Pride and proliferation : Jane Austen meets zombies in a mash-up

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Veras, Adriane Ferreira
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: eng
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/131633
Resumo: O presente trabalho é uma tentativa de elucidar o que eu considero um fenômeno na literatura, os mash-ups. Em 2009 a lista dos livros mais vendidos da New York Times trouxe um novo romance intitulado Orgulho e Preconceito e Zombies. A editora Quirk Books apresentou como autor Seth Grahame-Smith e a romancista inglesa há muito falecida Jane Austen como co-autora. O livro combina o texto clássico de Austen de 1813 com elementos da moderna ficção de zumbis. O objetivo desta pesquisa é estudar a (desconcertante) possibilidade de alguém modificar uma obra-prima. A autora ainda está presente em seu texto, ou aquele que insere, remixa e acrescenta ao trabalho é o real autor? Esta e outras perguntas são investigadas. Com o aporte teórico de Sanders (2006), Shields (2010), Lessig (2004), faz-se a investigação sobre adaptações, colagens, apropriações e direitos autorais. O romance aqui analisado pertence à literatura não mais protegida por direitos autorais e, portanto, é considerado apto para modificações, permitindo, assim, a justaposição que está no centro do gênero literário sob escrutínio. O tremendo sucesso comercial deste mash-up serve para mostrar que não só Jane Austen, mas também os mortos-vivos são transformados em mercadorias, o que conduz às possíveis conclusões de que Austen vende, os zumbis vendem, e ambos dão aos leitores algo que estes anseiam, talvez maneiras mais suaves, romance, costumes e valores de outrora; no caso dos mortos-vivos, eles exploram temas que transgredem e ameaçam nosso senso de asseio e decoro, particularmente no tocante ao corpo, às nossas identidades, e a nossa mortalidade. Através de olhares como o de Žižek (2008), pode-se inferir que o sucesso do livro pode ser visto como um tributo ao poder do marketing viral, ao interesse duradouro e contínuo em Jane Austen, e ao atual zeitgeist zumbi.
id URGS_54de00c65944785a01c7b3006fdd36ba
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/131633
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Veras, Adriane FerreiraRosenfield, Kathrin Holzermayr Lerrer2016-01-08T02:40:26Z2015http://hdl.handle.net/10183/131633000976778O presente trabalho é uma tentativa de elucidar o que eu considero um fenômeno na literatura, os mash-ups. Em 2009 a lista dos livros mais vendidos da New York Times trouxe um novo romance intitulado Orgulho e Preconceito e Zombies. A editora Quirk Books apresentou como autor Seth Grahame-Smith e a romancista inglesa há muito falecida Jane Austen como co-autora. O livro combina o texto clássico de Austen de 1813 com elementos da moderna ficção de zumbis. O objetivo desta pesquisa é estudar a (desconcertante) possibilidade de alguém modificar uma obra-prima. A autora ainda está presente em seu texto, ou aquele que insere, remixa e acrescenta ao trabalho é o real autor? Esta e outras perguntas são investigadas. Com o aporte teórico de Sanders (2006), Shields (2010), Lessig (2004), faz-se a investigação sobre adaptações, colagens, apropriações e direitos autorais. O romance aqui analisado pertence à literatura não mais protegida por direitos autorais e, portanto, é considerado apto para modificações, permitindo, assim, a justaposição que está no centro do gênero literário sob escrutínio. O tremendo sucesso comercial deste mash-up serve para mostrar que não só Jane Austen, mas também os mortos-vivos são transformados em mercadorias, o que conduz às possíveis conclusões de que Austen vende, os zumbis vendem, e ambos dão aos leitores algo que estes anseiam, talvez maneiras mais suaves, romance, costumes e valores de outrora; no caso dos mortos-vivos, eles exploram temas que transgredem e ameaçam nosso senso de asseio e decoro, particularmente no tocante ao corpo, às nossas identidades, e a nossa mortalidade. Através de olhares como o de Žižek (2008), pode-se inferir que o sucesso do livro pode ser visto como um tributo ao poder do marketing viral, ao interesse duradouro e contínuo em Jane Austen, e ao atual zeitgeist zumbi.The present research brings an attempt to elucidate what I consider a phenomenon in literature, the mash-ups. In 2009 the New York Times Bestseller List featured a new novel entitled Pride and Prejudice and Zombies. Publisher Quirk Books presented as author Seth Grahame-Smith and long dead and beloved English novelist Jane Austen as co-author. The book combines Austen‘s 1813 classic text with elements of modern zombie fiction. The aim of this research is to study the (disconcerting) possibility of someone tweaking with a masterpiece. Is the author still present in her text or the one who inserts, remixes and adds to the work is the actual author? This and other questions are investigated. With the theoretical approach of Sanders (2006), Shields (2010), Lessig (2004), and others, there is an investigation on adaptations, collage, appropriations and authorial rights. The novel analyzed here is literature no longer protected by copyright and therefore considered apt for tweaking, thus allowing for the juxtaposition which is at the core of the literary genre under scrutiny. This mash-up‘s tremendous commercial success goes to show that not only Jane Austen, but also the undead have become commodities, which leads the possible conclusions that Austen sells, and zombies sell, and they all give readers something they crave for, perhaps gentle manners, romance, mores and values long gone; and in the case of the living-dead, they explore themes that transgress and threaten our sense of cleanliness and propriety, particularly referencing the body, our identities, and our mortality. Through the point of view of Žižek (2008), and other thinkers, it is possible to infer that the book's success may be regarded as a tribute to the power of viral marketing, to the long lasting and continuous interest in Jane Austen, and to the current zombie zeitgeist.application/pdfengAusten, Jane, 1775-1817Literatura inglesaCrítica literáriaPride and prejudiceZombiesMash-upsPride and proliferation : Jane Austen meets zombies in a mash-upinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em LetrasPorto Alegre, BR-RS2015doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000976778.pdf000976778.pdfTexto completo (inglês)application/pdf1433757http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/131633/1/000976778.pdf8393ca8da30f264390185d6205abc88fMD51TEXT000976778.pdf.txt000976778.pdf.txtExtracted Texttext/plain247515http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/131633/2/000976778.pdf.txte8452c483252d9f22c155a0e5fb910caMD52THUMBNAIL000976778.pdf.jpg000976778.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1228http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/131633/3/000976778.pdf.jpg8906d3b2fdaf8baec3971a3f4852e3f2MD5310183/1316332021-05-07 05:11:14.468813oai:www.lume.ufrgs.br:10183/131633Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-05-07T08:11:14Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Pride and proliferation : Jane Austen meets zombies in a mash-up
title Pride and proliferation : Jane Austen meets zombies in a mash-up
spellingShingle Pride and proliferation : Jane Austen meets zombies in a mash-up
Veras, Adriane Ferreira
Austen, Jane, 1775-1817
Literatura inglesa
Crítica literária
Pride and prejudice
Zombies
Mash-ups
title_short Pride and proliferation : Jane Austen meets zombies in a mash-up
title_full Pride and proliferation : Jane Austen meets zombies in a mash-up
title_fullStr Pride and proliferation : Jane Austen meets zombies in a mash-up
title_full_unstemmed Pride and proliferation : Jane Austen meets zombies in a mash-up
title_sort Pride and proliferation : Jane Austen meets zombies in a mash-up
author Veras, Adriane Ferreira
author_facet Veras, Adriane Ferreira
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Veras, Adriane Ferreira
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Rosenfield, Kathrin Holzermayr Lerrer
contributor_str_mv Rosenfield, Kathrin Holzermayr Lerrer
dc.subject.por.fl_str_mv Austen, Jane, 1775-1817
Literatura inglesa
Crítica literária
topic Austen, Jane, 1775-1817
Literatura inglesa
Crítica literária
Pride and prejudice
Zombies
Mash-ups
dc.subject.eng.fl_str_mv Pride and prejudice
Zombies
Mash-ups
description O presente trabalho é uma tentativa de elucidar o que eu considero um fenômeno na literatura, os mash-ups. Em 2009 a lista dos livros mais vendidos da New York Times trouxe um novo romance intitulado Orgulho e Preconceito e Zombies. A editora Quirk Books apresentou como autor Seth Grahame-Smith e a romancista inglesa há muito falecida Jane Austen como co-autora. O livro combina o texto clássico de Austen de 1813 com elementos da moderna ficção de zumbis. O objetivo desta pesquisa é estudar a (desconcertante) possibilidade de alguém modificar uma obra-prima. A autora ainda está presente em seu texto, ou aquele que insere, remixa e acrescenta ao trabalho é o real autor? Esta e outras perguntas são investigadas. Com o aporte teórico de Sanders (2006), Shields (2010), Lessig (2004), faz-se a investigação sobre adaptações, colagens, apropriações e direitos autorais. O romance aqui analisado pertence à literatura não mais protegida por direitos autorais e, portanto, é considerado apto para modificações, permitindo, assim, a justaposição que está no centro do gênero literário sob escrutínio. O tremendo sucesso comercial deste mash-up serve para mostrar que não só Jane Austen, mas também os mortos-vivos são transformados em mercadorias, o que conduz às possíveis conclusões de que Austen vende, os zumbis vendem, e ambos dão aos leitores algo que estes anseiam, talvez maneiras mais suaves, romance, costumes e valores de outrora; no caso dos mortos-vivos, eles exploram temas que transgredem e ameaçam nosso senso de asseio e decoro, particularmente no tocante ao corpo, às nossas identidades, e a nossa mortalidade. Através de olhares como o de Žižek (2008), pode-se inferir que o sucesso do livro pode ser visto como um tributo ao poder do marketing viral, ao interesse duradouro e contínuo em Jane Austen, e ao atual zeitgeist zumbi.
publishDate 2015
dc.date.issued.fl_str_mv 2015
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2016-01-08T02:40:26Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/131633
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000976778
url http://hdl.handle.net/10183/131633
identifier_str_mv 000976778
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/131633/1/000976778.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/131633/2/000976778.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/131633/3/000976778.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 8393ca8da30f264390185d6205abc88f
e8452c483252d9f22c155a0e5fb910ca
8906d3b2fdaf8baec3971a3f4852e3f2
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1810085345725775872