Crop damage by vertebrates in Latin America : current knowledge and potential future management directions

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cuesta Hermira, Adrian Alejandro
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/265130
Resumo: Conhecimento prévio. A lavoura é um dos usos da terra mais extensos do mundo, e a superfície que cobre ainda está aumentando. Muitas espécies de vertebrados se alimentam de cultivos e isso tem causado um aumento nos conflitos entre humanos e animais silvestres envolvendo danos a plantações. Os danos as plantações prejudicam a economia das comunidades locais e causam retaliação contra os vertebrados responsáveis de várias formas, incluindo práticas letais como caça e envenenamento. O controle letal pode causar a extirpação local de algumas espécies, afetando processos e padrões ecológicos. Portanto, é necessário encontrar alternativas não letais que protejam tanto as economias locais quanto a fauna nativa. Pesquisas sobre esse tema já foram realizadas na África e na Ásia com foco em grupos de vertebrados como elefantes e primatas, e algumas alternativas não letais, como repelentes à base de pimenta e colmeias estão sendo investigadas. No entanto, existem poucas pesquisas sobre esse assunto na América do Sul e Central. O objetivo da revisão foi avaliar o conhecimento atual e apontar para futuras direções de pesquisa. Métodos. Revisamos a literatura científica disponível relatando danos a colheitas por vertebrados na América Central, América do Sul, e o Caribe publicada entre 1980 e 2020, por meio de pesquisas sistemáticas na Web of Science, Scopus e Google Scholar. Analisamos a distribuição temporal e geográfica dos estudos, espécies de cultivos e vertebrados envolvidos, e as técnicas de proteção de cultivos utilizadas e sua eficácia. Resultados. Apenas 88 estudos sobre danos a cultivos por vertebrados na América Latina foram recuperados, mas há uma tendência crescente no número de estudos publicados ao longo do período avaliado. A maioria dos estudos foi realizada em quatro países: Brasil, Argentina, e Costa Rica. Mamíferos de quatro ordens (Rodentia, Carnivora, Artiodactyla e 6 Primates) e três ordens de aves (Passeriformes, Columbiformes e Psittaciformes) foram os grupos de vertebrados que danificam plantações mais representados. O cultivo de maior destaque foi o milho presente em 47% dos artigos e interagindo com 16 das 20 ordens de vertebrados representadas na revisão. Outros cultivos com interações com vertebrados foram arroz, sorgo e cana-de-açúcar. O método de proteção de cultivos mais citado foi o controle letal como a caça ou o envenenamento. As técnicas não letais foram menos prevalentes. Menos da metade dos estudos que citaram o uso de técnicas de proteção indicaram sua eficácia, e apenas 10 avaliaram realizando experimentos científicos e relatando seus resultados. Conclusões. A pesquisa sobre danos a plantações por vertebrados ainda é pouco representada na América Central e do Sul. Há uma necessidade de pesquisas baseadas em experimentos robustos que visem tanto encontrar técnicas de proteção de cultivos que minimizem os danos aos vertebrados e efetivamente reduzam os danos às lavouras. Enquanto isso ainda está se desenvolvendo, a perdida e fragmentação de habitats precisam ser interrompidas para que os vertebrados nativos sejam menos propensos a recorrer às plantações para se alimentar.
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Pesquisas sobre esse tema já foram realizadas na África e na Ásia com foco em grupos de vertebrados como elefantes e primatas, e algumas alternativas não letais, como repelentes à base de pimenta e colmeias estão sendo investigadas. No entanto, existem poucas pesquisas sobre esse assunto na América do Sul e Central. O objetivo da revisão foi avaliar o conhecimento atual e apontar para futuras direções de pesquisa. Métodos. Revisamos a literatura científica disponível relatando danos a colheitas por vertebrados na América Central, América do Sul, e o Caribe publicada entre 1980 e 2020, por meio de pesquisas sistemáticas na Web of Science, Scopus e Google Scholar. Analisamos a distribuição temporal e geográfica dos estudos, espécies de cultivos e vertebrados envolvidos, e as técnicas de proteção de cultivos utilizadas e sua eficácia. Resultados. Apenas 88 estudos sobre danos a cultivos por vertebrados na América Latina foram recuperados, mas há uma tendência crescente no número de estudos publicados ao longo do período avaliado. A maioria dos estudos foi realizada em quatro países: Brasil, Argentina, e Costa Rica. Mamíferos de quatro ordens (Rodentia, Carnivora, Artiodactyla e 6 Primates) e três ordens de aves (Passeriformes, Columbiformes e Psittaciformes) foram os grupos de vertebrados que danificam plantações mais representados. O cultivo de maior destaque foi o milho presente em 47% dos artigos e interagindo com 16 das 20 ordens de vertebrados representadas na revisão. Outros cultivos com interações com vertebrados foram arroz, sorgo e cana-de-açúcar. O método de proteção de cultivos mais citado foi o controle letal como a caça ou o envenenamento. As técnicas não letais foram menos prevalentes. Menos da metade dos estudos que citaram o uso de técnicas de proteção indicaram sua eficácia, e apenas 10 avaliaram realizando experimentos científicos e relatando seus resultados. Conclusões. A pesquisa sobre danos a plantações por vertebrados ainda é pouco representada na América Central e do Sul. Há uma necessidade de pesquisas baseadas em experimentos robustos que visem tanto encontrar técnicas de proteção de cultivos que minimizem os danos aos vertebrados e efetivamente reduzam os danos às lavouras. Enquanto isso ainda está se desenvolvendo, a perdida e fragmentação de habitats precisam ser interrompidas para que os vertebrados nativos sejam menos propensos a recorrer às plantações para se alimentar.Background. Crop farming is one of the most extensive land uses in the world, and the surface it covers is still increasing. Many vertebrate species feed on crops and this has caused an increase in human-wildlife conflicts involving crop-feeding. Crop-feeding damages the economy of local communities and causes retaliation against the responsible vertebrates in several forms, including lethal practices such as hunting and poisoning. Lethal control may cause the local extirpation of some species, affecting ecological processes and patterns. Therefore, it is necessary to find non-lethal alternatives that protect both the local economies and native wildlife. Research into this has already been carried out in Africa and Asia focusing on vertebrate groups such as elephants and primates, and some non-lethal alternatives, such as chili-based repellents and beehives are being investigated. However, there is very little research regarding this topic in Central and South America. The goal of the review was to assess current knowledge and point at future research directions. Survey methodology. We reviewed the available scientific literature reporting crop damage by vertebrates in Central America, South America, and the Caribbean, published between 1980 and 2020, through systematic searches on Web of Science, Scopus and Google Scholar. We analyzed the temporal and geographical distribution of the studies, crop and vertebrate species included, crop protection techniques used and their effectiveness. Results. Only 88 studies on crop damage by vertebrates in Latin America were retrieved, but there is an increasing trend in the number of studies published over time. Most of the studies took place in four countries: Brazil, Argentina, Mexico, and Costa Rica. Mammals 8 from four orders (Rodentia, Carnivora, Artiodactyla, and Primates) and three orders of birds (Passeriformes, Columbiformes, and Psittaciformes) were the most represented groups of crop-feeding vertebrates. The most prominent crop was corn featuring in 47% of the studies and interacting with 16 of the 20 vertebrate orders represented in our review. Other notable crops were rice, sorghum, and sugarcane. The most reported method for protecting crops was lethal control through hunting or poisoning. Non-lethal techniques were less prevalent. Less than half of the studies that mentioned the use of protection techniques gave an indication of their effectiveness, and only 10 studies evaluated it by performing scientific experiments and reporting their results. Conclusions. Research on crop-feeding by vertebrates is still underrepresented in Central and South America. There is a need for research based on robust experimentation that aims to find crop protection techniques that minimize harm to vertebrates and effectively reduce damages to crops. While this is still developing, habitat loss and fragmentation needs to be halted so that native vertebrates are less likely to turn to crops for food.application/pdfengAgriculturaPragasCrop feedingHuman-wildlife conflictCrop protectionAgri-environment schemesAnimal damageBird damageMammal damageCrop damage by vertebrates in Latin America : current knowledge and potential future management directionsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPrograma de Pós-Graduação em EcologiaPorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001170604.pdf.txt001170604.pdf.txtExtracted Texttext/plain258152http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/265130/2/001170604.pdf.txt5a5102c7148962ea83ff854becb9a1e4MD52ORIGINAL001170604.pdfTexto completo (inglês)application/pdf2761478http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/265130/1/001170604.pdf0d6eb88b4e33227ae3a941b1a1a2fe00MD5110183/2651302024-06-26 06:30:12.628532oai:www.lume.ufrgs.br:10183/265130Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-06-26T09:30:12Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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