Autogestão do diabetes tipo 1 em adultos : uma abordagem centrada na pessoa para melhorar o conhecimento e a adesão ao tratamento em hospital terciário

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Foppa, Luciana
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/259819
Resumo: Atualmente o Brasil ocupa o terceiro lugar mundial em prevalência de casos de diabetes tipo 1. Esta doença pode se desenvolver em qualquer idade, embora ocorra com mais frequência em crianças e adultos jovens. O tratamento do diabetes tipo 1 envolve rigoroso controle glicêmico e mudanças de estilo de vida para promover o controle eficaz da glicemia e autocuidado. Falhas no controle glicêmico podem estar relacionados ao desconhecimento sobre a doença e à negligência com o autocuidado, comprometendo a saúde das pessoas com diabetes. A pandemia de COVID-19 no ano de 2020 trouxe redução de consultas e dificuldade de obtenção de medicamentos e receitas médicas, o que se tornou um desafio para o controle do diabetes. As medidas de distanciamento social afetaram o estilo de vida da população, trouxeram mudanças nos hábitos diários e consequências para a saúde, principalmente das pessoas com diabetes tipo 1. Mesmo antes da pandemia, a trajetória desses pacientes nos serviços de saúde tem se mostrado um processo complexo, por excesso de demandas (atendimentos e exames). Para obter um melhor controle metabólico, estratégias que promovam a adesão às recomendações baseadas em evidência e planos de tratamento, que forneçam educação aos pacientes, cuidadores, que combatam a inércia terapêutica precisam ser implementadas. Esta tese foi elaborada para melhorar o atendimento dos pacientes com diabetes tipo 1 atendidos no ambulatório de endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Primeiramente foi realizado estudo de coorte objetivando avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 na qualidade do atendimento de pacientes com diabetes tipo 1. Posteriormente, foi desenvolvido estudo com objetivo de avaliar a associação entre conhecimento sobre a doença, adesão ao autocuidado e controle glicêmico em pessoas com diagnóstico de diabetes tipo 1. Por último, implementamos a navegação de pacientes em diabetes tipo 1 ao desenvolver estudo com objetivo de avaliar o efeito da navegação de pacientes no controle glicêmico, conhecimento da doença e adesão ao autocuidado destas pessoas. Durante a pandemia de COVID-19, 252 pacientes tiveram pelo menos uma consulta presencial cancelada no nosso hospital. Os indicadores de qualidade assistencial (albuminúria e/ou creatinina sérica, perfil lipídico, medida de hormônio tireoestimulante, hemoglobina glicada, retinopatia e neuropatia) apresentaram piora em relação ao ano anterior (p<0,001). Em 2019, 23,2% dos participantes tiveram todos os indicadores avaliados, enquanto em 2020, durante a pandemia, apenas 3,5% tiveram todos avaliados. Em relação ao conhecimento, autocuidado e controle glicêmico, nossos resultados mostraram que 140 (70,8%) pacientes apresentaram conhecimento satisfatório sobre o diabetes, 65 (32,8%) tiveram adesão ao autocuidado e 46 (23,2%) apresentaram controle glicêmico adequado. A amostra final de pacientes que concluíram a navegação de pacientes foi de 152 participantes. As enfermeiras navegadoras realizaram 812 teleconsultas e 158 consultas presenciais. Após a intervenção, o controle glicêmico apresentou-se melhor em 37 (24,3%) participantes, o conhecimento sobre o diabetes, também, apresentou-se melhor em 37 (24,3%) participantes. A adesão ao autocuidado aumentou em 82 (53,9%) pacientes. Os estudos realizados para construção desta tese possibilitaram melhor entendimento do autocuidado e qualidade de atendimento em pacientes com diabetes tipo 1 antes e após a pandemia. Além disso, observou-se melhora no controle glicêmico, adesão ao autocuidado e conhecimento em diabetes nos participantes do estudo. A navegação de pacientes realizada por enfermeiras se apresentou promissora e factível em aprimorar o cuidado em pacientes com diabetes tipo 1.
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As medidas de distanciamento social afetaram o estilo de vida da população, trouxeram mudanças nos hábitos diários e consequências para a saúde, principalmente das pessoas com diabetes tipo 1. Mesmo antes da pandemia, a trajetória desses pacientes nos serviços de saúde tem se mostrado um processo complexo, por excesso de demandas (atendimentos e exames). Para obter um melhor controle metabólico, estratégias que promovam a adesão às recomendações baseadas em evidência e planos de tratamento, que forneçam educação aos pacientes, cuidadores, que combatam a inércia terapêutica precisam ser implementadas. Esta tese foi elaborada para melhorar o atendimento dos pacientes com diabetes tipo 1 atendidos no ambulatório de endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Primeiramente foi realizado estudo de coorte objetivando avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 na qualidade do atendimento de pacientes com diabetes tipo 1. Posteriormente, foi desenvolvido estudo com objetivo de avaliar a associação entre conhecimento sobre a doença, adesão ao autocuidado e controle glicêmico em pessoas com diagnóstico de diabetes tipo 1. Por último, implementamos a navegação de pacientes em diabetes tipo 1 ao desenvolver estudo com objetivo de avaliar o efeito da navegação de pacientes no controle glicêmico, conhecimento da doença e adesão ao autocuidado destas pessoas. Durante a pandemia de COVID-19, 252 pacientes tiveram pelo menos uma consulta presencial cancelada no nosso hospital. Os indicadores de qualidade assistencial (albuminúria e/ou creatinina sérica, perfil lipídico, medida de hormônio tireoestimulante, hemoglobina glicada, retinopatia e neuropatia) apresentaram piora em relação ao ano anterior (p<0,001). Em 2019, 23,2% dos participantes tiveram todos os indicadores avaliados, enquanto em 2020, durante a pandemia, apenas 3,5% tiveram todos avaliados. 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