Alterações ultra-estruturais do miocárdio determinadas pela hipoxemia crônica secundária à anemia decorrrente da insuficiência renal crônica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sarturi, Péricles Serafim
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/8970
Resumo: Objetivo: Estudo transversal prospectivo para determinar as alterações ultraestruturais do miocárdio devido a hipoxemia crônica secundária à anemia decorrente da doença renal crônica em pacientes em programa dialítico. Material e métodos: Foram selecionados quatorze pacientes urêmicos, sendo doze pacientes anêmicos e dois não anêmicos em uso de eritropoietina humana recombinante. Dois pacientes não urêmicos serviram como controle. Todos os pacientes utilizaram com critério de exclusão obstrução coronariana ≥ 70% à cineangiocoronariografia. Realizaram-se biópsias de septo interventricular esquerdo do miocárdico que foram avaliadas por microscopia óptica e eletrônica de transmissão. Utilizou-se o método de Carnoy para contagem e medidas das ultraestruturas do miocárdio. Foram consideradas estatisticamente significativas as diferenças cujo valor de p fosse ≤ 0,05. Resultados: Nos 16 pacientes incluídos no estudo, a média dos hematócritos e hemoglobinas dos pacientes urêmicos e não urêmicos foram 29,3±5,4% e 46,5±0,7% e 9,5±1,9 g% e 15,5±0,35 g%, respectivamente (p< 0,05). Dos quatorze pacientes urêmicos, doze eram anêmicos e dois não anêmicos, a média dos hematócritos e hemoglobinas foram 27,7±3,7% e 39,0±4,2% e 9,0±1,3 g% e 12,8±1,7 g%, respectivamente (p<0,05). As demais variáveis: idade, sexo, fração de ejeção e outras, não diferiram entre os grupos estudados. O número de mitocôndrias foi significativamente maior quando comparou-se os grupos de pacientes urêmicos com os não urêmicos (p<0,05), o mesmo ocorrendo quando comparou-se os grupos de pacientes urêmicos anêmicos com os não anêmicos (p<0,05). Nas alterações na forma das mitocôndrias, houve diferença com significância estatística entre os grupos de pacientes urêmicos e não urêmicos (p<0,05), porém esta não ocorreu quando comparou-se os grupos de pacientes urêmicos anêmicos com os não anêmicos (p>0,05). Na análise das fibras miocárdicas observou-se alterações morfológicas das bandas Z e H comparando-se os pacientes urêmicos com os não urêmicos (p<0,05) e os pacientes urêmicos anêmicos com os não anêmicos (p<0,05). Encontrou-se uma correlação inversa e forte entre o número de mitocôndrias, com os níveis de hematócrito e hemoglobina (r=-0,70, p<0,001 e r=-0,69, p<0,001), respectivamente. Conclusões: Nesta amostra de pacientes com doença renal crônica em programa de terapia renal substitutiva e com diferentes níveis de hematócrito e hemoglobina, encontrou-se alterações ultra-estruturais, na forma e número das mitocôndrias e na morfologia das bandas Z e H das células miocárdicas, possivelmente como uma conseqüência adaptativa à hipoxemia crônica secundária a anemia decorrente da insuficiência renal crônica.
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