultado das reflexões do autor sobre uma nova interpretação da vida, onde a mesma não acontece conforme caprichos humanos ou suas questionáveis leis morais, mas conforme necessidades próprias, relacionadas à adaptação e à sobrevivência. Ao invés de um punho erguido contra Deus, uma reconsideração de que talvez Ele não exista, e que a vida pode ser regida pela instintiva e insensível natureza, deixando a super evoluída raça humana isolada em seu próprio meio, buscando significados que também talvez não existam. Ao discutir as preocupações de Hardy com o sofrimento humano provocado por essa percepção, e a importância da empatia tanto entre seres humanos como para com todos os seres vivos, este estudo propõe reflexões sobre a teoria darwinista que vão além da sobrevivência do mais apto. |
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Diesel, Sophia CelinaMaggio, Sandra Sirangelo2021-09-22T04:24:10Z2021http://hdl.handle.net/10183/230070001131064A presente tese de doutorado propõe uma leitura do romance Judas o Obscuro (Jude the Obscure), de Thomas Hardy, sob a perspectiva da teoria da seleção natural de Charles Darwin. Popular desde sua primeira publicação, a teoria evolucionista de Darwin influenciou fortemente a cultura vitoriana do final do século dezenove ao apresentar uma visão de mundo materialista, de profusão e exuberância naturais, onde a vida evolui conforme a habilidade de cada indivíduo de sobreviver ao seu ambiente. Hardy era abertamente um admirador de Darwin, e encontrou nele uma forma válida de representar sua percepção da realidade, na qual o ser humano não é o centro do universo ou da criação divina, mas precisa se submeter às mesmas leis naturais, assim como qualquer outro ser vivo. Ao longo dos anos, seu polêmico Jude foi acusado de ser desde um tratado ao pessimismo gratuito até uma tentativa de parte de Hardy de começar uma guerra contra o cristianismo, devido à crítica religiosa, ao final trágico e ao tratamento hostil de seus personagens. Porém, essa tese adota a perspectiva de que o romance é basicamente o resultado das reflexões do autor sobre uma nova interpretação da vida, onde a mesma não acontece conforme caprichos humanos ou suas questionáveis leis morais, mas conforme necessidades próprias, relacionadas à adaptação e à sobrevivência. Ao invés de um punho erguido contra Deus, uma reconsideração de que talvez Ele não exista, e que a vida pode ser regida pela instintiva e insensível natureza, deixando a super evoluída raça humana isolada em seu próprio meio, buscando significados que também talvez não existam. Ao discutir as preocupações de Hardy com o sofrimento humano provocado por essa percepção, e a importância da empatia tanto entre seres humanos como para com todos os seres vivos, este estudo propõe reflexões sobre a teoria darwinista que vão além da sobrevivência do mais apto.The present dissertation proposes a reading of Thomas Hardy’s novel Jude the Obscure in the light of the theory of Natural Selection, by the naturalist Charles Darwin. Popular from its first publication, Darwin’s theory strongly influenced the Victorian culture of the end of the nineteenth century, by presenting a materialistic conception of a world of natural profusion and exuberance, where life evolves according to each individual’s ability to survive their environment. Hardy was openly an admirer of Darwin’s, and found in him a valid way of representing a tangible reality, where humankind is not the centre of the universe or of divine creation, but must submit to the same laws of nature as every other living being. Over the years, his polemic Jude has been accused of being anything from a treatise on gratuitous pessimism to an attempt on the author’s part to start a war against Christianity because of its religious criticism, the tragic ending and the hostile treatment of the characters. However, this dissertation works on the premise that the novel is basically the result of the author’s reflexions on a different interpretation of life, one in which life does not work according to human questionable moral laws and whims, but rather according to its own needs of adaptation and survival. Instead of a fist raised against God, Hardy presents us with a consideration that God might not exist, and that life could actually be ruled by an instinctive and callous nature, leaving super evolved mankind isolated in its own environment, looking for meanings that may not exist. By discussing Hardy’s preoccupations on the human suffering provoked by such awareness, and the importance of empathy both among humans and towards other forms of life, this study proposes a reflexion on the Darwinist theory that goes beyond the survival of the fittest.application/pdfengHardy, Thomas, 1840-1928Darwin, Charles, 1809-1882 : The origin of species : A origem das espécies : Crítica e interpretaçãoCrítica literáriaLiteratura inglesaLinguagem e línguasJude the ObscureThe Origin of SpeciesLiterary CriticismThe cruel logic of nature : Charles Darwin’s natural selection in Jude the obscure, by Thomas Hardyinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em LetrasPorto Alegre, BR-RS2021doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001131064.pdf.txt001131064.pdf.txtExtracted Texttext/plain443485http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/230070/2/001131064.pdf.txtc4462afe8877bdd42c2a199ebe532664MD52ORIGINAL001131064.pdfTexto completoapplication/pdf1257035http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/230070/1/001131064.pdf60980ce5c47b7cf91ae72125259b4745MD5110183/2300702021-10-04 04:25:42.538966oai:www.lume.ufrgs.br:10183/230070Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-10-04T07:25:42Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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